Apetite por risco volta, e bolsas americanas têm dia de recuperação

Reabertura na China e dados positivos da economia americana animaram investidores nesta terça-feira. Dólar caiu 2% e fechou abaixo dos R$ 5,00.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 18 out 2024, 14h17 - Publicado em 17 Maio 2022, 18h14
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Uma pausa na sofrência? As bolsas americanas fecharam em forte alta nesta terça-feira, num pregão marcado pelo retorno do apetite por risco após dias conturbados no mercado. O otimismo dos EUA também ajudou por aqui e o Ibovespa subiu 0,51%, enquanto o dólar tombou 2,15%, a R$ 4,942.

Um combo de fatores pelo mundo explica a injeção de ânimo nos investidores. O primeiro é a notícia de que Xangai, a capital econômica da China, vai finalmente sair do seu rigoroso lockdown contra a Covid-19 após quase dois meses de restrições severas. A volta à normalidade só vai acontecer a partir do dia 1º de junho, mas o anúncio já animou o mercado. Nas últimas semanas, o lockdown na megacidade vinha causando um pesadelo logístico no mundo, que deve ter consequências duradouras, mas pelo menos agora tem data para acabar (a não ser que os casos voltem a subir, é claro).

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Outra ajuda veio dos EUA, onde novos dados mostraram que a economia americana anda muito bem, obrigada. Por lá, as vendas no varejo cresceram 0,9% em relação a março, isso depois de um crescimento de 1,4% de março em relação a fevereiro. No ano, a taxa de crescimento das vendas no varejo americano é de 8,2%, apesar da maior inflação em 40 anos. A produção industrial dos EUA também surpreendeu e subiu 1,1% em abril, acima do consenso do mercado (+0,5%).

Já na Europa foi o PIB quem veio acima do esperado: crescimento de 0,3% no primeiro trimestre do ano, contra estimativa de +0,2%. Enquanto isso, no Reino Unido, a taxa de desemprego caiu para 3,7%, o menor nível desde dezembro de 1974, quase cinco décadas atrás. 

Tudo isso, junto, ajudou a sustentar o apetite por risco do mercado, num dia em que as preocupações com a inflação e o aumento de juros nos EUA foram deixadas de lado. Ou quase isso: no meio do pregão, as falas de Jerome Powell, presidente do Fed, chegaram a balançar um pouco as bolsas. 

Em evento promovido pelo Wall Street Journal, Powell foi enfático em suas falas contra a inflação e garantiu que o BC americano vai fazer de tudo para domá-la. Confirmou que o comitê planeja um aumento de 0,50 ponto percentual para a próxima reunião, mas não descartou aumentos maiores para depois caso o aumento dos preços siga surpreendendo.

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Os índices americanos até reduziram seus ganhos enquanto Powell engrossava o tom. Mas, para falar a verdade, sua fala não trouxe nada de novo – muito pelo contrário: o mercado já sofreu bastante com essas mesmas palavras nas últimas semanas. Por isso, decidiu deixar para lá o qualquer resquício de mau-humor e as bolsas fecharam em fortes altas, com o S&P 500 avançando 2% e a Nasdaq, quase 3%.

No Brasil

Por aqui, com dia de agenda esvaziada, o bom-humor gringo ajudou o Ibovespa a engatar sua quinta alta seguida, ainda que mais tímida do que a observada nos EUA (+0,51). Já o dólar voltou a ser negociado abaixo dos R$ 5. 

Na outra ponta, das perdas, o destaque ficou para empresas que não agradaram na divulgação de seus resultados do primeiro trimestre do ano. A Magalu, por exemplo, teve forte queda de 11,46% após divulgar prejuízo líquido de R$ 98,8 milhões nos primeiros três meses, revertendo um lucro de R$ 81,5 milhões no mesmo período do ano passado. (Leia mais sobre a encruzilhada pela qual as varejistras brasileiras estão passando na nossa reportagem.)

Mas a maior perda do dia ficou para a Hapvida, cujos papéis tombaram quase 17% após balanço mostrar prejuízo de R$ 182 milhões no período e perda de 64 mil usuários de planos de saúde, números considerados bem decepcionantes pelos analistas.

Até amanhã!

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Maiores altas

Locaweb (LWSA3): 11,15%

Cogna (COGN3): 5,86%

Ecorodovias (ECOR3): 5,10%

Ultrapar (UGPA3): 4,73%

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Minerva (BEEF3): 4,67%

Maiores baixas

Hapvida (HAPV3): -16,84%

Magazine Luiza (MGLU3): -11,46%

IRB Brasil (IRBR3):  -7,89%

Americanas (AMER3):  -2,71%

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Petrorio (PRIO3):  -2,00%

Ibovespa: 0,51%, aos 108.789 pontos

Em NY

Dow Jones: 1,34%, aos 32.655 pontos

S&P 500: 2,02%, aos 4.088 pontos

Nasdaq: 2,76%, aos 11.984,52 pontos

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Dólar: – 2,15%, a R$ 4,9429

Petróleo

Brent: -2,02%, a US$ 111,93 

WTI: -1,58%, a US$ 112,40

Minério de ferro: 0,71%, cotado a US$ 129,31 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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