Evento busca incentivar contratação de refugiados em São Paulo
O estado deve receber 40% dos pedidos de refúgio no Brasil
SÃO PAULO – Em meio às discussões globais sobre refugiados e imigrações em massa, São Paulo se prepara para receber 40% das solicitações de refúgio no Brasil. Para incentivar os empresários a contratar essas pessoas, vindas de países em conflito como Síria, Líbia e Nigéria, acontece hoje (02/12) o Welcome Coffee, um evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual paulista.
A iniciativa é promovida pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI), em parceria com o ACNUR (agência da ONU para Refugiados) e a Rede Brasileira do Pacto Global da ONU, e é voltada para empresários interessados na contratação dos estrangeiros. Ana Carolina Conde, chefe da AEAI, afirmou que o objetivo é fazer um pacto pelo trabalho com esses empregadores, para que eles abram parte dos quadros para os imigrantes. “Muitas vezes [os imigrantes] são explorados não só pelo desconhecimento das leis trabalhistas do país, mas também pela situação precária que se encontram”, afirmou.
Participarão também da abertura do evento Fernando Bissacot do ACNUR, Heloísa Covolan do Pacto Global, Nadine Gasman da ONU Mulheres e da consulesa francesa Alexandra Loras. Após a abertura, serão apresentadas três palestras – O Business Care da Diversidade: Migrantes e Refugiados; Migrantes e Refugiados e o Papel das Empresas; Experiências de Empresas e de Refugiados e Migrantes. Neste último painel, casos de contratações realizadas por grandes corporações como Carrefour serão relatados.
Uma refugiada síria também fará a recepção dos presentes e a exposição Somos Todos Imigrantes, do fotógrafo Chico Max, será exibida. Na VOCÊ S/A número 208, que saiu nas bancas este mês, você lê uma matéria que conta a história de alguns desses refugiados que começaram a trabalhar em empresas brasileiras.
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NÚMEROS: Refugiados em São Paulo
São Paulo recebe 40% das solicitações de refúgio no Brasil. Em seguida, vem os estados do Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%). Os dados são do ACNUR, consolidados em setembro deste ano.
O crescimento do número de solicitantes apresenta uma taxa elevada nos últimos cinco anos. Em 2010, foram registradas 310 solicitações; em 2011, 661; em 2012, 1.022; em 2013, 1.320 e, em 2014, 5.136 pessoas pediram refúgio no estado paulista.
Os nigerianos correspondem à maioria dos solicitantes seguidos de sírios, congoleses (República Democrática do Congo), libaneses e ganeses.