Imagem Blog

Guru

Perguntas & Respostas
Continua após publicidade

Qual é a ação mais cara do mundo?

Ela custa R$ 2 milhões, mais alguns tanques de gasolina.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 24 jun 2022, 20h02 - Publicado em 10 jun 2022, 14h27
-
 (Ana Kozuki/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

São os papéis “tipo A” da Berkshire Hathaway, o conglomerado de Warren Buffett. Trata-se de uma companhia de participações que detém fatias consideráveis da Apple, da Coca-Cola, do Bank of America e mais algumas dezenas de empresas. No final de maio, cada papel dela era negociado por US$ 463 mil – R$ 2,24 milhões.

Isso acontece porque as ações classe A da Berkshire nunca passaram por um “split”. Vamos lá. Ações são pedaços de uma empresa. Se ela tiver 1 milhão de ações no mercado e cada uma estiver cotada a R$ 100, a companhia vale R$ 100 milhões. Mas empresas não têm valor fixo, lógico. Se os lucros forem crescendo ao longo dos anos, mais gente estará a fim das ações. E o valor delas vai crescer. Às vezes, exponencialmente.

Pode chegar um momento em que essas ações de R$ 100 tenham subido para R$ 10 mil cada uma. O problema: não é todo mundo que tem R$ 10 mil na mão para comprar uma única ação. Menos gente passa a se interessar pelo papel. E isso sozinho pode pressionar a cotação para baixo. Mau negócio.

Compartilhe essa matéria via:

Para evitar isso, as empresas fazem splits. É como se, numa canetada, a companhia do nosso exemplo transformasse aquelas 10 milhões de ações iniciais em 1 bilhão. Aí, se você tinha uma ação de R$ 10 mil, passa a ter 100 papéis de R$ 100. E a vida de quem quer comprar fica mais fácil – tanto que nenhuma ação do Ibovespa custa mais de R$ 100 hoje. As últimas que subiram acima desse patamar passaram por algum split.  

Continua após a publicidade

Acontece que a Berkshire é uma das poucas empresas que nunca fez um split. Mas ela deu um jeito. Em 1980, suas ações valiam US$ 280. Em 1996, US$ 35 mil. Buffett, então, decidiu “recapitalizar” a companhia emitindo 517 mil novas ações e vendendo a 1/30 do preço das originais (pouco mais de US$ 1 mil cada uma). Essas novas ações passaram a ser chamadas de “classe B” (BRK-B) – e as originais, de “classe A” (BRK-A). Os acionistas que tinham BRK-A ganharam o direito de trocar cada uma delas por 30 BRK-B. Muitos fizeram isso (e ainda fazem), para ter como vender na bolsa com mais facilidade. 

De lá para cá, o valor de mercado da Berkshire subiu de US$ 43 bilhões para os atuais US$ 678 bilhões. Como mesmo assim as ações A nunca passaram por um split, hoje cada uma vale um apartamento de alto padrão. Já as de classe B vivenciaram diversos splits, multiplicaram-se, e hoje são negociadas a 1/1.500 o valor da A: “suaves” US$ 300 a unidade. No momento, existem 1,9 bilhão de BRK-B (US$ 394 bilhões), contra só 613 mil de BRK-A (US$ 284 bilhões). Juntas, elas formam o respeitável valor de mercado da Berkshire.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.