No início de julho, eram 5.536. Um número 30 vezes maior que o de moedas de verdade, emitidas por governos. A real é que surge uma nova cripto a cada dia, praticamente. O bitcoin, criado em janeiro de 2009, foi a única criptomoeda por dois anos. Em 2011, começaram a vir mais: litecoin, namecoin, swiftcoin… Em 2014, já havia 15. Foi aí que surgiu a Pepsi das criptos, o ethereum – que viria a se consolidar como a segunda moeda digital em valor de mercado, atrás apenas da original.
O valor somado de todas as criptomoedas (pelas cotações do início de julho) é de US$ 1,44 trilhão. O bitcoin responde por 47% desse bolo. Existem 18,7 milhões de unidades dessa cripto no mundo. Cada uma cotada a US$ 35,5 mil. Total: US$ 666 bilhões. O ethereum vem em segundo lugar. Suas 116,5 milhões de unidades a US$ 2,3 mil cada lhe conferem US$ 274 bilhões em valor de mercado – 16,7% do total.
Ou seja: 64% de todo o mercado de cripto está em só duas das 5.536 moedas. A sete maiores (veja no gráfico), contando ethereum e bitcoin, respondem por 80%. Mesmo assim, a quantidade de criptomoedas que valem alguma coisa surpreende. O site Coin Market Cap lista todas as criptos por ordem de valor de mercado. A 50ª, uma certa Huobi, tem 170,7 milhões de unidades cotadas a US$ 10,8 cada uma. Dá US$ 1,8 bilhão. Respeitável.
Mas números assim enganam. Se você tiver uns Huobis na sua carteira digital, talvez não encontre alguém interessado em comprá-lo por US$ 10,8. Esse é o valor apurado a partir da última negociação. Alguém topou pagar US$ 10,8 pela coisa, e esse ficou sendo o preço.
Encontrar alguém que tope comprar os seus Huobis pelo mesmo tanto, ou mais, são outros quinhentos. Na rabeira daquelas com algum valor mensurável está uma tal Agrolot, 2522ª colocada na lista. Suas 88 milhões de unidades estão cotadas a US$ 4. Para as outras 3 mil criptos, o Coin Market Cap nem dá um valor de mercado, porque simplesmente não há mercado para delas – e provavelmente jamais haverá. Dinheiro, afinal, não dá em árvore.