Bolsas europeias sobem 5% com a estabilização do petróleo
Possível acordo entre EUA e Venezuela para compensar o embargo à Rússia ajuda o mercado a respirar. Futuros americanos sobem 2%; Brent cai 1,5%.
Enquanto o caos cresce dentro da Ucrânia, a ordem começa a se reestabelecer no mercado global. O embargo dos EUA ao petróleo russo eram favas contadas (estranho era saber que Biden seguia ainda comprando a commodity de Putin sem problemas). A grande questão era saber se a Europa, que compra muito mais óleo russo, por questões geográficas, entraria no mesmo barco. Não entraram, pois não têm outra alternativa. Bom para o mercado, já que isso deixa o suprimento global de petróleo mais estável.
Do lado americano, costura-se um acordo com a Venezuela para suspender o embargo comercial imposto contra o regime de Maduro – até o momento, a importação de petróleo venezelueno é proibida nos EUA. Bom, 8% das importações de petróleo e derivados dos EUA vinham da Rússia. A ideia é substituir essa parcela por hidrocarboneto da Venezuela, ou seja: resolve-se o problema criado por um novo embargo suspendendo-se um velho embargo. Ótimo para o mercado.
Essas favas ainda não estão contadas. Mas a aquiescência entre EUA e Venezuela parece estar a caminho. Os americanos enviaram uma delegação ao país sul-americano no final de semana para discutir o assunto. Ontem, Maduro soltou dois americanos que tinham sido presos, sob acusação de espionagem. Juntando A com B, tem-se que um acordo está para ser anunciado, o que deixaria o suprimento global de petróleo do mesmo jeito que estava antes de Putin ter começado seu estrago.
Com essa perspectiva de estabilidade no mercado de petróleo, a commodity acordou em baixa, de -1,49%; e as bolsas em alta, com o índice Europeu em eufóricos 5%, e os futuros dos EUA rondando os 2%.
Boa quarta.
Futuros S&P 500: 1,78%
Futuros Nasdaq: 2,15%
Futuros Dow: 1,56%
*às 8h01
Índice europeu (EuroStoxx 50): 5,29%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 2,14%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 5,33%
Bolsa de Paris (CAC): 5,09%
*às 7h58
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,92%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,30%
Hong Kong (Hang Seng): -0,67%
Brent: -1,49%, a US$ 126,07*
*às 7h56
16h – Senado volta a discutir em plenário dois projetos de lei para segurar a alta dos combustíveis. Um deles prevê um valor fixo para o ICMS em todo o país e o outro, um fundo de estabilização para financiar a disparidade de preços frente ao mercado externo.
Novidades da Apple
A Apple anunciou uma nova versão do iPhone SE e do iPad Air nesta terça-feira. Ambos são os primeiros de suas linhas de produto com conectividade 5G. O preço inicial do smartphone será de US$ 429 (R$ 4,2 mil), para a versão com 64GB de memória. Já o tablet deve ser vendido a US$ 599 (R$ 6,8 mil). A companhia de Tim Cook apresentou ainda o chip M1 Ultra para os desktops Mac, o desktop Mac Studio (um Mac Mini gigante, para tarefas pesadas) e o monitor Studio Display.
McDonalds e Starbucks também cancelam a Rússia
As duas redes anunciaram o fechamento de suas lojas no país No mesmo dia, a Coca-Cola suspendeu suas operações, a Unilever disse que pararia importações e exportações e a Amazon afirmou que não aceitará mais clientes russos em seu serviço de nuvem. Segundo um levantamento da Folha de S.Paulo, mais de 70 empresas estrangeiras de grande porte impuseram algum tipo de restrição ao país de Vladimir Putin.
A maldição latina das commodities
Em entrevista à Bloomberg Línea, o economista Jim O’Neill, que cunhou o termo Brics para se referir ao grupo formado pelas economias de Brasil, Rússia, Índia e China, disse que a América Latina sofre da “maldição das commodities”: vai bem quando os preços dessas matérias-primas sobem e fracassa à medida que eles caem. Para escapar dessa sina, ele aponta, o Brasil precisa incentivar uma diversificação dos seus investimentos. Na conversa, O’Neill ainda falou sobre as eleições presidenciais brasileiras e qual postura deveria ser adotada pelo Fed quanto à política econômica americana. Leia aqui.
Como não demitir (parte 2)
Em dezembro do ano passado, o vídeo do CEO da empresa de hipotecas Better demitindo 900 funcionários em uma videochamada viralizou nas redes sociais. Vishal Garg, que ocupava o posto à época, foi curto e grosso: “Se você está nesta teleconferência, faz parte do azarado grupo que está sendo demitido”. Eis que agora a empresa voltou a atacar. De uma só vez, desligaram 3 mil colaboradores – um terço da força de trabalho da companhia. A Better afirma que, pelo menos, todos estão sendo comunicados individualmente. Leia na CNN (em inglês).
Após o fechamento do mercado, CSN, CSN Mineração, Natura e Via divulgam seus balanços.