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Bolsas caem com expectativa pessimista pela inflação americana 

Mercado chora à espera de um Fed mais falcão do que nunca. Petróleo cai por conta do lockdown Black Mirror em Xangai, mas talvez não por muito tempo. 

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 18 out 2024, 14h18 - Publicado em 11 abr 2022, 17h49
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Seu chefe chama para uma “conversa importante” na terça. Como fica a sua segunda numa dessas? Igual à das bolsas hoje: num clima de expectativa – provavelmente negativa, já que, nós, humanos, tendemos a prever o pior. Como o mercado, na falta de outras espécies que comercializem ações, é formado por humanos, o que tivemos foi um dia vermelho. -1,16% para o Ibovespa, -1,68% para o S&P 500.

A “notícia importante” virá do chefe da economia global, os EUA. Nesta terça sai o Consumer Price Index (CPI, que é o IPCA deles). A inflação americana está 7,9% nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro. Amanhã sai a atualização, com o CPI de março. 

Detalhe: o petróleo só chegou a US$ 100 no último dia de fevereiro. Em março, só passou dois dias abaixo desse patamar (15/03 e 16/03) – chegando a picos de US$ 130. Isso pressionou para cima o preço da gasolina e do diesel, e quando os combustíveis sobem os outros preços acompanham. 

A expectativa, de acordo com os economistas consultados pela Bloomberg, é a de que a inflação em 12 meses vá a 8,4% agora.   

Confirmando-se uma nova alta no CPI, não restará uma pomba viva no Fed. Pombas são o símbolo da manutenção de juros baixos – política “dovish”, de pombinha, que ajuda no crescimento da economia mas traz inflação como efeito colateral . 

O oposto disso é a política “hawkish”, de falcão, que combate a inflação às custas do crescimento econômico. Neste momento, o banco central dos EUA já exerce suas qualidade de ave de rapina. Com um CPI persistentemente em alta, seguirá agressivo contra a inflação por um bom tempo. Como isso deprime a economia, o mercado chora. 

De véspera, inclusive. Isso lá, por que no Brasil o pessimismo com a inflação ganhou força na última sexta, com o anúncio da maior inflação para um mês na história do plano real. Dureza. 

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No cenário internacional, o petróleo até deu uma recuada hoje: -4,18%, a US$ 98,48 (primeiro fechamento abaixo de US$ 100 desde 16/03). Cortesia do lockdown Black Mirror de Xangai (vale ver a reportagem de Álvaro Pereira Júnior, do Fantástico, sobre o assunto). Estima-se que o fechamento do centro financeiro da China tenha reduzido a demanda global por petróleo em até 1,3 milhão de barris por dia (meia Petrobras), 50% disso só na redução do consumo do setor aéreo.  

Não que seja uma baixa sustentável. Primeiro, que Xangai já anunciou a suspensão do lockdown em 40% da cidade. Segundo, que a Opep+ avisou hoje que as sanções à Rússia devem tirar 7 milhões de barris por dia de petróleo do mercado, e que não tem capacidade para segurar essa bronca produzindo mais – em outras palavras, disse que, sim, o petróleo vai ficar mais caro e pronto, com todos os efeitos inflacionários que isso traz. 

E os bancos centrais que lutem.

Até amanhã

Maiores altas

Braskem (BRKM5): 1,88%

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Ambev (ABEV3): 1,86%

Energias do Brasil (ENBR3): 1,81%

Cielo (CIEL3): 1,46% 

Carrefour (CRFB3): 1,12% 

Maiores baixas

BRF (BRFS3): -7,00%

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Cogna (COGN3): -5,65%

B3 (B3SA3): -4,94%

WEG (WEGE3): -4,48%

Petz (PETZ3): -4,11%

Ibovespa: -1,16%, aos 118.320 pontos

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Em Nova York

S&P 500: -1,68%, aos 4.412 pontos

Nasdaq: -2,18%, aos 13.411 pontos

Dow Jones: -1,19%, aos 34.309 pontos

Dólar: -0,39%, a R$ 4,69

Petróleo

Brent: -4,18%, a US$ 98,48 

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WTI: 2,32%, a US$ 98,26

Minério de ferro:  -2,04%, US$ 151,90 por tonelada em Cingapura.

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