2023: o ano do plot twist na bolsa
Em agosto, o Ibovespa batia sua maior sequência de quedas na história. Agora, tem dias consecutivos de altas recordes. Entenda o que está por trás da virada de chave.
 
							Bom dia!
O Ibovespa está há dois pregões de distância de encerrar o ano em sua máxima histórica, acima dos 130 mil pontos. Neste limbo entre Natal e Ano Novo, a bolsa opera com liquidez limitada – ontem, o volume financeiro de operações foi de apenas R$ 13,3 bi, metade da média diária de dezembro.
O calendário de dados econômicos também não injeta adrenalina no mercado: para não dizer que a agenda está vazia, ainda temos IPCA-15 e Caged (de dados de emprego) na quinta-feira.
Ainda assim, o Ibovespa tem conseguido fôlego para remar contra uma realização de lucros. Na sessão de ontem, subiu aos 133 mil pontos para bater o seu terceiro pregão consecutivo de recorde histórico. Desde novembro, quando se iniciou o rali de alta, o índice escalou 18%. No ano, a alta é de mais de 25%.
Além do ano dos recortes, 2023 tem sido o ano do plot twist na bolsa. Há não muito tempo, em agosto, o Ibovespa engatava sua sequência mais longa de quedas consecutivas na história – foram 13 baixas seguidas. Na época, o índice acumulava alta de singelos 8% no ano.
O que rolou de lá para cá? O bom humor atual é patrocinado por dois fatores:
1) a esperança de que os juros americanos comecem sua trajetória de queda ainda no primeiro semestre de 2024. O que era wishful thinking de parte do mercado passou a ser uma realidade plausível há duas semanas, quando o Fed sinalizou possíveis cortes para o ano que vem. Em NY, o otimismo já rendeu ao S&P 500 uma alta de 14% desde novembro e uma sequência de nove semanas no positivo.
Como consequência dos cortes lá fora, a expectativa é de que a redução da Selic acelere o ritmo aqui – para, quem sabe, quedas de 0,75pp nas próximas reuniões.
2) A melhora no quadro fiscal do Brasil, com a equipe econômica conseguindo aprovar quase toda a sua agenda de propostas para aumentar a arrecadação – medidas que devem viabilizar a meta de déficit fiscal zero para 2024. Devido ao cenário mais favorável, a agência de classificação S&P elevou seu rating do país recentemente.
Só que o sucesso da política fiscal por aqui ainda não é garantia. Nos finalmentes do ano, os analistas da Faria Lima ficam de olho nas medidas que serão anunciadas por Haddad para compensar a desoneração da folha de pagamento.
A novela é mais ou menos a seguinte: “desoneração da folha” é um benefício fiscal que permite que empresas de 17 setores – considerados os que mais empregam no país – contribuam menos para a Previdência Social. Eles pagam alíquotas de 1% a 4,5% sobre sua receita bruta – contra a norma padrão de 20% sobre a folha de salários dos funcionários. A ideia é que, com custos reduzidos, os setores gerem mais empregos.
Este ano, Lula vetou a medida. Bom para a Fazenda, que poderia contar com a grana da alíquota cheia em seu cálculo de arrecadação. Só que o Congresso barrou o veto – ou seja, a desoneração permanece.
Agora, Haddad prometeu apresentar novas medidas para compensar o impacto sobre a arrecadação. Nada de recesso de fim de ano para o Ministério da Fazenda.
Bons negócios!

Futuros S&P 500: -0,03%
Futuros Nasdaq: -0,01%
Futuros Dow Jones: 0,00%
*às 8h11

14h30: Tesouro divulga relatório mensal da dívida de novembro
16h: Resultado primário do Governo Central em novembro
23h: GloboNews veicula entrevista gravada de Campos Neto com Miriam Leitão
 
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,29%
- Londres (FTSE 100): 0,61%
- Frankfurt (Dax): 0,24%
- Paris (CAC): 0,23%

- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,35%
- Hong Kong (Hang Seng): 1,74%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,13%

- Brent*: -0,47%, a US$ 80,69
- Minério de ferro: 0,51%, a US$ 137,94 na bolsa de Dalian
*às 8h15

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