9 em cada 10 brasileiros já “passaram um Pix” para pagar lojas
Segundo uma pesquisa da Fiserv, além do Pix ter se tornado o querido das transações bancárias, ainda há muito potencial inexplorado na tecnologia.
Pix se adaptou bem ao estilo de vida brasileiro. Uma pesquisa realizada pela Fiserv, empresa global de tecnologia financeira, aponta que apenas 2% dos brasileiros bancarizados não usam a ferramenta.
As transferências de pessoa física para pessoa física ainda representam a maior parte das transações, mas a quantidade de transferências de pessoas para empresas está crescendo – praticamente dobrou em um ano: de R$ 978 bilhões em julho de 2023 para R$ 1,88 trilhão no mês passado.
Este é o nicho visado pela companhia tech, que enxerga espaço para a criação de tecnologias que facilitem esse processo para clientes e estabelecimentos, e minimize a perda de vendas devido ao mau funcionamento dos pagamentos.
Em geral, a experiência do Pix é entendida como um facilitador da vida financeira – 89% dos respondentes da pesquisa concordaram com essa afirmação. 78% usam o recurso ao menos uma vez por semana.
76% dos entrevistados já usou o Pix para pagar lojas físicas e e-commerces, mas a transação nem sempre é a mais simples. Abrir o aplicativo, colocar a senha, ler o QR code ou digitar a chave, dar o Ok, e só então, acabou. Ter tantos passos até o momento final pode criar mais chances para intercorrências.
Quem não costuma usar o Pix em estabelecimentos físicos cita a necessidade de acesso à internet (nem sempre disponível), a insegurança de usar o aplicativo do banco em locais públicos e a demora no processo como motivos. Imagine (ou lembre, caso já tenha vivido) que o Pix sai da sua conta, e por algum motivo, parece demorar para cair na conta da loja.
Os benefícios oferecidos por operadoras de cartões de crédito (como a lúdica acumulação de pontos) também afastam os usuários do Pix.
A ideia da Fiserv é criar facilitadores para esse momento, e disponibilizá-los o mais rápido possível para os estabelecimentos, e consequentemente, aos clientes. O Pix por aproximação, anunciado pelo BC, chega em fevereiro do ano que vem e o Pix offline está nas possíveis cartas para o futuro. Essas novidades podem acelerar o processo de adoção do Pix para todos.
O uso do Pix ainda está majoritariamente atrelado a transferências informais e ao pagamento de contas. Quem usa gosta: associa à agilidade e segurança.
80% dos entrevistados consideram o Pix seguro. Há empate com o cartão de crédito e débito. O método que menos consideram seguro é o boleto bancário (que tende a ser substituído por opções como o Pix, na percepção da Fiserv).
Fraudes e golpes fazem parte do léxico quando falamos em transações financeiras. Não ficou de fora da pesquisa. A maior parte dos usuários não associa golpes a um defeito no Pix, e sim às ações de terceiros. 35% dos respondentes dizem ter recebido tentativas de golpe no Whatsapp várias vezes. 28% nunca recebeu.
76% de quem recebeu se safou – não fez a transferência por saber se tratar de um golpe. 15% fez o Pix depois de receber a mensagem e 9% pediu para alguém fazer.
As opiniões foram coletadas pelo Painel de Consumidores Opinion Box, que tem mais de 1 milhão de cadastrados. Foram 2020 entrevistas online, entre 4 e 24 de junho, por um questionário de 48 perguntas. As respostas vieram sobretudo de pessoas entre 30 e 49 anos, das faixas de renda familiar D e E.