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Armando Lourenzo

Doutor e Mestre em Administração pela FEA/USP. Presidente do Conselho Consultivo do EY Institute. Líder de Consultoria da Lourenzo: Gestão e Estratégia. Professor da FIA e Casa do Saber. Palestrante. Escritor.
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O trabalho sempre vai existir, mas não da maneira como o conhecemos

O número de empregos nos moldes tradicionais deve diminuir cada vez mais, enquanto os PJs ganham espaço. Você está preparado?

Por Armando Lourenzo
Atualizado em 27 set 2022, 15h29 - Publicado em 27 set 2022, 15h28
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 (Morsa Images/Getty Images)
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Então você chegou a uma boa posição profissional. Parabéns! Está empenhado em se aprimorar para se manter em seu cargo e almeja maiores posições dentro da sua empresa. Isso é ótimo, pois, para ser um bom profissional, é necessário esforço contínuo.

Agora, faço uma provocação: E se você for demitido amanhã, o que fará? Já se questionou sobre isso? Temos de nos fazer essa pergunta todos os dias, pois ninguém mais tem garantia de emprego. As demissões podem ter causas variadas, e a realidade é que possuir competência para a função que você desenvolve pode não ser suficiente para mantê-lo na empresa.

Cada vez mais teremos menos empregos no formato que conhecemos. Mas também é fato que continuaremos tendo trabalho. Por isso, você precisa começar a considerar os novos formatos de relacionamento entre pessoas e empresas – um formato que colocará o profissional na posição de fornecedor de serviços para uma ou mais companhias, e não como empregado.

Com as novas formas de contratação, a revolução digital, a economia compartilhada, o desejo de flexibilidade de tempo no trabalho e qualidade de vida, todo o cenário empresarial irá mudar. O emprego mais duradouro não será mais a regra. O formato de remuneração mensal, que possibilita o financiamento de vários bens por um longo período, provavelmente não será o mesmo. A incerteza financeira será maior e, com isso, a estrutura de gastos pessoais ou o orçamento familiar também irão mudar.

Evidentemente que o emprego não desaparecerá totalmente, mas não haverá vagas suficientes para todos – pelo menos não da maneira como entendemos o conceito de “vagas de emprego” atualmente. A transformação digital pela qual as empresas estão passando e a automação de processos já estão fazendo com que parte dos cargos atuais desapareça ao mesmo tempo em que surgem outras profissões e modelos de trabalho.

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Nesse cenário, uma das alternativas é achar seu próprio talento e tornar-se um “você S/A”. Já pensou em vender sua expertise para mais de uma empresa? Uma reflexão importante é que não adianta ter somente competências técnicas. É necessário desenvolver capacidades de relacionamento e de vendas dos seus próprios serviços, por exemplo.

As perguntas que chamam a atenção são: Todas as pessoas que optarem por ser um “você S/A” terão habilidades para prospectar clientes, divulgar serviços, relacionar-se e fechar negócios com as empresas? Você está preparado?

Estas mudanças farão com que as pessoas tenham de se transformar intensamente. Você já está preocupado em desenvolver estas soft skills? Note que a velocidade da mudança poderá ser tão rápida que somente pensar no desenvolvimento de competências não será suficiente.

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Cada vez mais, o trabalho deve substituir o conceito tradicional de emprego. Uma ótima alternativa é buscar o perfil empreendedor que há dentro de cada um. Criar uma empresa – ou ser a sua própria empresa, vendendo suas habilidades – é uma tarefa desafiadora e que exige muita criatividade, garra, planejamento e desenvolvimento contínuo. Alguns entraves irão aparecer, mas é preciso seguir em frente com soluções diferenciadas, criativas e de baixo custo.

Quem opta por este caminho, na maioria das vezes, acaba direcionando seus esforços à ação sem antes trabalhar no planejamento, o que pode comprometer, e muito, o resultado do negócio. Isso não quer dizer que planejar seja garantia de algo, pois esse trabalho poderá ser feito de maneira incorreta.  Porém, dificilmente um projeto será bem-sucedido sem planejamento.

Quando ele é feito de maneira estruturada, é possível ampliar as chances de sucesso e, assim, garantir tanto a sobrevivência do empreendimento quanto o seu crescimento.

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Para um bom planejamento, a ação básica é o plano de negócios, que deve ser feito antes da abertura da empresa (ou do que você planeja para sua carreira independente). Assim, é possível visualizar o futuro de maneira mais ampla e estratégica.

Se como opção você considera a criação de um novo negócio, surge uma importante dúvida: Quem será o sócio? Como resposta, é comum que uma pessoa da família seja escolhida. Em tese, ela traz um dos critérios mais importantes: a confiança.

Você abriria um negócio com alguém da sua família? No próximo artigo vou tratar desse tema e sobre como se tornar um profissional empreendedor dentro das empresas, o que também pode ser uma alternativa de transformação.

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