Ações da Amazon (AMZO34) vivem montanha russa após balanço; entenda
Investidores primeiro comemoraram os números sólidos, mas o tom pessimista da empresa logo acabou com o bom humor. Agora, Wall Street fica de olho na inflação americana.
Bom dia!
A Amazon divulgou seu balanço ontem, depois do fechamento do mercado, e as ações viveram uma montanha-russa no after market em Nova York. Chegaram a subir 12% logo após a leitura dos números, considerados acima do esperado pelo mercado. A empresa registrou lucro líquido de US$ 3,172 bilhões — revertendo um prejuízo de US$ 3,844 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior, e acima do esperado pelo consenso.
Na call de resultados, porém, uma fala pessimista reverteu o bom humor. A empresa revelou que o crescimento da AWS, sua operação de serviços em nuvem, está mais lento agora em abril. O segmento é o mais rentável da empresa, mas já mostrou sinais de esfriamento. No primeiro trimestre, a receita da AWS cresceu “só” 16%, o menor salto desde que a empresa passou a divulgar o crescimento de cada segmento separadamente.
Analistas esperam agora que o crescimento da AWS possa ser reduzido para valores de um dígito, com a empresa focada em cortar custos num cenário de desaceleração global. E isso desanima investidores, já que a plataforma de serviços em nuvem é a que possui maior potencial de crescimento entre os negócios da empresa – bem mais do que as vendas onlines, setor original da Amazon.
Após a declaração pessimista, os papéis despencaram do pico da montanha russa e fecharam o after em queda de 2%. Às 7h50 desta sexta-feira, as ações da Amazon continuam em queda, neste mesmo patamar, no pré-market de Nova York.
Na semana, as big techs garantiram, em geral, o bom humor de Wall Street, com fortes resultados da Meta, Microsoft e Alphabet. A Amazon, então, veio para servir como um plot twist nessa história. Nesta sexta-feira, o destaque muda das techs para energia: Exxon e Chevron divulgam seus balanços antes da abertura do mercado.
Na agenda do dia, porém, o grande destaque fica para o PCE de março, índice de inflação preferido do Fed. O mercado espera que a inflação fique em 4,5%, de 4,6% em fevereiro.
O dado vai embasar os palpites dos investidores para o próximo passo do banco central. Na semana que vem, o comitê do Fed se reúne para decidir se aumenta os juros. Por enquanto, as apostas se dividem em um novo aumento de 0,25 ponto percentual (maioria) ou a manutenção da taxa atual (minoria). O PCE é divulgado às 9h30.
Ontem, um outro número importante para essa novela foi revelado: o PIB dos EUA. Ele veio baixo, mostrando uma desaceleração da economia americana (e os investidores comemoraram – entenda aqui).
Bons negócios.
Futuros S&P 500: -0,38%
Futuros Nasdaq: -0,29%
Futuros Dow: -0,38%
*às 7h57
Brasileiros de volta às compras
O consumo dos lares brasileiros cresceu 1,98% no primeiro trimestre do ano em relação a 2022, segundo dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Em março, o crescimento foi de 7,29% ante fevereiro e de 4,5% na comparação anual. A entidade está otimista e projeta um crescimento anual de 2,5% em 2023. Entre os motivos que impulsionam o consumo, segundo a associação, estão a queda do IPCA, o aumento do salário mínimo e a manutenção dos programas de transferência de renda do novo governo.
Planos de saúde atrasam e recusam mais pagamentos
Em crise, as operadoras de planos de saúde estão atrasando ou recusando mais pagamentos a hospitais e laboratórios – algo conhecido como glosa –, segundo a ANS. Do valor total referente a procedimentos realizados no segundo semestre de 2022, 18,16% não foram pagos após 60 dias da cobrança. Um ano antes, esse índice ficou em 12,77%. O maior número de glosas reflete o turbulento cenário das operadoras de saúde, que fecharam o ano em prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões, o maior da história. A demanda reprimida de procedimentos eletivos da pandemia chegou como uma tsunami nos planos, e a sinistralidade (porcentagem da receita que vai para cobrir os gastos dos clientes) está em patamares altíssimos.
9h IBGE divulga taxa de desemprego de março
9h30 EUA divulgam índice de preços de gasto com consumo (PCE)
14h30 Lula se reúne com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,99%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,30%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,48%
Bolsa de Paris (CAC): -0,30%
*às 8h03
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,02%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,40%
Hong Kong (Hang Seng): 0,27%
Brent: 0,63% a US$ 78,86 o barril
*às 7h41
Minério de ferro: -0,97%, cotado a US$ 103,13 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
Os danos do workaholismo
O “vício em trabalhar” ainda é visto como vantagem em algumas empresas, mas não passa de um comportamento compulsivo. Longas jornadas de trabalho causam danos à saúde física e mental – e diminuem a produtividade, causando o efeito contrário do desejado. Conheça as causas e consequências do comportamento workaholic nesta reportagem da VOCÊ S/A.
Nova pandemia? Mas já?
O aumento de casos de infecção por H5N1 identificado em aves, mamíferos e humanos tem causado preocupação. Ele causa a gripe aviária, doença altamente letal, mas que, felizmente, afeta pouco os humanos: nas últimas duas décadas, 868 pessoas foram infectadas, e todas tiveram contato direto com pássaros que carregavam o vírus. A transmissão entre humanos não foi identificada até hoje. Porém, suspeitas de que o H5N1 possa estar se tornando mais transmissível entre mamíferos levantam alerta para uma possível nova e perigosa crise de saúde pública global. Entenda os reais riscos nesta reportagem da Revista Superinteressante.
Antes da abertura: Chevron e ExxonMobil