8 filmes disponíveis no streaming para aprender mais sobre diversidade e inclusão
“A Tenente de Cargil", “Estrelas além do tempo” e "Green Book" são alguns dos títulos que nos ensinam conceitos sobre diversidade e inclusão. Veja a lista completa.
Com certa frequência, me pego pensando sobre qual é a melhor forma de aprender sobre temas como diversidade e inclusão. Sei que essa pergunta não tem uma única resposta e depende muito do contexto — podemos aprender de várias formas, seja convivendo com grupos de afinidade, treinamentos ou leituras.
O mais importante, seja qual for o caso, é aumentar a representatividade à nossa volta e criar novas associações mentais. Precisamos reeducar nosso cérebro e parar de associar pensamentos negativos às pessoas de grupos minorizados, algo que pode acontecer até mesmo inconscientemente.
Para quebrar esse ciclo, filmes podem ser uma ferramenta valiosa. Ao mesmo tempo em que nos divertem, também provocam reflexões profundas. Afinal de contas, quem nunca se colocou no lugar de uma personagem? Essa nada mais é do que uma forma excelente de exercitarmos a nossa empatia.
A seguir, compartilho alguns dos meus filmes preferidos. Você já assistiu a algum deles?
“Estrelas além do tempo”, indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2017. O filme retrata o racismo e o machismo que três mulheres negras sofrem ao trabalhar em posições de destaque na NASA nos anos 1960. O grande diferencial é não definir as personagens pelos preconceitos que sofrem, mas por suas conquistas.
“Extraordinário”, inspirado no best-seller homônimo escrito por Raquel J. Palacio. O filme conta a história do menino Auggie que, em razão de problemas genéticos, precisou fazer diversas cirurgias no rosto. Por meio de uma linguagem simples, traz lições sobre conflitos familiares, discriminação e bullying no ambiente escolar.
“Green Book”, vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2019. A narrativa traz a história de Don Shirley, pianista negro que contrata Tony Vallelonga, um homem branco, como seu motorista. Com senso de humor, trata sobre situações de racismo e sobre a necessidade de aprender sobre o ponto de vista das outras pessoas.
“Milagre da cela 7”, dirigido por Mehmet Ada Öztekin. O enredo gira em torno de Memo, um homem com deficiência intelectual, e sua relação com sua filha, Ova. Além de tratar de temas como preconceito e injustiça, o filme também traz percepções sobre o intercâmbio entre culturas.
“A Tenente de Cargil”, inspirado em fatos reais e produzido pela Netflix. O filme conta a história da Tenente Gunjan Saxena, primeira mulher a pilotar um helicóptero de combate, durante a Guerra de Cargill, em 1999. Em geral, a trama demonstra um ambiente de exclusão, com diversos desafios que as mulheres precisam se submeter, injustamente, para conquistar os mesmos direitos que os homens.
“Como estrelas na Terra”, produzido pela Netflix. Ao contar a história de Ishaan Awasthi, um menino que tem dislexia, a história aborda o papel do ambiente escolar na formação de pessoas que reconhecem e exploram as próprias potencialidades. Em contraponto, faz crítica aos sistemas educacionais que, em suas próprias essências, são excludentes e competitivos.
“Hoje eu quero voltar sozinho”, dirigido por Daniel Ribeiro e vencedor do Teddy Award. Com sensibilidade e humor, o filme conta as dificuldades de Leo, um adolescente que nasceu cego, para conquistar sua independência e descobrir sua sexualidade. Um dos pontos importantes da narrativa é a relação entre Leo e a superproteção de sua mãe.
“Janela da Alma”, dirigido por João Jardim e Walter Carvalho. A partir de 19 entrevistas, o documentário enfrenta o tema da visão como uma construção cultural — a partir dos pontos de vista de distintos graus de acuidade visual que vão de miopia à cegueira. O título remete à frase de Leonardo da Vinci: o olho é a janela da alma. Dentre as pessoas entrevistadas estão o músico Hermeto Pascoal, o escritor José Saramago e o poeta Manoel de Barros.