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IPCA de novembro em 0,41% vem abaixo do esperado

Os combustíveis mais caros pioraram a situação no setor de transportes – 0,83% vs. 0,58% em outubro –, mas os preços da alimentação desaceleraram em relação ao mês anterior. Dois dos nove setores analisados sofreram deflação. 

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 18 out 2024, 14h02 - Publicado em 9 dez 2022, 10h47
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 (RafaPress/Getty Images)
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O IPCA de novembro veio com alta de 0,41% em relação a outubro. Os preços estão 5,9% maiores no acumulado dos últimos 12 meses (ou seja, na comparação com novembro de 2021) e subiram 5,13% desde janeiro.

Para a satisfação do mercado, esses números vieram abaixo do consenso de mercado calculado pela Refinitiv, de 0,54% para o mês e 6,04% no acumulado em 12 meses – o último Boletim Focus, porém, havia acertado em cheio os 0,41%. As boas notícias no campo da inflação levaram os investidores às compras. O Ibovespa registrava alta de 0,51% nesta sexta (9) imediatamente após a abertura. 

No terceiro trimestre, o Brasil teve três meses seguidos de deflação, puxados pelo alívio eleitoreiro de Bolsonaro na carga tributária que incide sobre os combustíveis e vários cortes de preço seguidos na gasolina e no diesel. Os preços caíram 0,68%, 0,36% e 0,29% nos meses de julho, agosto e setembro.

Era esperado que tudo voltasse a subir, porque o normal é mesmo que haja um pouquinho de alta a cada mês. O objetivo, quando o Copom sobe os juros para conter a inflação, é que os preços subam cada vez menos – a tal “desaceleração”. 

Foi o que aconteceu em outubro, quando o trimestre mágico dos combustíveis saiu de cena e os preços subiram 0,59%. Agora, a alta desacelerou para 0,41%. Tudo dentro dos planos, com a economia reagindo à Selic em 13,75%. 

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No breakdown por setores, dois de nove sofreram deflação em relação ao mês anterior, ambos com peso pequeno na composição do índice: “artigos de residência” (móveis, eletrodomésticos etc.) e “comunicação” (telefonia móvel, internet, streaming etc.), com -0,68% e -0,14%. 

Uma notícia razoável vem dos comes e bebes, a linha da planilha que mais afeta a população mais pobre. Eles subiram 0,53% – mas, em outubro, esse número havia sido 0,72%. Os mercados (supermercados, e não mercados financeiros) estão reagindo a uma queda nas commodities

Os alimentos voltados especificamente ao consumo domiciliar, porém, subiram mais que a média da categoria: 0,58%. Você pode até voltar a fazer piada com o tomate, que aumentou 15,71% – o segundo pior desempenho entre os itens pesquisados. A campeã foi a cebola, que passou dos 20% (pode financiar a macarronada pela Caixa?). 

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Por sua vez, os transportes – categoria que inclui tudo que se move, de carros a aviões – registraram um dos piores desempenho do índice, com alta de 0,83% vs. 0,58% no mês anterior da série. É que os combustíveis aumentaram 3,29% em novembro, após recuarem 1,27% em outubro. O etanol sofreu alta de 7,57%; a gasolina, 2,99%; o óleo diesel, 0,11%. As passagens aéreas deram uma ajudinha na direção oposta: caíram 9,8% após subirem 8,22% em outubro. 

Do mesmo jeito que a Petrobras e a Vale correspondem a uma boa porcentagem das ações negociadas na B3 – e suas altas e baixas puxam o Ibovespa como um todo – os setores de alimentos e transporte, somados, foram os que mais contribuíram com o IPCA. Em novembro, eles foram responsáveis por 71% da variação no índice.

 

 

 

 

 

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