Caos reina no Twitter, mas paz volta ao mercado americano
Onda de demissões gerou temores e clima de velório na rede social do passarinho. Por aqui, segue a novela da responsabilidade fiscal.
Bom dia!
#RIPTwitter é o assunto mais comentado no site do passarinho azul na manhã desta sexta-feira. Depois de viver uma novela no seu processo de compra, agora o app vive uma outra novela com as mudanças trazidas pelo novo dono.
A madrugada foi caótica para a rede social, que perdeu centenas de funcionários após Elon Musk dar um ultimato em seu time – disse que quem não aceitasse entrar em “modo hardcore” (o que inclui jornadas exaustivas e praticamente o fim do trabalho remoto) deveria sair da companhia.
E saíram. Foi tanta a onda de demissões que a companhia fechou os próprios escritórios até segunda-feira. Agora, ex-funcionários alertam que é questão de tempo até os usuários do app sentirem os problemas decorrentes da falta de gente na labuta. Alguns apostam até em ruína total da rede em breve. Vale lembrar que antes das saídas de ontem, o novo dono do Twitter já tinha promovido uma onda de demissões de milhares de funcionários ao redor do mundo.
Musk disse, em seu próprio Twitter, que não está preocupado porque “os melhores vão ficar”. Também fez piada e memes com a situação. Nos bastidores, porém, ele tentou estancar a hemorragia pedindo para que alguns nomes considerados essenciais para a companhia não aderissem à onda de demissões, segundo o The New York Times. Para vários, sem sucesso.
Se o clima é de velório na rede do passarinho, a paz reina no mercado americano. Os índices futuros apontam para cima nesta sexta-feira, após um dia de perdas na quinta, enquanto investidores esperam novos sinais do Fed.
No Brasil, porém, a história vai depender de como a sua novela própria, a de responsabilidade fiscal (ou falta dela) no governo Lula 3. Ontem, a saída de Mantega do grupo de transição ajudou a aliviar as dores do mercado e reduzir as perdas do Ibovespa (que mesmo assim fechou no vermelho).
Mas também ontem o presidente eleito voltou a dar declarações que soam quase como provocações, como: “vai aumentar o dólar e cair a bolsa? Paciência”. A ver cenas do próximo capítulo.
Boa sexta.
Futuros S&P 500: 0,63%
Futuros Nasdaq: 0,82%
Futuros Dow: 0,43%
*às 8h20
Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,27%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,87%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,11%
Bolsa de Paris (CAC): 1,17%
*às 8h21
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,45%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,11%
Hong Kong (Hang Seng): -0,29%
Brent: -0,55%, a US$ 89,29*
Minério de ferro: 3,29%, cotado a US$ 105,85 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h05
Troca de comando na IRB
No cargo desde setembro de 2021, Raphael de Carvalho renunciou ao cargo de diretor-presidente da IRB na noite de quarta-feira. Para substituí-lo, o conselho de administração elegeu Marcos Pessoa de Queiroz Falcão.
A saída do executivo acontece em um momento de derretimento das ações da companhia, que passaram (de novo) a custar menos de R$ 1 depois da divulgação de resultados ruins para o terceiro trimestre. Entre julho e setembro, a companhia registrou um prejuízo de R$ 298,7 milhões — um aumento de 92% na comparação anual. Desde o início do ano, as ações IRBR3 despencaram 79%.
Lehman Brothers das criptos
A corretora de criptomoedas FTX chegou a valer US$ 32 bilhões. Antes vista como uma das mais estáveis instituições no universo cripto, a companhia faliu da noite pro dia — e seu dono, Sam Bankman-Fried, passou a ser investigado nos Estados Unidos por desrespeitar regras de mercado. A queda da empresa arrastou junto a confiança dos investidores e o valor das principais criptomoedas. É o segundo ‘Lehman Brothers das criptos’ de 2022: primeiro foi a falência da Celsius, que desencadeou o inverno cripto do meio do ano. Com tantos choques de confiança seguidos, seria este o fim das criptomoedas? A The Economist discute o assunto aqui.
Superpopulação? Que nada.
Há 200 anos, Thomas Malthus, o primeiro demógrafo, previu que a população cresceria mais que nossa capacidade de produzir comida, gerando fome e miséria. Calhou que o problema foi o oposto: faltam jovens para abastecer o mercado de trabalho e evitar um colapso previdenciário, inclusive no Brasil. Nesta reportagem da Você S/A, entenda como os maiores IDHs do mundo combatem essa tendência.
10h – Roberto Campos Neto participa de evento da Bloomberg