Saiba quando usar a palavra “enquanto”
O professor Diogo Arrais explica que o uso correto do "enquanto" exige a correlação de tempo verbal
Quem se dedica a conhecer mais a Língua Portuguesa consegue redigir textos organizados; consegue usar variados conectivos; causa, consequentemente, boa impressão.
No corre-corre, terão tempo os executivos para pensar na palavra exposta? Tempo têm; alguns ainda não se dedicam ao real valor (até mesmo monetário) de um discurso fluido, didático e transformador.
Reuniões improdutivas, sem a consciência do tempo, com apresentações confusas refletem em ações desordenadas: será a equipe desqualificada ou venha faltando didática para expor sobre uma tarefa? Exposições qualificadas têm uma série de exemplos concretos; fazem sentido e não desperdiçam palavras.
O que fazer, então?
Dedicar-se à escrita, à produção de um roteiro, sobre os temas mais comuns no cotidiano profissional. Com a autocrítica, podem ser eliminados “é, né, tá, aí, então, tipo” e tantos outros excessos.
No entanto, é preciso tomar cuidado com os exageros, uma vez que “naturalidade” não combina com excessos: uma apresentação muito formal pode distanciar ainda mais o comunicador (existem os que simplesmente podem sorrir mais, demonstrando simpatia e leveza). A questão aqui não é a busca pelo preciosismo.
Pronúncia e erros básicos
Com a dedicação à leitura e à avaliação do discurso, desvios tendem a desaparecer: gerundismos, discordâncias verbais e nominais, erros ortográficos.
Um vício atual
Dentre os mais estranhos modismos, um está em usar “enquanto” no sentido de “na função de” ou “sob o aspecto de”:
“Ele, enquanto presidente, deve assumir todos os riscos da Economia.”
A palavra “enquanto” indica tempo simultâneo e exige correlação de tempo verbal. Vejamos o uso correto:
“A inflação cresceu enquanto a renda dos assalariados caiu.”
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