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Apple, Amazon e Alphabet decepcionam e contratam dia de amargura em Wall Street

Balanços do trio de big techs refletem a desaceleração econômica mundial e queda na demanda; ações das três amanhecem no vermelho.

Por Bruno Carbinatto, Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h41 - Publicado em 3 fev 2023, 08h22
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Um dia após a Meta brilhar na bolsa, subindo 23% ontem, as big techs voltam a ser protagonistas das atenções em Wall Street. Dessa vez, porém, o cenário não é positivo.

O trio de gigantes Apple, Amazon e Alphabet (do Google) divulgou seus balanços após o fechamento de ontem, e todos os três de alguma forma vieram com números considerados fracos, refletindo a desaceleração econômica global e queda na demanda no último trimestre de 2022.

A Apple, por exemplo, registrou uma queda de 13% no lucro líquido e também sua primeira queda na receita desde 2019. A demanda mais fraca, que levou a uma queda nas vendas de iPhone e Macs, explica parte do problema; outro fator, segundo a própria empresa, foram as restrições pandêmicas na China, que paralisaram ou reduziram a capacidade de produção. (Nesse ponto, o viés é até positivo, visto que o país asiático reabriu de vez e as disrupções logísticas e operacionais já não assustam tanto.) 

Os papéis da maçã amanhecem em queda de 3,4% no pré-market.

No caso da Alphabet, o que assustou foi a queda na receita proveniente da publicidade: o total foi de US$ 61,2 bilhões em 2021 para US$ 59 bilhões (-3,6%). É a primeira queda do tipo desde o baque da pandemia, em 2020. A empresa culpou, também, o cenário macroeconômico ruim para todo mundo, que afasta anunciantes do seus serviços de busca e também do YouTube.

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No mês passado, o Google anunciou que demitiria 12 mil funcionários, visto a piora. Ontem, a CFO da empresa Ruth Porat confirmou que o ritmo de contratações em 2023 vai “diminuir significativamente”. As ações da Alphabet abrem o dia em queda de 4,7% refletindo o balanço fraco.

A Amazon também assustou; as vendas no segmento online caíram 2% no último trimestre, e, dado o clima da empresa, o buraco é mais embaixo. O CFO da empresa, Brian Olsavsky, já avisou investidores que os próximos trimestres serão fracos e que os números devem continuar piorando, já adiantando o pessimismo com os papéis da empresa. No pré-market, as ações da gigante do varejo caem mais de 5%.

Resultado: o combo de pessimismo do trio faz os índices futuros americanos amanhecer no vermelho; o que mais sangra é justamente o Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, com queda de 1,5%. 

Um dado importante que investidores aguardam agora é o payroll, relatório de empregos nos EUA. Ele indica a que ritmo anda a economia americana e ajuda o mercado a tentar prever os próximos passos do Fed. O payroll sai às 10h30 do horário daqui.

No Brasil, a novela política segue. Desta vez, a notícia do dia é que Lula voltou a atacar a autonomia do Banco Central, criticou as metas de inflação e também o patamar atual dos juros. Nada de muito novo, é verdade, mas que pode reacender as tradicionais desconfianças do mercado com o novo governo. A ver.

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Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,76%

Futuros Nasdaq: -1,49%

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Futuros Dow: -0,29%

*às 8h09

market facts

Efeito Americanas na Magalu

As ações de outras empresas do varejo na bolsa foram beneficiadas pela crise nas Americanas. Quem mais se deu bem foi a Magazine Luiza, que saltou 43% desde o dia 11. O empurrãozinho ajudou a companhia a registrar a maior alta do Ibovespa em janeiro, com alta de 74%. 

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Nessa, Luiza Trajano voltou para lista de bilionários da Forbes, com fortuna avaliada em US$ 1,1 bilhão (ou R$ 5,5 bilhões). A empresária tinha deixado o grupo de ricaços em junho do ano passado, momento em que os ativos da Magalu registravam uma baixa de 90% em 12 meses. 

Ontem, as ações da companhia fecharam em alta de 1,15%, a R$ 4,34. Cortesia de um relatório do Goldman Sachs elevou o preço-alvo das ações de R$ 3,80 para R$ 4,30 (e manteve recomendação neutra). 

Agenda

10h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga o relatório mensal de empregos (payroll) 

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,40%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,15%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,68%

Bolsa de Paris (CAC): 1,26%

*às 8h11

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,95%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,39%

Hong Kong (Hang Seng): -1,36%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: -0,1%, a US$ 82,09

*às 7h57

Minério de ferro: -0,35%, negociado a US$ 126,56 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

Vale a pena ler:

O ChatGPT de Wall Street

A Bloomberg pediu para o ChatGPT criar um ETF que performasse melhor que o mercado de ações dos EUA. A resposta foi uma espécie de foi mal, não faço milagre: “o mercado de ações é imprevisível demais e performances passadas não garantem resultados futuros”. Parece que o mercado financeiro e a futurologia ainda não são os fortes do ChatGPT. Mas, em Wall Street, já existem ferramentas de inteligência artificial guiando decisões. A mais impressionante delas é o AI Powered Equity ETF (AIEQ), um fundo de US$ 102 milhões que vem retornando cerca de 9,9% em 2023, contra 4,7% do S&P 500. A Bloomberg conta essa história aqui

WhatsApp vs. SEC

Falando em Wall Street e tecnologia… os reguladores americanos estão numa cruzada contra o uso do WhatsApp no dia a dia das instituições financeiras. Para a SEC, principal reguladora do mercado americano, irregularidades em negócios conduzidos pelo aplicativo são mais difíceis de serem investigadas, já que ficam fora do campo de visão do compliance das empresas. Esta reportagem da Bloomberg, traduzida pelo Valor, conta sobre a investigação.

 

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