Um terço dos brasileiros pretende cortar as despesas natalinas pela metade
Pesquisa também aponta que 60% dos brasileiros planeja poupar para quitar suas dívidas antes de 2021.
A pandemia ainda não acabou, e seus efeitos na saúde (física e mental) e no bolso da população deve se estender por um tempo. Porém, a resolução de ano novo já foi declarada por alguns: entrar em 2021 sem novas dívidas – o que é uma grande meta, já que em agosto, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que o percentual de endividamento do consumidor foi o maior da série histórica desde 2010. O índice chegou em 67,5% na média geral.
Embora este número seja um recorde, o resultado da pesquisa da BLU365, fintech especializada na recuperação de crédito, indica que os consumidores estão mais cautelosos com o acúmulo e pagamento dessas dívidas, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Veja só, das 2.000 pessoas entrevistadas de todas as regiões do país, 60% delas esperam quitar seus débitos até o final deste ano, sendo que 31% assumiram seus atrasos nos pagamentos, mas esperam resolvê-los, e os 29% restantes estão em dia e seguros de assim continuar.
Em relação ao impulso de fazer mais dívidas no momento mais propício do ano — que são as festas natalinas, claro –, parece estar tudo sob controle para a maioria. A pesquisa indicou que 79% dos participantes pretende gastar menos em dezembro de 2020 do que no mesmo mês do ano passado. Mais: para 34% deles, a redução vai ser de pelo menos 50% dos custos.
É, para essa galera a expectativa no futuro está alta. O esperado por 41% deles é estar em uma condição financeira melhor nos meses de novembro e dezembro do que estava em janeiro e fevereiro deste ano.
Nem tudo são flores
Mas 2021 vai começar no vermelho para alguns, não tem jeito. 32% das pessoas consultadas afirmaram que estão com as contas atrasadas e que elas devem continuar assim. Aqueles que sabem que vão começar o ano ainda endividados, mas com tudo pago em dia, foram somente 6% dos respondentes.
E, para eles, a perspectiva é aterradora: 29% acreditam que estarão com as contas em 2021 na mesma situação que no começo de 2020, enquanto 28% veem uma piora no cenário.
Para o analista da pesquisa e líder de Ciência de Dados da BLU365, João Netto, trata-se de um reflexo das dificuldades de parte da população que viu sua fonte de renda comprometida durante a crise. “Mesmo com a ajuda do auxílio emergencial estendido até o dezembro deste ano, são pessoas que não conseguirão fazer frente às suas despesas correntes e dívidas passadas”, afirma.