Você faz “coffee badging”? Conheça estratégia para fugir do presencial usada por 58% dos americanos
Segundo pesquisa da Owl Labs, essa é uma nova tendência do trabalho híbrido nos Estados Unidos. Saiba se você ou seus colegas têm culpa no cartório.
hegar ao presencial, fazer uma média com o chefe, tomar um cafezinho e depois… ir embora. É nisso que se resume o “coffee badging” (bater o crachá com café, em tradução livre), nova tendência dos trabalhadores híbridos identificada por uma pesquisa da empresa de soluções de videoconferência Owl Labs.
Segundo o levantamento, 58% dos colaboradores entrevistados têm culpa no cartório. Ainda, 8% afirmou que nunca fez, mas têm interesse em começar a fazer. Apenas 34% afirmou que, nos dias presenciais, faz o dia de trabalho completo.
A pesquisa também traz um recorte de gênero e idade: homens tendem a praticar mais coffee badging do que mulheres (62% ante 38%). Ainda, entre os trabalhadores híbridos, 63% dos Millennials praticam coffee badging, em comparação com 54% da Geração X, 43% da Geração Z e 38% dos Baby Boomers.
A companhia entrevistou 2 mil trabalhadores com mais de 18 anos nos Estados Unidos, que trabalhavam em empresas que tinham mais de 2 funcionários. Os dados foram coletados em junho de 2023.
Sintoma de pseudoprodutividade
Essa ideia de associar presencial a produtividade reitera outro novo conceito do mundo corporativo, a pseudoprodutividade. Em linhas gerais, ela funciona da seguinte forma: vamos usar o esforço visível como um indicador de atividade útil. Vulgo: ver que você está fazendo algo é melhor do que não ver você fazendo algo. Não importa o que esse algo seja.
Portanto, estabelece-se aquele modelo clássico (e hoje já notoriamente ultrapassado) de trabalho: os funcionários se reúnem em escritórios durante oito horas, ficam sentados juntos por aquele tempo, seus líderes, chefes e superiores observam-os enquanto eles fazem as coisas que precisam.
Como você mostra mais produtividade nesse sistema? Só chegar mais cedo e sair mais tarde do escritório, claro. “Essa é uma noção clássica de pseudoprodutividade: atividade é o que é valioso”, argumenta Cal Newport, especialista no assunto, no mais recente episódio de seu podcast, Deep Focus.
Isso faz com que o trabalho dos gestores seja muito mais fácil – e que o dos criadores seja miserável. Afinal, estar presente fisicamente no escritório e ser observado pelo seu chefe não te ajuda a ser mais produtivo – muito pelo contrário. Por isso mesmo os trabalhadores criam estratégias, como o coffee badging, para escapar das garras da vigilância deste modelo notoriamente ultrapassado de pensar no trabalho.
“A criação é melhor servida quando composta por uma mistura de autonomia e responsabilidade. Do tipo: eu sei o que eu preciso fazer, veja o que eu fiz, me diga se está de acordo; ao mesmo tempo que me deixe sozinho para que eu consiga fazê-lo de fato”, explica. Você pode entender melhor sobre o fenômeno aqui – e como combatê-lo.