Continua após publicidade

Ibovespa emenda 3a alta seguida. Mas fecha a semana em queda de 0,70%

Sinais de falta de fôlego na economia americana melhora a expectativa para um eventual fim das altas nos juros por lá, embalam o S&P 500, e dão uma forcinha para o Ibovespa. Alta de 1,23% nesta sexta.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 21 out 2024, 10h43 - Publicado em 6 jan 2023, 18h26
-
 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

O Ibovespa fechou em alta pelo terceiro dia seguido, com os 1,23% desta sexta. Mesmo assim, a sequência não bastou para colocar a semana (e o ano) no positivo: queda de 0,70% no período.

O número positivo de hoje foi cortesia de NY. O S&P 500 fechou em rampantes 2,28%. A Nasdaq, 2,56%. E o motivo é aquele que desafia o senso de quem não tem alguma intimidade com o mercado: quem impulsionou a alta por lá foi um dado negativo. 

Hoje saiu o Payroll, levantamento mensal que mostra a criação de novas vagas de trabalho nos EUA, crava o índice de desemprego e mostra a evolução dos salários. 

Os dois primeiros vieram ótimos. O consenso dos analistas esperava o surgimento de 200 mil vagas em dezembro. Vieram 223 mil. Esperava-se a manutenção da taxa de desemprego em baixos 3,7%. Veio menor ainda: 3,5% – taxa equivalente à de fevereiro de 2020, pouco antes de a pandemia ter elevado a taxa a 14,7%, a pior da história. 

Já os 3,5% de agora estão entre as melhores marcas de todos os tempos por lá. A média de 1948 até hoje é de 5,73%. Na real, o índice de desemprego por lá só esteve menor quando Don Draper ainda era publicitário júnior na Sterling Cooper, no início da década de 1950, quando a marca estava em 2,5%.   

Viessem só esses dados, o humor do mercado iria para o espaço. Desemprego em baixa, afinal, é algo que deixa a porteira livre para o Fed seguir com as altas nos juros. Juros altos combatem inflação a golpes de recessão, pois deixam o dinheiro mais caro, e sem dinheiro as engrenagens da economia travam. 

Continua após a publicidade

Se a economia vai bem (e o pleno emprego é o maior indicativo disso), ela pode suportar a manutenção das taxas lá no alto – no momento, eles estão em 4,5%, a maior taxa dos últimos 16 anos. Como o mercado é alérgico a juros altos, a bolsa tem caído quando chega esse tipo de notícia.

Mas não foi o que aconteceu hoje. Por conta de outro dado do Payroll: os salários subiram num ritmo menor que o previsto. Alta de 4,6% na média dos contracheques, na comparação com dezembro do ano passado, ante uma expectativa de 5%. 

Salários em alta desacelerada significam que os juros altos estão fazendo o seu trabalho – drenar moeda da economia para conter a inflação. O efeito dos juros é sempre retardado – você sobe os juros hoje e os preços (e salários) só param de subir meses adiante. Então temos que: se o expediente está funcionando é sinal de que talvez, eventualmente, o Fed possa interromper o ciclo de alta mais cedo.

Compartilhe essa matéria via:

PMI: sinais de contração

Na real, qualquer sinalização de fraqueza na economia americana tem sido recebido com fogos. E hoje veio mais um, para juntar-se a esse dos salários: o PMI do setor de serviços dos EUA. 

Continua após a publicidade

Trata-se do “Índice dos Gerentes de Compras”, levantado pelo ISM. Eles ligam para centenas de empresas, perguntam para os departamentos de compra como estão as expectativas deles para o futuro, com base nisso, montam uma escala maluca. 

Ela vai de zero a 100. Se der 50, significa que está tudo na mesma. Mais de 50 significa expansão. Menos de 50, contração. Em novembro, o PMI tinha vindo em expansivos 56,5. Agora, caiu para recessivos 49,6. Como o clima no momento é de urubuzagem, as bolsas gringas fecharam em alta – dando um impulso para a nossa aqui.

Outra mãozinha para o Ibov veio do minério de ferro, que fechou em alta de 1,85%. Bom para as mineradoras: CSN Mineração foi a segunda maior alta do dia, com abundantes 6,67%.

A expectativa por eventuais juros mais baixos nos EUA também ajudou o dólar a cair: -2,16%, a R$ 5,23. E o dia sem notícias negativas em Brasília deu uma tranquilizada nos juros futuros daqui, que fecharam em queda. 

Mesmo assim, os juros dos títulos públicos seguem em alta, com o IPCA+2035 a 6,25%, depois de ensaiar uma baixa para 6,20%. Eles tinham fechado 2022 a menos terríveis 6,05%. A ver o que a próxima semana nos traz.  

Continua após a publicidade

     

Bom fds!

 

MAIORES ALTAS

Americanas (AMER3): 7,22%

CSN Mineração (CMIN3): 6,67%

Qualicorp (QUAL3): 6,24%

Continua após a publicidade

Eneva (ENEV3): 6,15%

CVC (CVCB3): 5,75% 

 

MAIORES BAIXAS

Copel (CPLE6): -1,96%

Embraer (EMBR3): -1,62%

Klabin (KLBN11): -1,31%

Continua após a publicidade

Hapvida (HAPV3): -1,26%

Locaweb (LWSA3):  -1,07%

Ibovespa: 1,23%, aos 108.963 pontos. Na semana, -0,70%.

 

Em Nova York

S&P 500: 2,28%, aos 3.895 pontos

Nasdaq: 2,56% , aos 10.569 pontos

Dow Jones: 2,12%, aos 33.629 pontos

Dólar: -2,16%, a R$ 5,23. Na semana, -0,83%.

 

Petróleo

Brent: -0,15%, a US$ 78,57. Na semana, -8,5%

WTI:  0,14%, a US$ 73,77. Na semana, -8,1%

 

Minério de ferro: 1,85%, negociado a US$ 124,65 por tonelada no porto de Dalian (China)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.