Resultados da Microsoft e receio de outros balanços tech derrubam futuros em NY

Tesla e IBM vão revelar seus resultados hoje a investidores que temem os efeitos da situação macroeconômica de 2023 sobre as empresas. Enquanto isso, faria limers acompanham viagem de Lula ao Uruguai.

Por Bruno Vaiano e Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h42 - Publicado em 25 jan 2023, 08h28
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Em Wall Street, os futuros amanheceram em uma queda acentuada para os padrões do pré-mercado: a Nasdaq, recheada de papéis do setor tech, caía 1,14% às 8h da manhã. 

É que a Microsoft divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2023 ontem à noite. A empresa registrou um lucro líquido de US$ 16,4 bilhões, o que representa uma queda de 12% em relação aos mesmos três meses de 2021 (o lucro por ação caiu de US$ 2,48 para US$ 2,20). A receita cresceu apenas 2%, o ritmo mais lento desde de 2016.

Com o relaxamento global das restrições contra a pandemia – e, em vários escritórios, a volta ao trabalho presencial –, houve uma queda natural na demanda por PCs. As vendas de computadores domésticos caíram 28% do 4T21 para o 4T22, o que gerou um tropeço similar nas receitas oriundas dos sistemas operacionais Windows que vêm instalados na maior parte dessas máquinas: -27%.

Tudo bem que Windows é coisa do passado: o Janelas (rs) é responsável por apenas 10% do que entra no caixa da empresa, hoje. Um dos carros-chefes da Microsoft contemporânea é o serviço de cloud computing Azure. 

As receitas oriundas desse produto cresceram 31% na base anual – um número que veio acima das previsões de Wall Street. Até aí, tudo bem. O problema é que a CFO Amy Hood já deu a letra: para o próximo balanço, o do 1T23, os investidores já podem se preparar para um crescimento de apenas 15% na grana gerada pela nuvem de Bill Gates (vale dizer que as ações da empresa iam bem na madrugada até a executiva dar essa declaração – que inverteu a cotação de +4% pra -1%). 

Semana passada, a Microsoft já havia anunciado 10 mil demissões, e nesta madrugada, houve uma queda generalizada em serviços da empresa como Teams e Outlook – queda que países de outros fusos horários já encaram e que os usuários americanos estão descobrindo conforme acordam. Ah, o inferno astral. Às 7h40, os papéis da empresa caíam 2,11% no pré-mercado.

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Hoje será um dia com agenda de indicadores calma – nenhum dado macroeconômico de peso está programado para o Brasil ou para os EUA. Em Wall Street, as emoções ficam por conta de alguns balanços importantes: Boeing e a gigante de telecomunicações AT&T anunciam seus resultados agorinha, antes do mercado abrir, enquanto IBM e Tesla deixaram seus relatórios trimestrais para depois do pregão. 

Os dados dessas gigantes serão um teste para o coraçãozinho dos investidores pessimistas, a julgar pela reação negativa ao balanço da Microsoft e pelo medo generalizado com a contração da economia americana em 2023 (no caso específico da Tesla, também é hora de colher os frutos da aventura de Musk na gerência do Twitter). As big techs e outras empresas que vendem produtos de alto valor agregado não estão imunes às idas e vindas da economia global, e a digestão desse fato causa mau humor nos indicadores. 

No Brasil, os faria limers devem acompanhar atentamente a visita de Lula e Haddad ao Uruguai – a dupla quer convencer o presidente Lacalle Pou de que priorizar relações comerciais com a China não é uma boa, e de que o pequeno país deve estreitar os laços com o Mercosul. Outro ponto focal é Jean Paul Prates, que deve ser aprovado nesta quinta (26) pelo Conselho de Administração para assumir a presidência da Petrobras. Por fim, os fofoqueiros corporativos de plantão podem se refestelar com a lista de 7,9 mil credores que a Americanas acaba de entregar à 4ª Vara Empresarial do Rio. 

Assunto para a fila do quilo. Bons negócios! 

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,53%

Futuros Nasdaq: -1,14%

Futuros Dow: -0,69%

*às 8h05

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market facts

Vibra corta laços com Americanas

Vibra Energia notificou a Americanas do encerramento da parceria que criou a Vem Conveniência, uma joint venture que operava lojas de conveniência das marcas Local Americanas e BR Mania. A parceria havia começado em fevereiro de 2022 e dava 50% de participação para cada companhia. Em fato relevante emitido ao mercado, a Americanas disse que foi pega de surpresa pela notificação da Vibra: “não houve qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia”. Depois do anúncio, as ações da Vibra fecharam em alta de 3,68%, a R$ 15,46. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

China: mercados fechados até sexta para feriadão de Ano-Novo.

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Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,57%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,10%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,49%

Bolsa de Paris (CAC): -0,42%

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*às 8h10

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): bolsas fechadas para feriado de Ano-Novo.

Bolsa de Tóquio (Nikkei): +0,35%

Hong Kong (Hang Seng): bolsas fechadas para feriado de Ano-Novo.

Commodities

Brent: 0,37% a US$ 86,45 o barril

*às 7h04

Minério de ferro: 0,24%, a US$ 125,80 a tonelada, na bolsa de Cingapura

Vale a pena ler:

Google teme corrida tecnológica contra ChatGTP

Já falamos aqui do ChatGPT. Ele é uma inteligência artificial que consegue produzir textos inteiros a partir de pequenas instruções do usuário – tipo “invente um conto de fadas como os da Disney” ou “escreva uma receita de bolo no estilo de Bob Dylan”. Ele também consegue gerar ideias novas, como sugestões de presente de aniversário ou novas pautas para reportagens. 

O programa foi desenvolvido pela OpenAI, uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve pesquisas em inteligência artificial – eles também são os criadores do DALL-E, aquele software que cria imagens a partir de descrições em texto. A instituição recebe um investimento estratosférico de várias big techs, inclusive do Google. E agora, a empresa começa a ficar preocupada: num futuro palpável, a financiada pode superar o financiador. Entenda nesta reportagem do New York Times, traduzida pela Folha

Como resolver a crise imobiliária chinesa?

As incorporadoras estão passando por maus bocados na China. As vendas caíram 24% em 2022 – a maior queda desde que os dados começaram a ser disponibilizados, em 1992. Já o investimento em imóveis (ou seja, propriedades compradas para serem fonte de renda, e não moradia) caiu 10% em um ano. Essa é a primeira queda já registrada no setor, que costumava ser o alicerce inabalável da economia chinesa: por lá, o mercado imobiliário corresponde a 20% do PIB. Construtoras mastodônticas como a Evergrande (que prometeu um plano de reestruturação para julho do ano passado e ainda não entregou) não estão terminando apartamentos vendidos na planta e acumulam dívidas gigantescas com bancos estatais. A Economist explica o que o governo e o setor privado têm feito para contornar a crise.

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EUA, antes do pregão: Boeing e AT&T
EUA, depois do pregão: Tesla e IBM 

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