Bolsas ensaiam recuperação após tombo com a inflação americana
Futuros americanos amanhecem em leve alta nesta quarta.
Após uma terça sangrenta, o mercado acionário americano amanhece mais calmo. Os futuros dos índices de Wall Street operam em leve alta, cerca de 0,4%, dando início a uma recuperação depois do maior tombo dos últimos dois anos na véspera.
Ontem, o S&P 500 caiu 4,33% e o Nasdaq, 5,16%, com uma inflação mais persistente do que o imaginado. Foi divulgado que o CPI (o IPCA deles) de agosto desacelerou menos do que o esperado, de 8,5% para 8,3% no acumulado de 12 meses. O mercado projetava uma inflação de 8,1%.
Agora, há quem aposte em um aumento de um ponto percentual nos juros americanos, o que prejudica as perspectivas para a renda variável global.
Nesta quarta, o PPI (inflação ao produtor) dos EUA pode colocar mais água no chopp ou trazer algum alívio após a frustração da véspera. A projeção é que o índice tenha deflação de 0,1% em agosto, após uma queda de 0,5% dos preços em julho.
Por aqui, o que pode estragar, ou ampliar, um alívio do Ibovespa, após a queda de 2,30% na terça, é o volume de vendas do comércio em julho. Espera-se que as vendas no varejo tenham tido um aumento de 0,3% em relação a junho, quando contraíram 1,4%. Na comparação anual, a perspectiva é de queda de 3,5%, um tombo bem maior que o de 0,3% de junho de 2021 para junho de 2022.
A ver se as estimativas estão mais aguçadas desta vez. Bons negócios!
Futuros S&P 500: 0,40%
Futuros Nasdaq: 0,41%
Futuros Dow: 0,30%
*às 7h59
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,30%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,01%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,54%
Bolsa de Paris (CAC): -0,30%
*às 7h50
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,11%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,78%
Hong Kong (Hang Seng): -2,48%
Brent: 0,60%, a US$ 93,73 o barril
Minério de ferro: -2,94%, a US$ 100,55 a tonelada na bolsa de Cingapura
*às 7h05
Reestruturação da Natura
Ontem, as ações da Natura&Co caíram impetuosos 6,48% – a segunda maior baixa do pregão. O mercado não gostou da notícia de que a empresa pretende transformar Natura e Avon (que foi adquirida pela holding em 2019) em uma única empresa. Além disso, a ideia é desistir do plano de criar uma plataforma global de beleza e focar apenas no mercado latino-americano. A notícia foi publicada pelo site Reset e não foi confirmada pela Natura. A possível reestruturação operacional vem num momento de vacas magras para a companhia, que entregou resultados abaixo do esperado no último trimestre. Em um ano, as ações NTCO3 já caíram 68,24%.
A bolha chinesa
O mercado imobiliário chinês virou uma bolha, que começou a dar sinais mais fortes de querer estourar lá em setembro do ano passado, depois que o mercado descobriu a dívida impagável da Evergrande. E o problema pode ser maior do que parece: há anos, o mercado imobiliário virou símbolo e pilar do vertiginoso crescimento chinês. 70% do patrimônio das famílias chinesas estão agora vinculadas ao setor imobiliário. Por isso, aumentar a desconfiança no setor significa, também, aumentar a desconfiança no sistema econômico chinês. A The Economist fala sobre isso.
Ranking de sustentabilidade
Ontem, o CLP (Centro de Liderança Pública) divulgou o 2ª Ranking de Sustentabilidade dos Estados. No documento, a desigualdade regional não fez questão de se esconder: norte e nordeste, as duas regiões mais pobres do país, aparecem com as piores notas nas avaliações de práticas ESG. Já São Paulo e Santa Catarina ocuparam as melhores posições em todos os critérios da escala. A Folha ilustrou, com gráficos, os achados da pesquisa.
Brasil, 9h: vendas no varejo em julho
EUA, 9h30: índice de preços ao produtor (PPI) de agosto
EUA, 11h30: estoques de petróleo da semana até 09/09