Abertura de Mercado: varejo dos EUA dará o tom do dia às 9h30
10h15 saem os dados de produção industrial. Por aqui, o clima segue afegão, com o governo ignorando os perigos da crise hídrica.
Bom dia!
O despertador do mercado vai tocar às 9h30. É quando saem os resultados das vendas no varejo dos EUA. E a coisa só vai engrenar para valer às 10h15 – hora da divulgação dos dados de produção industrial.
Ontem, os dados do varejo e da indústria da outra potência global, a China, deram o tom do mercado. Por lá, foi tipo ressaca daquelas de quem misturou cerveja e vinho: durou dois dias. Baixa feia na segunda, e de novo agora na terça (com a bolsa de Xangai fechando em -2%).
Ou seja: se vier um número ruim agora nos EUA, sai de baixo. 14h30, de qualquer forma, Jerome Powell fala em um evento. A ver se ele será convincente sobre a manutenção do juro real (muito) abaixo de zero nos EUA. Ou se não será. Seja como for, o mercado vai dar um jeito de interpretar cada vírgula da fala do presidente do Fed. E ela vai “fazer preço” na nossa bolsa também – seja para o lado do touro, seja para o lado do urso.
Por aqui, o clima segue afegão. O Estadão destaca que, em meio à maior crise hídrica em 90 anos, o governo cometeu a pachorra de não divulgar um indicador que determine o início de um racionamento de energia. Como São Pedro, ao que consta, não escolheu seu candidato para a presidência em 2022, nada indica que ele mandará chuvas para ajudar Bolsonaro. E, se o governo teimar em continuar contando com a sorte, não vai ter jeito: nenhum dado do exterior vai salvar o nosso mercado do afogamento.
Na Câmara, se tudo correr como o esperado, sai a votação da reforma tributária. O que mais interessa ali para a Faria Lima é ver se os dividendos serão mesmo taxados em 20%. Entre nós: só Brasil, Singapura, Hong Kong, Estônia e Letônia não cobram taxas sobre proventos. Como não somos nem uma micro-nação voltada ao mercado financeiro nem uma ex-república soviética de 2 milhões de habitantes em busca de um lugar ao sol, a taxa é bem vinda. Só esperamos que haja isenção até um certo patamar de ganhos, de modo a proteger o pequeno investidor – como também acontece em todas as grandes economias desse mundão.
E vamos que vamos.
O dia começou com tendência de…. BAIXA
Futuros S&P 500: -0,41%
Futuros Dow Jones: -0,41%
Futuros Nasdaq: -0,35%
*às 7h55
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -2,10%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,49%
Hong Kong (Hang Seng): -1,66%
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,34%
Bolsa de Londres (FTSE 100): +0,11%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,24%
Bolsa de Paris (CAC): -0,50%
*às 7h30
Petróleo (brent): -0,33%
Minério de ferro (futuros): -0,61%, a US$ 164,95
*às 7h55
9h30: Vendas do varejo nos EUA.
10h15: Produção industrial dos EUA.
14h30: Jerome Powell, presidente do Fed (o BC americano) fala em um evento.
À tarde: Votação da reforma do Imposto de Renda na câmara (caso não adiem de novo…).
- As ações da Tesla (TLSA34) caíram mais de 4% nesta segunda. É que a montadora de Elon Musk está oficialmente sob investigação das autoridades americanas. O motivo é uma sequência de acidentes causados pelo sistema de piloto automático de seus veículos. Do pico do começo do ano, quando as ações superaram os US$ 880, a queda é de mais de 20%.
- A empresa de cashback Méliuz (CASH3) quase dobrou a sua base de usuários em um ano. Só que na base do prejuízo. A empresa divulgou um rombo de R$ 6,7 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 6,5 milhões no segundo trimestre de 2020. Investidores se assustaram, e as ações da empresa tombaram 12,59% ontem. Nada capaz de apagar a alta de mais de 400% papéis desde o IPO, em novembro do ano passado.
> Um vídeo explica porque 20 anos de guerra no Afeganistão não foram suficientes para controlar o país (no YouTube, em inglês).
> Nossa coluna Guia dos Dividendos mostra que mesmo um imposto de 20% não deve afetar tanto assim quem investe nessa modalidade. Leia aqui.