Flexibilidade é mais importante que salário (pelo menos para millennials)
Aumento não tem sido suficiente para contratar jovens talentos. Eles querem mais.
Aumentar o salário é um jeito de atrair candidatos mais capacitados para vagas, certo? Em teoria, sim. Mas pode não funcionar tão bem se o objetivo for atrair jovens talentos.
Quando o assunto é mercado de trabalho, os millennials (nascidos entre 1981 e 1996, e que portanto têm entre 26 e 41 anos hoje) respondem
menos ao estímulo do aumento salarial do que os baby boomers (1946-1964) – na comparação com a época em que estes tinham idade dos millennials. A geração X, que está no meio das duas, também é menos atraída por contracheques mais gordos. É essa a conclusão de um estudo feito pelo Banco Central de Atlanta, nos EUA.
Empregadores com vagas abertas e que estão com dificuldades para atrair jovens, então, devem considerar oferecer benefícios como flexibilidade de horário, regime híbrido ou de home office, entre outros acordos focados em aumentar o bem-estar no trabalho. É o que a pesquisa sugere – para além dos salários maiores, e não no lugar deles, é claro.
Os dados usados no artigo são de 2019, mas a conclusão é importante para os dias atuais porque os EUA (e o Brasil também) passam pelo fenômeno da “Grande Resignação”, em que uma quantidade enorme de pessoas pedem demissão voluntária todos os meses. Nos EUA, falta mão de obra para preencher todas as vagas em aberto. Os motivos são vários, mas um deles é que essa massa de trabalhadores usou a deixa da pandemia para procurar empregos com condições de trabalho mais saudáveis – uma preocupação especialmente relevante para os jovens, que são mais afetados por estresse e burnout.
Como resposta, os empregadores vêm aumentando os salários em busca de suprir a demanda. Segundo o Fed de Atlanta, o salário médio americano subiu 5% em apenas três meses. Mas, pelo jeito, não é o bastante quando se trata dos millennials.