Caso de doença da vaca louca ameaça papéis de frigoríficos

Enquanto isso, futuros dos EUA operam em alta, por conta de uma certa previsibilidade sobre os rumos da política econômica americana – tudo o que não se vê por aqui.

Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h40 - Publicado em 23 fev 2023, 08h51
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A confirmação de um caso de doença da vaca louca em um animal na cidade de Marabá, Pará, fez com que o governo suspendesse as exportações de carne para a China. O nome técnico da doença é encefalopatia espongiforme bovina. A transmissão acontece via príons, uma espécie de proteína defeituosa que Ela degenera o cérebro de bovinos e pode saltar para humanos – via consumo de carne contaminada. 

Ontem, quando o caso era só uma suspeita, as ações dos frigoríficos sofreram, com queda de 7,92% para Minerva (BEEF3) e mais de 4% para Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3).  

Falta confirmar se o caso é “atípico”, ou seja, que tenha se desenvolvido naturalmente num animal idoso, sem risco de disseminação. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, informa que a conformação virá após o resultado de exames, a serem feitos por um laboratório canadense.   

Bom humor nos EUA

Os futuros do S&P 500 e da Nasdaq acordaram no verde, depois de os índices terem ido dormir mal humorados ontem. A interpretação aí é simples: a narrativa do Fed sobre a escalada na taxa de juros pode não ser aquela que o mercado pediu a Deus, mas ela é coerente. Isso traz algum nível de previsibilidade. 

A percepção, a princípio, é a de que as expectativas dos agentes financeiros e as tendências do Fed começam a se alinhar. No começo do ano, o mercado previa um pico em 4,90% lá para julho. Hoje, a bola de cristal mostra 5,55%. É a mesma expectativa de James Bullard, presidente do Fed de St. Louis (na prática, um dos diretores do banco central americano). 

O pavor com a escalada dos juros pode estar ficando para trás. É o que mostram os próprios números do S&P 500 neste ano. Depois de registrar uma queda de 19,44% em 2022 (a pior desde 2008), o principal índice dos EUA vem tendo um ano positivo: 2,62%. 

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Por aqui, temos o oposto diametral: -2,61%, cortesia justamente da imprevisibilidade que passou a reinar sobre os rumos da nossa política econômica. 

O último Boletim Focus, divulgado na quarta, dá a letra. A projeção dos economistas consultados pelo BC para o IPCA de 2024 subiu de 5,79% na semana passada para 5,89% agora. Mas o disparo mesmo rolou na expectativa de inflação futura. Salto de 3,60% para 3,78% na previsão para 2025. 

Quando sobe a expectativa de inflação, o normal é que a previsão para a Selic acompanhe, já que ela existe para se contrapor às altas nos preços. Não é o que aconteceu. A previsão para 2025 foi mantida, em 9%.     

Ou seja: é o mercado precificando a chegada de um presidente do BC alinhado à política desenvolvimentista (pouco afeita ao controle da inflação) – o mandato de Roberto Campos Neto, afinal, acaba em 2024, e Lula estará livre para colocar alguém de sua confiança no BC (se bobear, sem “estabilidade no emprego”, caso ele consiga de fato derrubar a lei que determina a independência do BC). 

Isso torna o nosso futuros menos previsível que o dos EUA. E os agentes financeiros respondem de forma pragmática: vendendo ativos aqui e comprando lá. 

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Bons negócios

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)

S&P 500: 0,36%

Nasdaq: 0,72%

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Dow Jones: 0,18%

*às 8h38

market facts

Gates investe em Heineken 

Bill Gates comprou 10,8 milhões de ações da Heineken Holding NV por 883 milhões de euros (cerca de R$ 4,8 bilhões), de acordo com um documento regulatório da Autoridade de Mercados Financeiros da Holanda divulgado ontem. O valor equivale a 3,76% da companhia. As ações pertenciam à empresa de bebidas mexicana Femsa, que colocou todos os seus 18 milhões de papéis da Heineken à venda. 

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De acordo com o documento holandês, o negócio foi feito em 17 de fevereiro. Ontem, as ações da Heineken fecharam em alta de 1,05% na bolsa de Amsterdã, a 52,12 euros.

Agenda

EUA, 10h30: número de pedidos de entrada no seguro-desemprego na semana passada

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,44%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,39%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,35%

Bolsa de Paris (CAC): 0,33%

*às 7h29

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,24%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): Feriado no Japão

Hong Kong (Hang Seng): -0,35%

Commodities

Brent: 0,48% a US$ 81,08 o barril

*às 7h45

Minério de ferro: 0,49%, a US$ 131,74 a tonelada, na bolsa de Dalian

*às 7h00

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Por onde andam os bilionários russos

Ainda no início da guerra na Ucrânia, há um ano, os países ocidentais adotaram sanções econômicas para asfixiar a economia russa e tentar minar a popularidade do governo. Uma das medidas foi congelar contas bancárias e confiscar propriedades de bilionários próximos a Putin. Ao todo, a União Europeia confiscou 17 bilhões de euros (R$ 94,2 bilhões), e o Reino Unido, 18,4 bilhões de libras (R$ 114,7 bilhões). Nesta reportagem da AFP, traduzida pela Folha, veja como estão os oligarcas russos hoje. 

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