Conheça o Clube do Malte, maior clube de assinatura de cervejas do Brasil
Douglas Salvador conta como competir com grandes marcas, que também investem nas cervejas especiais e importadas, com o dólar nas alturas.
O brasileiro se acostumou a tomar cerveja dentro de casa – uma herança do isolamento pandêmico. Um dos que se deram bem com isso foi o Clube do Malte, maior plataforma online de cervejas artesanais e especiais do Brasil. A loja virtual atende 2,2 milhões de usuários por ano e teve um crescimento de 45% durante a pandemia. Aqui, Douglas Salvador, fundador e CEO do Clube do Malte, fala sobre as perspectivas para o seu mercado.
1. O Clube do Malte completa 10 anos em 2021. Como o negócio começou?
Começamos como um modelo de loja física em Curitiba. Entrei nesse negócio porque fazia a gestão de marca da Eisenbahn em uma agência de publicidade,
e vi que o mercado estava crescendo. Em 2011, veio o e-commerce. Em 2012, depois de uma sugestão de um dos nossos principais clientes, criamos um
clube de assinatura que acabou virando o produto principal. Temos 10 mil sócios ativos. E a pandemia acelerou a inclusão de clientes que tinham algum tipo de resistência a comprar cerveja pela internet. Crescemos 50% em 2020 e não voltamos ao patamar de 2019. Conseguimos manter.
2. Cervejas especiais já não são mais uma bebida exclusiva de pequenos produtores no Brasil. Como competir com as grandes marcas?
Conseguimos fazer uma prestação de serviço que quase ninguém faz, que é conectar com o pequeno produtor do interior de Santa Catarina e entregar para o interior de Minas Gerais. Nosso cliente já consome e entende de cervejas, não é o público entrante, que vai tomar a Heineken. É quem quer saber como é que são as IPAs de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul… O movimento de empresas como a Heineken, de colocar marcas como a Eisenbahn, e da
Ambev, de trazer a Patagônia, é muito bom porque acaba criando uma nova camada de consumidores que não bebiam cervejas especiais e vão começar.
3. Qual é o efeito da disparada do dólar no negócio?
Começamos o negócio com o dólar no patamar de R$ 2,70. Hoje está nos R$ 5,50. Temos duas estratégias: ampliar o volume das compras de determinados rótulos, para conseguir negociações melhores baseadas no volume, e apostar em marcas nacionais. Há uma grande camada de clientes que preferem consumir uma cerveja nacional fresca, feita no mesmo mês no Rio Grande do Sul, do que uma cerveja importada da Escócia que ficou dentro de um navio por alguns meses.