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Bolsas americanas sangram na volta do feriado

Investidores dobraram a aposta da alta de juros do Fed. Petróleo vai à máxima em sete anos.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
Atualizado em 18 out 2024, 14h22 - Publicado em 18 jan 2022, 08h12
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Investidores americanos voltaram do feriado de ressaca – e espalhando caos pelas bolsas globais. Os contratos futuros dos principais índices americanos têm quedas acima de 1% (caso do S&P e do Nasdaq), reflexo da expectativa de alta de juros nos EUA.

A próxima reunião do Fed (o BC americano) é só em março, quando a primeira alta de juros deve ocorrer. O lance é que investidores começam a projetar pelo menos quatro aumentos em 2022. Como bem lembrou um analista de mercado ao The Wall Street Journal, até outubro investidores esperavam apenas uma altinha neste ano. De março a dezembro, o Fed se reúne sete vezes.

E não é só nos EUA que o cenário está embaçado. Dados do mercado de trabalho do Reino Unido mostraram que o desemprego caiu a 4,1% no trimestre encerrado em novembro – economistas vinham estimando 4,2%. O país já começou a subir juros para combater a inflação, e o emprego firme ajuda a esperar mais aperto monetário.

Para coroar, o petróleo atinge a máxima em sete anos em meio a um conflito geopolítico entre o Iêmen e os Emirados Árabes Unidos. As disputas entre os dois países podem reduzir a oferta da commodity, uma das responsáveis pela disparada da inflação em 2021.

É isso o que pressiona as bolsas nesta terça-feira. Só que, para variar, o Brasil tem problemas adicionais para enfrentar. Servidores públicos fazem uma paralisação em Brasília para pedir reajuste salarial. A mobilização veio após o presidente Jair Bolsonaro separar dinheiro para conceder aumentos apenas a categorias que o apoiam, caso de policiais. Sindicatos querem pedir reajustes de até 28%, segundo a Folha.

Trata-se de mais um pino retirado de uma bomba fiscal prestes a estourar. O Orçamento deste ano teve despesas subestimadas em R$ 9 bilhões – e o rombo deve aumentar com a perspectiva do governo de aumento do dinheiro destinado ao fundão eleitoral. Agora, o ministério da Economia trabalha em cortes de despesas para diminuir o tamanho do buraco. 

Noves fora a bagunça política, o fato é que a gastança tem um efeito direto sobre o seu bolso: o aumento de dinheiro em circulação faz a inflação subir e obriga o nosso BC a subir juros também. Para este ano, economistas preveem uma desaceleração dos preços dos 10% de 2021 para a faixa de 5%. Só tem um detalhe: as previsões voltaram a subir.

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Assim, fica difícil esperar ventos favoráveis à B3. Boa terça-feira.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -1,21%

Futuros Nasdaq: -1,88%

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Futuros Dow: -0,79%

*às 7h58

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,97%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,73%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,02%

Bolsa de Paris (CAC): -0,98%

*às 7h56

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,97%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,27%

Hong Kong (Hang Seng): -0,43%

Commodities

Brent: 1,26%, a US$ 87,57*

*às 7h51

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Agenda

10h / 14h – Servidores federais realizam manifestações em Brasília em favor de um aumento de salários. O primeiro ato, pela manhã, ocorre em frente à sede do Banco Central. À tarde, em frente ao Ministério da Economia.

market facts

Mais elétricos no país

A Unidas anunciou um investimento de R$ 370 milhões para aquisição de veículos elétricos para sua frota. Segundo a empresa, serão 400 modelos híbridos e 1,6 mil totalmente elétricos – número que representa 50% dos emplacamentos realizados no ano passado no Brasil. Ao todo, 2,8 mil carros 100% movidos à bateria foram registrados no país em 2021. O plano da locadora é chegar a 80 mil veículos elétricos e espalhar 1 mil pontos de recarga até 2027. Atualmente, a Unidas está em processo de fusão com a Localiza. Em dezembro do ano passado, o Cade aprovou a operação, mas com restrições. Desde então, as ações da Unidas (LCAM3) acumulam queda de 15% e as da Localiza (RENT3), -14,8%.  

A dor da conta de luz

Um levantamento da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) mostrou que a conta de luz residencial subiu 114% desde 2015. É mais que o dobro da inflação do período, que ficou em 48%. Segundo a entidade, o aumento de preços está relacionado a três fatores. O primeiro é o acionamento de termelétricas, realizado em função da crise hídrica que o país enfrenta. Há também um acréscimo de encargos e subsídios, que custeiam o desenvolvimento de outros setores, como o de energia eólica e solar. E, por fim, haveria relação com o modelo de contratação da energia elétrica. No outro formato existente, o de livre mercado, destinado exclusivamente a consumidores de grandes volumes que negociam o preço diretamente com as geradoras, o aumento foi 25% menor que a inflação dos últimos sete anos.

Vale a pena ler:

Espiadinha que vale milhões

O Big Brother Brasil 22 estreou ontem à noite na Globo e, com exceção do futebol, é o produto mais lucrativo da empresa. Deve ficar no ar por 95 dias e, antes da estreia, já tinha faturado R$ 690 milhões. Para os telespectadores, uma espiadinha não tem custo, mas os anunciantes que desejam expor suas marcas no programa precisam desembolsar, no mínimo, R$ 11,8 milhões. Em reportagem, a Bloomberg Línea explica a fórmula do sucesso financeiro do reality. Leia.

Pego no pulo

O presidente do banco de investimentos Credit Suisse, António Horta-Osório, se demitiu no último domingo. Segundo a companhia, a saída ocorreu após uma investigação encomendada pelo seu conselho quanto às viagens realizadas por ele e sua conduta pessoal. O The Wall Street Journal, porém, revelou detalhes. Em mais de uma ocasião, Horta-Osório teria descumprido regras de quarentena para prevenção da Covid-19 em países europeus. Além disso, também teria usado aeronaves corporativas em uma viagem de férias às Maldivas. Leia a reportagem aqui.

Temporada de balanços
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Nos EUA, Bank of America e Goldman Sachs divulgam seus balanços antes da abertura do mercado.

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