Commodities fazem a festa com dólar fraco e VALE3 salta quase 8%
Mesmo com alta do petróleo, PETR4 encerra estável; Ibovespa tem alta de 2,17%.
As commodities encerram a semana em alta, depois de derraparem no fim de agosto com a perspectiva de juros mais altos. Hoje, o petróleo subiu 4% e o minério de ferro, 3%.
A Petrobras (PETR4) não conseguiu acompanhar o movimento, e encerrou estável. Já a Vale (VALE3) disparou 7,81%, impulsionando a alta de 2,17% do Ibovespa.
A disparada da Vale pode ser explicada por mais um derrapada da economia chinesa. Mas não do jeito óbvio. Por lá, a inflação desacelerou em agosto além do esperado, o que sugere um enfraquecimento da economia pior do que o inicialmente projetado. Com isso, investidores esperam novas intervenções estatais para estimular a atividade chinesa, o que pode beneficiar o preço do minério. Com essa expectativa, as ações da mineradora disparam. Faz sentido? Não muito. Mas acontece.
Além disso, as matérias-primas foram beneficiadas pela crise energética europeia, após a Rússia fechar as torneiras, e pela queda do dólar. Depois de se valorizar quase 6% desde o começo de agosto, a divisa começou a perder força internacionalmente nesta sexta. Hoje, o DXY, índice que mede o valor internacional da moeda, caiu 0,66%, acumulando perdas de 0,57% na semana.
A queda do dólar veio após o BCE (Banco Central Europeu) adotar uma postura dura contra a inflação, mesmo diante de uma economia trôpega. Ontem, a autoridade da zona do euro subiu o juro em 75 pontos base e disse que mais altas estão por vir.
Juros mais altos na região beneficiam o euro, atraindo investidores para a renda fixa local. E o fluxo de capital para a zona do euro faz a moeda se valorizar. Além disso, uma inflação sob controle tende a beneficiar a divisa.
A política monetária mais dura na região fez o euro subir 0,5% ante o dólar nesta sexta, a US$ 1,004.
O enfraquecimento da moeda americana também beneficiou as commodities. Se ela perde valor, é natural que sejam necessários mais dólares para comprar as mesmas coisas.
A recuperação do mercado nesta semana vem após 15 dias de uma desvalorização generalizada. Os ativos de risco perderam valor com indicações de membros do Fed (banco central americano) de um aumento de 0,75 ponto percentual nos juros americanos neste mês. Eles se mostraram muito preocupados com a forte inflação no país e contam com a resiliência do mercado de trabalho para frear a economia via política monetária.
Absorvido o impacto, investidores voltam às compras, levando os principais índices globais a encerrarem a semana em alta. O S&P 500 acumulou ganhos de 3,78% no período e o Ibovespa, de 1,30%.
Um belo jeito de ir para o fim de semana.
MAIORES ALTAS
Americanas (AMER3): 9,31%
CSN (CSNA3): 8,87%
Vale (VALE3): 7,81%
Gol (GOLL4): 7,58%
Azul (AZUL4): 7,35%
MAIORES BAIXAS
BRF (BRFS3): -2,49%
Minerva (BEEF3): -1,52%
Assai (ASAI3): -1,31%
Iguatemi (IGTI11): -1,14%
CPFL (CPFE3): -0,98%
Ibovespa: 2,17%, em 112.300,41 pontos
Em Nova York
S&P 500: 1,53%, aos 4.067 pontos
Nasdaq: 2,11%, aos 12.112 pontos
Dow Jones: 1,19%, aos 32.152 pontos
Dólar: -1,13%, a R$ 5,1476
Petróleo
Brent: 4,14%, a US$ 92,84
WTI: 3,89%, a US$ 86,79
Minério de ferro: 3,14%, cotado a US$ 101,40 por tonelada, em Dalian (China)