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Qual a diferença entre lucro líquido, lucro bruto e fluxo de caixa positivo?

Os três números importam, cada um a sua maneira. Entenda aqui.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 9 set 2022, 08h36 - Publicado em 9 set 2022, 05h24
Ilustração de dois cifrões ($). Um é representado por um recipiente de vidro com líquido dentro, para representar o "líquido"; e o outro, para representar o "bruto", é um cifrão esculpido em pedra.
 (Taíssa Maia/VOCÊ S/A)
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A definição mais simples: lucro bruto é a receita menos o tanto que a empresa gastou para produzir ou adquirir as coisas que ela vende. O nome desse tanto, no idioma dos contadores, é “custo dos bens vendidos” (COGS, na sigla em inglês). E ele não inclui só o preço dos bens propriamente ditos. Entram também os gastos com envio e as comissões dos vendedores. Ou seja: tudo aquilo cujo custo varia de acordo com o volume de vendas.

Aquilo que não varia par e passo com as vendas, sai fora da conta. Então não entra o salário fixo dos funcionários, as despesas com aluguel, a grana que foi para publicidade, os gastos com seguros, a fatura dos cartões corporativos da diretoria, a conta de luz. Quando tudo isso entra na conta, mais impostos, juros sobre dívidas, e outras deduções contábeis mais complexas, temos o lucro líquido, que é o que conta no fim do dia.

Exemplo prático. A Magalu (MGLU3) reportou R$ 2,46 bilhões de lucro bruto no segundo trimestre de 2022. Isso era a receita (toda a grana que entrou na empresa, R$ 8,56 bilhões) menos o nosso amigo COGS (R$ 6,10 bilhões). Tal diferença significa uma “margem bruta” de 28% – guarde isso. 

Bom, só que mesmo assim a empresa não teve lucro líquido no trimestre. Descontadas as despesas operacionais e administrativas, mais impostos, juros e cia, o que ficou foi um prejuízo de R$ 135 milhões. 

Se o que mais importa é o lucro líquido, então, é perda de tempo olhar para o lucro bruto? Claro que não. Ele serve para mostrar o potencial da empresa. Se a margem bruta é razoável (e 28% é razoável), significa que o negócio dá dinheiro. Ponto. Problema mesmo seria se o COGS ficasse próximo demais da receita. Porque o custo dos bens vendidos é algo que, em grande parte, não depende da empresa. Depende do mercado todo. Já seus gastos com salários, aluguéis e giro de dívida a companhia pode ir lapidando com o tempo, de modo que uma parcela cada vez maior do lucro bruto se transforme em lucro líquido. Esse processo de otimização só não pode se arrastar por anos, senão os acionistas se cansam.

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