Continua após publicidade

Novo jogo para a Geração Y

A crise faz com que os mais jovens tenham que desenvolver novas habilidades no trabalho

Por Por Eliana Dutra*
Atualizado em 17 dez 2019, 15h22 - Publicado em 8 abr 2016, 07h00

Céu de brigadeiro e mar de almirante são antigas expressões para dizer que tudo está calmo e que as melhores condições são fato. Foi nesse cenário que, por muito tempo, a Geração Y trilhou sua carreira. Sem crise econômica e com altos índices de emprego, ou seja, com toda a segurança possível. Tal período somado aos avanços tecnológicos, de educação e novas formas de trabalho contribuíram para que esses jovens se tornassem, em um curto espaço de tempo, especialistas em diferentes áreas e consequentemente supervalorizados. Agora, diante da primeira grande crise dessa geração, ela se vê perdida, principalmente, os milhares que saem da universidade e estão desempregados.

 

Afinal, mudar constantemente de emprego ou selecionar apenas oportunidades altamente desafiadoras e que possibilitam rápida progressão na carreira não é mais uma opção, pois o desemprego afeta principalmente os mais novos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio de 2014 a maio de 2015, o desemprego subiu de 4,9% para 6,7% — e entre os jovens, com idades de 18 a 24 anos, a taxa de desocupação passou de 12,3% em maio de 2014 para 16,4% em 2015. Além disso, em maio de 2015, esse grupo representava 32% da população desocupada e o de 25 a 49 anos, 51,1%.

 

Diante desse cenário, a Geração Y terá de adotar uma nova postura e não se deixar enganar pela ilusão de que ter um bom currículo e ideias criativas bastam. Afinal, as oportunidades estão cada vez mais raras e só consegue uma vaga aquele que está realmente comprometido com a empresa, ou seja, não quem não vai abandonar o barco na primeira oportunidade.

 

Para isso, é preciso que essa geração desenvolva algumas habilidades que antes não davam tanto valor. De acordo com pesquisa da HayGroup com 450 profissionais de RH e 450 recém-formados da Índia, China e EUA, 85% dos diretores de recursos humanos acreditam que habilidades sociais e emocionais  e não habilidades técnicas são o verdadeiro diferencial. E 79% disseram que recém-formados que não desenvolverem essas habilidades não terão espaço no mercado de trabalho.

Continua após a publicidade

 

Exemplo de uma destas competências é a resiliência, já que não conseguirão com facilidade um emprego na velocidade, características e com recompensas financeiras que esperam. É preciso encarar esses desafios e não se deixar abater. Além disso, é preciso ter visão de longo prazo, ou seja, enxergar a importância de apostar em cargos menos atraentes ou valorizados, por exemplo, para com o passar do tempo e ganho de experiência galgar postos mais estratégicos. Afinal, em tempos de recessão como o que estamos enfrentando, a experiência e o jogo de cintura para lidar em um mercado de crise é super valorizado.

 

Outro ponto fundamental é deixar a “síndrome do salvador” de lado, ou seja, do “eu posso fazer tudo sozinho”, e investir no trabalho em equipe, pois o atual momento pede o esforço conjunto que estabelece ambiente para as soluções criativas. Assim, saber ouvir e dialogar não só com os seus pares mais também com outras gerações é essencial. O foco no resultado individual não é mais tão valorizado assim. Afinal, estão todos no mesmo barco.

Continua após a publicidade

 

Agora é hora de quebrar os paradigmas desenvolvidos nos jogos de computador, onde o principal valor era passar rápido para a próxima fase. E começar a aproveitar o momento, viver o presente, valorizar a estabilidade, até porque este momento vai durar alguns anos. Mais do que nunca é verdadeiro o verso de Antonio Machado: “Caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais; caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar”. E , não fique ansioso, você não estará perdendo novos desafios, porque o principal desafio da fase é sobreviver e aproveitar o momento.

 

*CEO da Pro-Fit e primeira Master Coach Certified pela ICF da América do Sul

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.