Veja como evitar estrangeirismos no seu vocabulário
Alguns termos já são comuns no dia a dia, como "delivery" e "home office". Mas, o uso exagerado de estrangeirismo pode causar uma comunicação confusa.
Durante este ano enigmático de 2020, alguns termos passaram a ser mais usados “live”, “delivery”, “home office”. Com o ano do coronavírus, uma frase típica dos estrangeirismos no mundo digital:
“No meu day off, vão decretar lockdown?”
Como estamos cuidando dos nossos textos e discursos? Andam sendo, de fato, produtivos, compreendidos? Recordo um pensamento de Roman Jakobson:
“Em matéria de língua não há propriedade privada; tudo é socializado.”
Longe de purismos, a questão aqui é alertar sobre os riscos de uma comunicação confusa, sem qualquer revisão vocabular, a fim de que leitor (ouvinte) possa entender a mensagem, principalmente se tais textos tiverem o objetivo comercial.
DELIVERY ou ENTREGA EM DOMICÍLIO
Apesar de “delivery” ser uma palavra da moda, podemos entender a origem do termo “domicílio”.
Provém do latim domicilium; representa a residência fixa, habitual. É o local onde se considera estabelecida uma pessoa para os efeitos legais.
Gramaticalmente, existem “a domicílio” e “em domicílio”, mas a forma a ser escolhida dependerá da regência do verbo ou do nome.
Domingos Paschoal Cegalla argumenta:
“A expressão ‘a domicílio’ complementa verbos que pedem a preposição A. Exemplo: Levam-se encomendas a domicílio. (Leva-se algo a algum lugar)”
Continua o gramático:
“Se o verbo exige a preposição ‘em’, a expressão adequada é ‘em domicílio’. Exemplo: Atende-se em domicílio. (Atende-se alguém em um lugar)”
À visão da gramática normativa, a forma lógica e correta é “entrega em domicílio”.
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