Ações do Twitter e Snap desabam e amargam clima em Wall Street
Futuros americanos apontam para mais um pregão de baixa, com setor de tecnologia pesando.
Bom dia!
Wall Street caminha para fechar a semana com mais um dia no vermelho, pelo menos de acordo com os índices futuros desta sexta-feira. Além do tradicional medo do Fed, que já derrubou as bolsas ontem, o setor de tecnologia deve pautar o humor dos investidores.
Duas redes sociais reforçam o clima nublado. Primeiro, o Twitter, cujas ações chegaram a cair 16% no pré-market desta sexta-feira. Isso acontece após a notícia da Bloomberg de que o governo americano está estudando submeter os negócios de Elon Musk a “revisões de segurança nacional” – incluindo o acordo de compra da rede do passarinho.
Na prática, isso quer dizer que o governo Biden busca ferramentas para interferir nos negócios de Musk sob a justificativa de manter a segurança nacional. No caso da aquisição do Twitter, isso poderia ser feito via Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), um órgão regulador que analisa investimentos feitos por estrangeiros no país sob a ótica de possíveis ameaças à segurança nacional.
No caso do acordo de US$ 44 bi do Twitter, Musk trouxe para a jogada nomes gringos, como o príncipe saudita Alwaleed bin Talal, o que poderia justificar a interferência do tal comitê. Os planos do governo, porém, ainda são preliminares, disseram fontes da Bloomberg.
O movimento é visto como uma retaliação da gestão democrata ao bilionário, que vem adotando um discurso visto como pró-Putin por Biden e aliados após sugestões de que a paz poderia ser alcançada se a Ucrânia cedesse territórios para a Rússia.
Além de tudo isso, o Washington Post noticiou ontem que Musk planeja demitir 75% dos funcionários do Twitter caso a aquisição se concretize.
Outra rede social que amarga o humor de Wall Street é o Snapchat – as ações derretem 26% no pré-market. Ontem, a empresa voltou a decepcionar com seu balanço trimestral com uma nova queda na grana que vem dos anúncios. Esse mau humor tem chances de contaminar outras marcas que também dependem dessa fonte, como o Facebook e o Google.
Apesar de tudo, ontem o Ibovespa se descolou do mau humor americano e conseguiu subir. Em clima eleitoral, investidores acompanham o acirramento da corrida entre Lula e Bolsonaro no segundo turno. Faltam só nove dias.
Boa sexta-feira e bons negócios.
Futuros S&P 500: -0,42%
Futuros Nasdaq: -0,78%
Futuros Dow: -0,25%
*às 8h09
Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,47%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,72%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,32%
Bolsa de Paris (CAC): -1,59%
*às 8h10
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,32%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,43%
Hong Kong (Hang Seng): -0,42%
Brent: 0,56%, a US$ 92,90 o barril
Minério de ferro: 0,78%, a US$ 90,60 por tonelada em Cingapura
*às 7h56
Salário mínimo no mundo
O salário mínimo do Brasil é o segundo menor entre 31 países, segundo uma lista da OCDE divulgada esta semana, com dados do ano passado de todos os membros da organização (mais o Brasil e a Rússia). Os valores foram convertidos para dólar e ajustados de acordo com o poder de compra de cada país. Em um ano, quem recebe o salário mínimo brasileiro ganha US$ 5.216. Só fica à frente do mexicano, que remunera US$ 3.323 por ano. Os vencedores já são arroz de festa nas listas de desenvolvimento humano: Luxemburgo (US$ 27.799/ano), Holanda (US$ 26.205/ano) e Austrália (US$ 25.258/ano).
China tranca dados econômicos a sete chaves
No começo desta semana, o Escritório Nacional de Estatísticas da China cancelou a divulgação do PIB do 3º trimestre, sem aviso prévio e apenas algumas horas antes da hora marcada. Alguns dias antes, o país também deixou de divulgar o relatório mensal de comércio. Com o apagão de dados econômicos chineses, o resto do mundo só consegue especular sobre a saúde financeira da segunda maior economia do planeta, que dá fortes indicativos de estar passando pela pior desaceleração em décadas. O Wall Street Journal explica o porquê da política anti-transparência de dados econômicos da China – e o que nós conseguimos saber apesar dela.
As moedas mais valorizadas em 2022Um ranking elaborado pelo Valor Data mostrou que, no ano, o rublo russo foi a moeda mais valorizada em relação ao dólar, com alta de 20,57%. Logo em seguida vem o real brasileiro, com valorização de 5,69%. Das 33 moedas consideradas no balanço, 29 perderam força durante o período. Veja o ranking aqui.
10h10 Presidente do Fed de Nova York, John Williams, fala em evento
Antes da abertura: American Express, Verizon e Renault