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Impor trabalho 100% presencial pode afastar talentos, aponta pesquisa

Levantamento do IWG aponta que funcionários que não têm flexibilidade no modelo de trabalho estão mais propensos ao “quiet quitting”. Confira.

Por Luana Franzão
Atualizado em 23 out 2024, 15h30 - Publicado em 23 out 2024, 08h00
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Q

uem está ligado no mundo do trabalho tem visto inúmeras discussões sobre modelos de presença nos últimos anos. Desde o arrefecimento da pandemia, estamos em uma gangorra entre quem prefere vagas presenciais, e quem prefere vagas híbridas ou totalmente remotas.

 

Recentemente, os ventos parecem estar a favor do modelo 100% presencial. Algumas grandes empresas, como a Amazon, abandonaram de vez o home office. A big tech anunciou em setembro que os funcionários deveriam retomar os cinco dias de expediente no escritório a partir de janeiro de 2025.

Se a visão dos líderes é que o formato tête à tête é mais vantajoso, há pesquisas que apontam, por outro lado, que os funcionários preferem formatos mais flexíveis de trabalho.

É o caso do levantamento mais recente do International Work Group, o IWG, sobre o assunto. Vamos aos resultados.

 

 

“Quiet quitting” e desmotivação

A pesquisa mostra que os perigos de funcionários insatisfeitos estão além de perdê-los em pedidos de demissão. Eles podem tentar se demitir enquanto ocupam a vaga.

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O tal do quiet quitting deu nome para algo que acontece desde que o mundo é mundo. Trabalhadores que, desmotivados, fazem o mínimo para sobreviver no trampo, mas estão longe de usar seu potencial completo. Vai parando de fazer suas tarefas aos poucos, quase pedindo para que alguém o demita. Entretanto, se isso não acontecer, continuará ali, fazendo quase nada.

O IWG afirma que empregadores que microgerenciam os padrões e locais de trabalho correm o risco de perder talentos de alto nível para a prática do quiet quitting.

Mais da metade, 57% dos entrevistados, disseram que estariam mais propensos a desistir aos poucos caso tivessem um líder que os fizessem se sentir desvalorizados, que os microgerenciasse ou que não oferecesse flexibilidade para trabalhar em um local que melhor atendesse às suas necessidades.

O número preocupa, uma vez que 22% da força de trabalho está se sentido ou já se sentiu desmotivada.

40% dos trabalhadores que frequentam os escritórios são menos propensos à desmotivação caso as empresas ofereçam a possibilidade do trabalho híbrido.

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Na opinião do IWG, os funcionários estão enviando uma mensagem. “Abracem o trabalho híbrido ou corram o risco de perder talentos”, escreve a organização.

22% da força de trabalho está se sentido ou já se sentiu desmotivada

 

Preferência pelo híbrido

Desde 2020, quando um certo vírus trancou todos em casa, muitos trabalhadores se perceberam mais funcionais em modelos mais flexíveis de trabalho.

O formato permite conciliar melhor a vida pessoal e profissional, certamente. Entre outras vantagens, está economizar o tempo que seria gasto em meios de transporte e a possibilidade de adaptar o espaço de trabalho às necessidades de cada um.

Entre as desvantagens, está a redução da convivência e troca de ideias entre colegas proporcionada pelo formato presencial. O híbrido tenta conciliar as duas realidades.

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Seis em cada dez (62%) trabalhadores híbridos considerariam deixar seu emprego se fossem obrigados a retornar ao escritório cinco dias por semana.

Ainda, 71% recusariam um novo emprego ou cargo que envolvesse um deslocamento importante, e 72% só considerariam aceitar uma nova vaga caso o outro empregador oferecesse a flexibilidade.

Entre os funcionários que vão todos os dias trabalhar de forma presencial, 55% acreditam que teriam maior satisfação no trabalho e maior produtividade se pudessem trabalhar de maneira híbrida. Perceba o quase-empate aqui: 45% afirma render no presencial. A discussão está longe do fim.

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