Salários e carreiras quentes: Saiba o que esperar do mercado financeiro em 2025
Novas tecnologias estão sendo implementadas na velocidade da luz. Veja como isso afeta os cargos e salários do setor no ano que vem.
ão se entra no mesmo rio duas vezes – tampouco no mercado financeiro. Novas dinâmicas do Open Finance, tecnologias bancárias evoluindo em velocidade da luz, o surgimento de um exército de fintechs com propostas cada vez mais personalizadas… essa competitividade extrema deve continuar sendo realidade do setor em 2025 – e impacta diretamente o perfil e salário de seus profissionais.
É isso que mostra o Guia Salarial da Robert Half, divulgado com exclusividade pela Você S/A (e disponível na íntegra no finalzinho desta matéria). Segundo Sara Santos, gerente de recrutamento da consultoria, o ponto central não está exatamente no uso dessas tecnologias (que já são realidade do setor há algum tempo), e sim na velocidade que elas adicionam aos processos. Está tudo mais rápido, mais conectado, mais globalizado e simultaneamente mais personalizado – e, para perseverar, o profissional deve estar preparado para lidar com essa realidade.
Nesse sentido, já não basta mais apenas o inglês fluente. Segundo a especialista, o espanhol e mandarim são muito bem-vindos. “Muitas empresas têm filiais em outros países. Saber além do inglês é um diferencial imenso”, argumenta Santos. Especialmente para o entendimento de regulamentações exteriores e para manter um relacionamento com clientes.
Em relação das competências técnicas, Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half na América do Sul, argumenta que o melhor é não tentar inventar a roda. Com tanta tecnologia e novidade surgindo no mercado, vence quem souber fazer o básico com excelência. Algo que, segundo ele, está em falta no mercado.
Além desse conhecimento, Sara argumenta que o mercado financeiro carece de profissionais com pensamento crítico. Leia-se: procura-se inteligência emocional. “Com todas essas mudanças, essa pessoa precisa ter um senso de adaptabilidade muito forte, e conseguir lidar com as frustrações no final do dia”, explica. Comunicação assertiva também faz falta – e é essencial para quem quer se destacar no setor.
Híbrido for the win
Não há segredo: há um movimento generalizado das empresas de apertarem o cerco do presencial. Para Mantovani, ele deve predominar em 2025. “É difícil que essa balança volte a pesar para o remoto”, disse à VCSA.
Indo contra a maré, Sara argumenta que a tendência para o mercado financeiro ainda não é o retorno 100%. Apesar de isso ser verdade nos bancões tradicionais, nos bancos de investimento, startups e fintechs, a realidade é outra. Muitos nascem no modelo híbrido, e pretendem continuar dessa forma apesar da pressão pelo tête-à-tête. “Não é uma briga ganha”, diz.
Confira os dados
Cargos mais demandados
- Associate de fusões e aquisições
- Vice-presidente/gerente de crédito e risco
- Associate de compliance/auditoria/controles internos
- Diretor(a) de finanças
Áreas com maior demanda
- Comercial
- Compliance/auditoria/controles internos
- Crédito e risco
- Fusões e aquisições
Habilidades técnicas mais demandadas
- Técnicas
- Gestão de riscos financeiros
- Finanças corporativas
- Regulamentação financeira
- Idiomas
Habilidades comportamentais mais demandadas
- Inteligência emocional
- Pensamento crítico
- Gestão de stakeholders
- Comunicação
Certificações mais demandadas no mercado financeiro
- CFA
- CFP
- CGA
- ESG
Empresas que mais contratam
- Bancos de investimentos
- Meios de pagamentos
- Fintechs
- Fundos de private equity
Como ler a tabela
Dividiu-se o salário de cada cargo em três percentis:
- 25°: pessoa nova na função, com pouca ou nenhuma experiência; necessita de mais instruções ou supervisão para realizar as tarefas diárias.
- 50°: tem experiência para assumir responsabilidades de forma consistente, sem supervisão direta; familiarizada com processos e assuntos da função;
- 75°: possui qualificações diferenciadas, além de especializações e certificações; pessoa pronta para avançar na carreira.
Nos cargos seguidos de P/M/G, isso diz respeito ao tamanho das empresas. P/M são empresas de pequeno e médio porte, com faturamento de até R$ 500 milhões ao ano. G são empresas de grande porte, com faturamento acima de R$ 500 milhões.
O salário dos cargos listados neste guia não incluem bônus, benefícios e outras formas de remuneração.
Veja o Guia Salarial da Robert Half em outros setores: