Previsão de lucro para os bancos faz chover dinheiro na B3
Em meio a relatório favorável do UBS e do furacão Delta nos EUA, a bolsa brasileira viu seus maiores ativos crescerem – e subiu junto, aos 97 mil pontos.
Se tem uma coisa que agita o mercado financeiro é a expectativa de tempo bom para os bancos. Nisso, o Ibov fechou numa alta de 2,51% aos 97.919,73 pontos. Choveu dinheiro.
Quem cantou a bola foi o banco suíço UBS, num relatório em que apresentou a possibilidade de aumento da rentabilidade dos bancos brasileiros neste terceiro trimestre. Os motivos seriam a redução do risco de crédito e mais receita com taxas de serviço.
A riqueza no horizonte se converteu em compra imediata de ações do setor financeiro. Durante todo o dia as maiores altas vieram dali. O Santander liderou o bloco com alta de 8,11%, seguido por Itaú (6,04%) e Bradesco (5,67%).
PS: Outra participação do bancão suíço foi no caso da resseguradora IRB Brasil. Por dois dias seguidos, ela sofreu com o rebaixamento para “venda” na avaliação da instituição bancária – que anteviu problemas com as denúncias de fraude nos balanços da empresa. Mas hoje foi dia de compensação parcial da queda cumulativa de 25,50%. A alta foi de 20,19%.
A previsão seguinte que bombou a B3 foi diferente. Não foi sobre chuva de dinheiro, e sim sobre seca de petróleo. Os preços do barril foram lá para o alto hoje com o avanço do furacão Delta, que está próximo da Louisiana, nos EUA, onde há importantes plataformas petrolíferas. Segundo a Secretária de Segurança e Fiscalização Ambiental dos Estados Unidos, cerca de 80% da exploração da commodity estará comprometida neste período.
Não só isso. Está rolando uma greve de petroleiros na Noruega que provocou o fechamento de várias unidades de extração por lá, com prejuízo de 330 mil barris por dia. A reivindicação deles é por aumento de salários e subsídios. A previsão do final da paralisação? Essa está difícil de cantar.
No final, o barril tipo Brent para dezembro foi a 3,21%, cotado a US$ 43,34. Já o tipo WTI, para novembro, subiu 3,10%, cotado a US$ 41,19. Bom para a Petrobras, que teve um dia de grande alta e impulsionou o Ibovespa. As ações valorizaram 3,42% na PETR3 e 3,28% na PETR4.
O clima em Wall Street
As nuvens que se aproximam de Wall Street estão levemente carregadas de otimismo. A questão é que o presidente Donald Trump voltou atrás na suspensão das negociações do pacote de estímulos fiscais, mas só liberou incentivos fracionados, com um primeiro apoio às aéreas e aos pequenos negócios. A expectativa é que nos próximos dias chova US$ 25 bilhões nas companhias do setor e US$ 135 bilhões aos microempreendedores do país.
O problema desta previsão é a presidente do Congresso americano, Nancy Pelosi, que rejeitou a ideia de um pacote fatiado. Para ela não vai rolar alívio para as aéreas sem garantias de um reforço mais completo em seguida. Por outro lado, a pressão de Pelosi pode acelerar um acordo para um pacote mais gordinho, talvez trilionário – como o mercado espera.
Vale lembrar que a meteorologia financeira é instável. Do nada, surgem frentes frias. Foi o caso dos números desanimadores dos novos pedidos de seguro desemprego – pela segunda semana consecutiva, eles decepcionaram e ficaram acima da mediana dos especialistas. Foram registrados 840 mil novos pedidos na semana passada, frente 820 mil esperados.
Mesmo assim, os índices de NY tiveram um fechamento solar, já que números ruins no emprego aumentam a urgência de novos estímulos. E ficamos assim: 0,80% para o S&P 500; 0,50% o Nasdaq; 0,43% para o Dow Jones.
Resta saber se as previsões de tempo bom vão se confirmar. Ou se o tempo vira de novo. Porque no mercado, você sabe: fazem quatro estações do ano no mesmo dia ;).
MAIORES ALTAS
IRB Brasil: 20,19%
Santander: 8,11%
Itaú Unibanco: 6,04%
Bradesco: 5,67%
Localiza: 5,40%
MAIORES BAIXAS
Usiminas: -2,55%
B2W: -1,61%
Eletrobrás: -1,44%
Brasken: -1,08%
Gerdau: -1,00%
Dólar: – 0,65%, cotado a R$ 5,59.