Bolsas se preparam para terminar semana no vermelho
Investidores esperam dados do mercado de trabalho americano. Mas não têm esperança que eles tragam alívio para a inflação.
As bolsas americanas tiveram ontem a maior queda desde junho de 2020. Não foi suficiente para ajustar as expectativas dos investidores. Nesta sexta, os futuros americanos indicam mais perdas, enquanto do outro lado do oceano as bolsas europeias caem, como que para deixar todo mundo no mesmo patamar.
O Fed pode até ter descartado uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros americanos na reunião de junho. Não significa que uma alta de 0,50 p.p. não fará estragos. É isso que o ataque de pânico dos investidores diz.
O problema é saber se a alta de juros será o bastante para conter a inflação, que supera os 8% ao ano e continua subindo. E se medidas mais drásticas daqui para frente não podem jogar a economia americana – e, por consequência, a global – em recessão.
Para hoje, os investidores querem saber é do payroll, o relatório de como anda o mercado de trabalho nos EUA. As projeções são de que a taxa de desemprego para abril deve cair para 3,5% – o que corresponde ao nível mais baixo desde 1969.
Isso é uma queda de 0,1 ponto. O quadro de pleno emprego abre espaço para que trabalhadores consigam reajustes salariais, o que é visto hoje por investidores como combustível adicional para a inflação.
As atenções também se dividem entre a China. A capital Pequim intensificou suas restrições contra Covid-19: escolas, restaurantes, empresas e academias que fecharam para o feriado do Dia do Trabalho, de 30 de abril a 4 de maio, não têm prazo para voltar ao funcionamento. Além disso, 15% da rede de metrô e 158 rotas de ônibus estão paradas. Os lockdowns no país estão afetando tanto a demanda por commodities, quanto às linhas de produção e cadeia de suprimentos.
Por fim, se o Ibovespa seguir o sinal lá de fora, deverá zerar o lucro que acumulou no ano.
Boa sexta.
Futuros S&P 500: -0,27%
Futuros Nasdaq: -0,39%
Futuros Dow: -0,15%
*às 7h50
Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,10%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,81%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,14%
Bolsa de Paris (CAC): -1,18%
*às 7h35
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -2,53%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,69%
Hong Kong (Hang Seng): -3,81%
Brent: 2,26%, a US$ 113,41
Minério de ferro: -4,90%, US$ 138,45 em Cingapura
*às 7h32
09h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga o payroll, com os dados sobre emprego em abril.
Criptos no mercado de luxo
A Gucci passará a aceitar bitcoin e outras moedas digitais em suas lojas nos EUA. A partir deste mês, algumas unidades de Nova York, Los Angeles, Miami, Atlanta e Las Vegas terão a opção de pagamento. As demais lojas da rede nos EUA devem aceitar as criptomoedas até o final do verão (que vai de junho até setembro no hemisfério norte). Além da Gucci, a Kering Group – dona da empresa e outras marcas de luxo – também tem planos de adotar as criptos na Balenciaga e procura oportunidades de entrar no metaverso.
Compra do Twitter
Elon Musk segue com o seu plano de juntar mais dinheiro para financiar a compra do Twitter, por US$ 44 bilhões, sem precisar tirar muito dinheiro do seu próprio bolso. O empresário garantiu US$ 7,14 bilhões com um grupo de investidores, incluindo US$ 1,89 bilhão do príncipe saudita Alwaleed bin Talal. Além disso, os US$ 21 bilhões que Musk deveria pagar foram revisados para US$ 27,25 bilhões, enquanto um empréstimo solicitado por ele foi reduzido de US$ 12,5 bilhões para US$ 6,25 bilhões. Mesmo com a queda generalizada de ontem, o Twitter subiu 2,65%.
Alternativas ao combustível russo
A guerra entre Rússia e Ucrânia mostrou para a União Europeia o quanto ela é dependente do gás russo – 40% da quantia consumida vem do país do leste. No entanto, abrir mão do produto de uma hora para a outra não é simples. Por mais que os países do velho continente estejam recorrendo aos EUA, a expansão dos combustíveis fósseis enfrenta resistências devido às preocupações climáticas. Além disso, os produtores de gás no norte da África estão enfrentando questões políticas que atrapalham o fornecimento – deixando a crise energética ainda mais agitada. Leia aqui (em inglês).
Porto Seguro e Sabesp divulgam os seus resultados depois do pregão. Lá fora, tem balanço da Alibaba, Adidas e ING Group.