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É verdade que as dívidas somem depois de cinco anos?

Sim. Depois de meia década, o nome sai do cadastro de devedores. Só que isso não significa que os bancos vão esquecer aquela dívida não paga.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 20 Maio 2021, 18h33 - Publicado em 10 Maio 2021, 08h00
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 (Tayrine Cruz/VOCÊ S/A)
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Sim. Mas, antes de planejar o calote perfeito, você precisa de mais informações. Primeiro: o Serasa e os outros birôs de crédito têm dois tipos de cadastro. O cadastro negativo, esse que deixa você com o nome sujo na praça, e o positivo, que faz uma ficha corrida de todas as suas dívidas, quitadas ou atrasadas.

O que dura só cinco anos é essa informação negativa. Nada mais do que o banco colocando um neon piscante em cima do nome do caloteiro dizendo “cuidado”. Assim ninguém corre o risco de dar empréstimo sem saber que as chances de inadimplência são grandes.

Nesses cinco anos de aviso, a vida do devedor fica bem complicada. Cada vez que ele tentar pedir um cartão de crédito, trocar de empresa de internet, alugar um apê ou fazer um carnê nas Casas Bahia, o pessoal vai pensar duas vezes – e, se topar o risco, vai cobrar mais caro por isso.

Essa meia década terá uns outros probleminhas: ligações incessantes de cobranças, o risco de ir parar na Justiça e ter bens penhorados para pagar o débito. Tudo tranquilo… (só que não).

Aí veio o cadastro positivo, e complicou tudo. A lei permite que os Serasas da vida armazenem os dados de consumidores por 15 anos. Então, mesmo que tirem o alerta vermelho do nome, o estrago continuará lá por outros dez anos.

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Essa dívida não paga continuará a ser usada para calcular a nota do consumidor, o escore, no cadastro positivo. No fim, essa é a informação que vai ser usada para calcular quão bom cliente ele é.

Um jeitinho é o devedor sair do cadastro positivo. Aí a informação deixa de contar no escore. Mas o rebote vem: o birô rebaixa você só por não conhecer as suas informações completas.

Brincadeiras à parte, a maioria dos brasileiros nos cadastros de devedores não deu calote porque quis, mas porque enfrentou problemas financeiros, como demissão ou despesas inesperadas. Isso porque há 60 milhões de pessoas nessa situação – um em cada três brasileiros adultos. Quando não pagar certas dívidas passa a ser a regra entre as pessoas, não a exceção, o que temos é um problema crônico na economia de um país, não no caráter de seus habitantes.

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