Ninguém precisa de voz de locutor para gravar vídeos. Aprenda a gostar da sua
Sete dicas que podem ajudar você a gostar da sua voz e a aprimorar sua fala.
De todas as desculpas que recebo quando pergunto o motivo pelo qual as pessoas ainda não começaram a gravar vídeos para divulgar seus produtos/serviços, uma que se repete com frequência é: “não gravo porque detesto minha voz” ou “não gravo porque minha voz é péssima”!
E isso é muito sério porque, veja: a voz é o único “instrumento”. Ela não esta à venda nas lojas quando falamos sobre gravação de vídeos. Você pode comprar uma iluminação e um microfone mais potentes, pode comprar um celular mais moderno. Mas quando o assunto é a voz não tem jeito. Que tal parar de reclamar e pensar em fazer as pazes com ela de uma vez por todas?
Antes de partir para dicas mais práticas acho importante ter em mente que o que todo mundo reclama, na verdade, não é da voz em si, mas do que ouvimos quando nos escutamos numa gravação, porque não estamos acostumados com “essa voz”. Pra entender melhor o que estou falando sugiro voltarmos um pouquinho para as aulas de ciências. Quando você fala, seus ouvidos captam vibrações de duas maneiras diferentes. Em uma, elas saem pela boca e entram nos ouvidos. Por fora. Na outra, as vibrações das pregas vocais reverberam pela caixa craniana e chegam aos ouvidos. Por dentro.
Com uma caixa de som, por exemplo, é diferente. Ela joga no ar vibrações que são captadas pelos ouvidos. Dentro dos ouvidos existem ossos que recebem e mandam essas vibrações para uma estrutura que as transforma em sinais nervosos e as envia para o cérebro. É assim que a nossa cabeça distingue cada um dos sons e barulhos do ambiente. E é assim que você ouve sua voz gravada, portanto. Ou seja, você nunca vai se ouvir falando numa gravação da mesma forma como você se ouve normalmente.
Outra coisa: será que você não gosta do que ouve por culpa da voz exatamente? Ou será que o que te incomoda é a sua dicção? Ou seria a entonação? Já pensou se o problema não é a velocidade da fala? Pois pense nisso tudo e, da próxima vez que for reclamar da sua voz, uma ferramenta exclusiva, que ninguém no mundo tem igual, veja se não está confundindo as coisas.
Aproveito para lembrar que, claro, que existem profissionais da voz (fonoaudiólogos) que você pode consultar se sentir necessidade, e que vão promover evoluções maravilhosas quando o assunto é a sua oratória de um modo geral. Mas eu, como jornalista com quase 25 anos de experiência em frente as câmeras, sugiro que você siga algumas dicas que me ajudaram (sim, eu também detestava minha voz; e hoje amo, é minha marca registrada!):
Dica 1:
Grave muitos áudios e escute todos, só assim você vai se acostumar a se ouvir de uma maneira diferente.
Parece besteira, mas essa dica ajuda muito. Quando for mandar uma mensagem para um amigo, por exemplo, deixe o texto pra lá e grave um áudio. Em seguida escute esse áudio. Com o tempo você vai se familiarizar com sua voz gravada.
Dica 2:
Aprimore a dicção para que sua mensagem chegue clara a sua audiência.
Melhorar a dicção é como ganhar músculos, só é possível se você treinar. Sendo assim sugiro que você treine articulando bem as palavras. Abra bem a boca quando for gravar, principalmente na hora da pronúncia das vogais. Existem técnicas específicas para isso, mas o simples fato de você abrir mais a boca, já ajuda bastante na dicção.
Dica 3:
Dê ênfase as palavras.
A ênfase faz toda a diferença no seu discurso. Esse elemento faz com que o público entenda melhor a sua intenção com uma determinada mensagem. Portanto se você quer ressaltar pontos positivos ou negativos de uma determinada situação basta utilizar a ênfase para que as pessoas tenham maior facilidade de absorver o que está sendo proposto. Uma boa dica para aprender isso é ler em voz alta um texto qualquer. Durante a leitura pontue a fala dando ênfase no que julga ser mais importante.
Sugiro que você (mentalmente ou grifando as palavras), escolha as partes principais daquele texto e, quando estiver lendo, dê mais brilho na hora de falar aquelas palavras. Vale treinar também gestos e expressões faciais que, combinados com a voz, vão valorizar ainda mais o momento da ênfase.
Dica 4:
Capriche na entonação!
É a entonação que deixa claro uma pergunta ou uma exclamação, ou se uma ideia está sendo destacada, propõe reflexão, desperta atenção, transmite segurança e constrói uma imagem para o ouvinte. Quando você conversa, no dia a dia, você não “brinca” com diversas entonações? Então. Lembre-se de que o discurso é uma conversa entre você e seu público e que, portanto, essas modulações também devem variar.
Quanto mais expressivo você for, mais atrairá a atenção e a empatia da sua audiência. Com o tempo a ideia é que você consiga dar uma entonação maior em palavras que julgue importantes nos seus vídeos mas, no início, se você conseguir não falar tudo no mesmo tom, já ajuda bastante.
Dica 5:
Planeje (e depois treine) o que e como quer falar.
Evite frases enormes, vá direto ao assunto. Isso vai te ajudar a não ficar sem fôlego no meio do discurso! Antes de gravar treine o que quer dizer, lembrando de respirar entre as frases. Preste muita atenção ao tom e à velocidade da fala também. Lembre-se: a maneira como você fala ajuda a conduzir a audiência, servindo como um guia na compreensão do conteúdo.
Dica 6:
Converse com as pessoas, em vez de discursar.
Tratar a sua fala como uma conversa facilita muito a comunicação. Palavras rebuscadas e linguagem técnica precisam ser simplificadas nos nossos vídeos, para que eles atinjam mais gente.
Dica 7:
Relaxe!
Quando a gente fica nervoso é normal acelerar a voz, fazendo com que as palavras saiam atropeladas, prejudicando a qualidade e a credibilidade da oratória. Nessas horas vale respirar fundo e tentar relaxar, pensando que você domina o conteúdo e que tem capacidade para fazer aquilo!