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Praticar esportes é bom para a carreira das mulheres

Sete em cada dez executivas dizem que a atividade ajuda a melhorar competências de liderança e networking

Por Katia Cardoso
Atualizado em 23 dez 2019, 12h22 - Publicado em 29 mar 2018, 17h00
A jogadora de basquete Paula, a Magic Paula, que inspirou o nome de um grupo de mulheres que se reúne para praticar o esporte em São Paulo  (Luludi/Estadão Conteúdo)
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É fato que atividades físicas fazem bem para a saúde, inclusive a emocional, de homens e mulheres. “O esporte ajuda a liberar o estresse e melhora a concentração, a memória e o raciocínio”, afirma Marcio Atalla, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento. O que nem todos se dão conta é dos benefícios extras que a prática pode trazer para o time feminino.

Entre os principais estão mais autoconfiança e maior facilidade para cultivar uma rede de contatos. Um estudo da associação de atletas Women Athletes Business Network com 400 executivas de vários países mostrou que 74% das praticantes de esporte atribuem à atividade a melhora nas competências de liderança e networking – um ganho importante, já que uma pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) indicou que as brasileiras são as que menos desenvolvem conexões profissionais.

Malu Weber, 48 anos, diretora de comunicação e relações públicas para a América Latina da Johnson & Johnson Medical Devices, já fez atletismo, handebol e tênis e atualmente é adepta do surf. “Com o esporte, conquistei controle emocional, mais disciplina e coragem de enfrentar o novo”, diz. “Aprendo muito com o mar e trago as experiências que tenho na água para o mundo corporativo, como manter a calma mesmo quando um evento adverso me derruba.”

NETWORKING NAS QUADRAS

A prática de exercícios entre as mulheres é 40% inferior a dos homens, de acordo com o estudo Atividades físicas e esportivas e mulheres no Brasil, da professora Helena Altmann, da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Foi com o objetivo de chamar a atenção para essa realidade que surgiram grupos como o Magic Minas, de São Paulo, criado para facilitar o acesso feminino aos esportes coletivos. “Tudo começou em 2016, quando uma turma de amigas se reuniu para jogar basquete sem compromisso”, diz Andrea Nunes, uma das primeiras integrantes. “O time cresceu e ganhou esse nome em homenagem à jogadora Paula.”

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Quando conheceu o Magic Minas, em março do ano passado, a jornalista Elizângela Marques, 32 anos, estava desempregada. “Com os treinos, passei a ter mais autoconfiança”, conta. Elizângela acredita que os benefícios emocionais trazidos pela atividade foram relevantes para que, cinco meses depois, ela se recolocasse no mercado.

Outra que participa do projeto é Camila Guerreiro, 40 anos, professora de Educação Física. Foi durante os dias de convivência na quadra que soube de uma oportunidade de emprego que seria perfeita para sua companheira. “Todo o processo entre o envio do currículo e a contratação não demorou mais do que dez dias.” Camila atua como voluntária no Magic Minas e orienta até quem se aventura pela primeira vez no esporte. “Aprendi a observar mais os alunos e realmente ajudá-los a desenvolver suas capacidades cognitivas e a conviver em grupo.”

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