Olimpíada prova que equipes de alto desempenho têm boa relação de confiança
Vale para estar no alto do pódio ou para aumentar em 76% o engajamento no trabalho.
om certeza, você já ouviu falar que a confiança é um elemento importante na relação com a liderança direta. Isso impacta na eficiência, no desempenho, no alcance de resultados e na superação de metas. Porém tais frutos dependem também da relação entre as pessoas que compõem um mesmo time.
Diferentes pesquisas já investigaram essa questão, mas um episódio recente nas Olimpíadas de Paris demonstrou de maneira prática como age um time cuja relação é baseada na confiança. Estou me referindo às atletas que, pela primeira vez na história do Brasil, conquistaram a medalha de bronze por equipes na ginástica feminina — além da vitória mais recente da Rebeca Andrade, que levou neste dia 5 o ouro na final de solo.
Antes de mais nada, é importante explicar que confiar não é um “verbo mágico”, capaz de, por exemplo, garantir vitórias olímpicas. O alto rendimento, seja no esporte seja no mundo corporativo, é algo complexo e que depende de inúmeros fatores – um ambiente seguro psicologicamente, no qual há confiança, é apenas um desses vários fatores.
Palavras de apoio
Isso posto, vamos ao episódio: a apresentação da Rebeca na prova por equipes. Mais especificamente, os bastidores dela.
Algumas coberturas jornalísticas mostraram Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira vibrando pela Rebeca durante seu solo. Do lado de fora do tablado, as ginastas torciam e gritavam orientações como “respira” e “abaixa o ombro”.
O alto rendimento, seja no esporte seja no mundo corporativo, é algo complexo e que depende de inúmeros fatores.
Essa cena poderia passar batida se não fosse um detalhe: de acordo com as regras da ginástica artística, os/as treinadores/as não podem falar durante a apresentação, mas as atletas, sim. E foi isso que as ginastas brasileiras fizeram.
Quando Rebeca começou a sua apresentação, as jovens não ficaram paradas, apenas olhando a colega. De alguma forma, elas preencheram a “ausência” da liderança, quase como fazendo as vezes de treinadoras.
No calor da competição, elas formaram uma voz uníssona, apoiando a atleta, cuidando, torcendo e ajudando a manter o ânimo durante a prova. Comportamentos que só poderiam ser vistos em um time coeso, no qual há harmonia, alinhamento, união e, claro, confiança.
Destaco esse episódio porque, não raras vezes, depositamos na relação entre líder e equipe todo o sucesso de uma realização. Contudo, os vínculos formados dentro de um time são tão importantes quanto para o alcance de um resultado.
Maior a confiança, maior o desempenho
Paul J. Zak, criador da ferramenta NeuroView, percebeu ao longo de anos de pesquisa que uma cultura de alta confiança melhora a forma como as pessoas tratam umas às outras e a si mesmas, além de impactar positivamente o desempenho.
não raras vezes, depositamos na relação entre líder e equipe todo o sucesso de uma realização. Contudo, os vínculos formados dentro de um time são tão importantes quanto para o alcance de um resultado.
Alguns dos achados do estudo do neuroeconomista renomado são que, em ambientes de alta confiança, as pessoas:
- Apresentam 11% mais empatia pelos demais indivíduos ao redor;
- Sofrem 40% menos burnout;
- Têm um senso de realização 41% maior;
- Sentem-se 50% mais produtivas
- Estão 76% mais engajadas no trabalho.
Todos esses dados demonstram que o efeito de uma cultura de confiança é amplo e profundo, podendo levar a grandes resultados – tanto no meio corporativo quanto no contexto olímpico.