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Breno Paquelet

É especialista em negociações estratégicas, professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), consultor e autor

Há três tipos de empatia. Você tem algum deles?

Empatia cognitiva, empatia emocional ou preocupação empática? Confira o artigo de Breno Paquelet

Por Breno Paquelet
Atualizado em 23 jan 2020, 14h16 - Publicado em 23 jan 2020, 14h09
diversidade ambiente de trabalho
Colegas: empatia emocional e a preocupação empática dependem de conexão emocional (Christina @ wocintechchat.com/Unsplash)
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Empatia é uma palavra muito ouvida atualmente, mas que recebe múltiplas interpretações. De forma simples, significa conseguir se colocar no lugar do outro. Mesmo entendendo o significado, é difícil praticar no dia a dia, pois depende de como administramos alguns instintos básicos, como impor nosso ponto de vista, reagir, julgar e responder instantaneamente.

Primeiramente, é preciso desmembrar a empatia. Apesar de ser vista como um atributo único, o autor Daniel Goleman (principal referência sobre Inteligência Emocional) identificou três tipos distintos de empatia:

Empatia Cognitiva: habilidade de entender o ponto de vista da outra pessoa.

Empatia Emocional: habilidade de sentir o que o outro sente.

Preocupação Empática: capacidade de sentir o que o outro precisa de você.

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A empatia emocional e a preocupação empática dependem de conexão emocional. Por isso, demandam um exercício contínuo para serem aplicadas na prática. Já a empatia cognitiva é uma habilidade básica que, com um pouco de reflexão e abertura, pode ser incorporada ao dia a dia de qualquer profissional. Falarei sobre ela neste primeiro artigo.

A habilidade de entender o ponto de vista da outra pessoa pressupõe que existem diferentes visões válidas sobre o mesmo ponto. Antes de tentar impor nossa visão, precisamos refletir que ele não é uma “verdade absoluta”. É comum ver isso em empresas, onde áreas distintas possuem visões completamente opostas sobre o mesmo fato, causando generalizações e julgamentos sobre o comportamento do outro: “comercial quer vender de qualquer forma, sem se preocupar com a inadimplência dos clientes”, “financeiro adora rejeitar clientes”, “jurídico faz de tudo para travar negócios”, “operações se preocupa demais com detalhes”. Você se identifica com algumas dessas frases?

Essas conclusões desconsideram que todos querem o melhor para a empresa, só que buscam isso através de caminhos distintos, já que partem apenas do próprio ponto de vista. O “comercial” acha que vai conseguir esse objetivo obtendo mais clientes/vendas. O “financeiro” considera que o importante é ter baixa inadimplência e reduzir custos. O “jurídico” deseja reduzir riscos; “operações” se preocupa em executar do que foi prometido. Todas essas visões são válidas e refletem os desafios, experiências passadas e pressões do dia a dia de cada área. Tentar impor sua verdade, sem considerar a forma como o outro enxerga a situação, só gera distanciamento, frustração e adoção de soluções simplistas.

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Existem diversos caminhos para chegar ao mesmo lugar e ter curiosidade para entender como o outro pensa, mesmo que em um primeiro momento pareça irracional, é essencial para qualquer discussão produtiva. Muitos consideram que se abrir e tentar entender o outro lado significa concordar ou ceder. Porém, esse não é um ato de benevolência, mas, sim, um movimento inteligente e sensato. Quando se sentem ouvidas e compreendidas, as pessoas se tornam muito mais dispostas a também ouvir e entender. Em alguns momentos, podem até mudar de opinião. Quando sentem que o outro lado está fechado, passam a defender de forma rígida a validade de seus argumentos, gerando impasses.

Atualmente, com empresas menos hierarquizadas, é cada vez mais necessário convencer pares e pessoas de outras áreas a direcionar seus recursos (tempo, atenção, esforço e dinheiro) para a realização de tarefas. Conseguir isso sem exercer poder formal é um grande desafio e a empatia é essencial para cumpri-lo.

Breno Paquelet
(arte/Você S/A)
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