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Bitcoin perto do recorde, auxílio de R$ 400 e as marretadas do BC no dólar

Lá fora, o sinal é positivo para as bolsas nesta terça, enquanto o Ibovespa pode ficar preso com Brasília.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 18 out 2024, 09h23 - Publicado em 19 out 2021, 08h08
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

O Banco Central brasileiro vai tentar enxugar gelo mais uma vez nesta terça, quando venderá US$ 500 milhões de dólares no mercado para conter a escalada da moeda. Vender reservas é exceção, não a regra na intervenção no mercado, tanto que o instrumento não era utilizado desde março, quando a nova onda da pandemia pressionava o câmbio.

A temporada de intervenções começou em setembro, sob a justificativa de atender a maior demanda por moeda do final do ano, especialmente ante a indicação de que o Fed (o BC americano) vai diminuir a impressão de dólares que injeta na economia. O lance é que desde a ação do BC, o câmbio voltou a acelerar e agora ronda os R$ 5,50. O mercado financeiro não se convenceu das motivações, e desconfia que o BC quer mesmo é controlar a inflação causada pela valorização da moeda americana.

As primeiras intervenções vinham sendo por um instrumento um pouco mais conservador, chamado de swap cambial, um instrumento que equivale a vender dólares no futuro. Se o investidor acha que a moeda estará em um nível mais contido lá na frente, ela acaba ficando controlada desde já – se a intervenção funcionar, claro. Ontem o dólar fechou em alta de mais de 1%, a R$ 5,5205.

O problema é que um dos fatores de alta do câmbio está em Brasília, e as notícias que chegam de lá não ajudam investidores. O auxílio emergencial termina em 13 dias e o governo não tem nenhuma ideia de onde tirar dinheiro para colocar de pé o Bolsa Família turbo. A proposta, agora, é garantir a beneficiários do programa pagamentos de R$ 400 até o fim do ano que vem. Não custa dizer o óbvio, durante todo o ano eleitoral.

O lance é que uma parte desse dinheiro ficaria fora do teto de gastos, a regra que limita o aumento das despesas do governo à inflação do ano anterior. O drible ao teto faz o mercado cobrar mais caro para emprestar ao governo, isso enquanto ele continua disposto. O mais provável é que ele deixe o país, daí a alta do dólar.

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Os riscos domésticos – e a China – deixaram o Brasil ontem no negativo. A tendência é que a cautela permaneça. Lá fora, porém, o sinal é positivo. Os futuros das bolsas americanas apontam para um dia positivo, com investidores atentos aos resultados das empresas. Saem pela manhã os balanços da Johnson & Johnson e da Procter & Gamble. Após o fechamento do mercado será a vez de Netflix e United Airlines. 

E até o bitcoin se animou. A criptomoeda é negociada perto dos US$ 62 mil antes da estreia dos primeiros ETFs de bitcoin lá nos EUA. A cotação recorde é de US$ 64,87 mil.

 

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: +0,45%

Futuros Nasdaq: +0,35%

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Futuros Dow: +0,39%

*às 7h54

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): +0,25%

Bolsa de Londres (FTSE 100): +0,07%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): +0,14%

Bolsa de Paris (CAC): -0,01%

*às 7h54

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): +0,98%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): +0,65%

Hong Kong (Hang Seng): +1,49%

Commodities

Brent: alta de 0,76%, a US$ 84,97

Minério de ferro: queda de 0,23%, a US$ 124,04 por tonelada no porto de Qingdao, na China

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*às 7h47

Agenda

9h30 BC venderá US$ 500 milhões em dólares

9h30 EUA divulgam dados de construções de moradias em setembro, em meio à alta de preços

13h O diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, falará em evento do JPMorgan

14h30 É a vez de Roberto Campos Neto, presidente do BC, falar em evento do Ministério da Infraestrutura

Sem horário definido: PEC dos Precatórios deve ser votada na comissão especial da Câmara

 

market facts

Perto do fim

A Oi recebeu o aval do Cade para vender uma fatia de sua operação de fibra ao BTG Pactual. A operação, que faz parte do plano de recuperação da companhia, fez as ações saltarem 12%, a R$ 1,12. Aqui você lê uma entrevista que o presidente da Oi concedeu a VC S/A.

O meu em cripto

A empresa de fidelidade Dotz (DOTZ3) anunciou uma parceria com a corretora Foxbit para a troca dos pontos acumulados por bitcoins. Nas informações fornecidas à imprensa, a companhia não disse se haverá uma quantidade mínima de pontos para converter em criptos. O mercado não parece ter se empolgado, e as ações caíram 1,12% na segunda. Desde o IPO, a baixa é de 53%.

Vale a pena ler:

Para trás

Uma reportagem da Bloomberg mostra que não é só com você. O noticiário global afirma que a economia está em franca recuperação após a pandemia, mas a maioria das pessoas não sente como se a situação econômica tivesse realmente melhorado. Uma pesquisa com pessoas de 27 países descobriu que 77% dos entrevistados acreditam que suas condições financeiras estão na mesma ou piorando, isso apesar da percepção de melhora do país. Aqui, em inglês

Clean beauty

O mercado de produtos de beleza sem matéria-prima sintética, já atrai investimentos de grandes empresas. Amazon, Walmart e Boticário têm produtos considerados “limpos”. A farmacêutica Hypera (HYPE3) fez um aporte da Simple Organic, que nasceu com essa filosofia. Contamos a história na edição de outubro da VC S/A.

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