IPCA registra deflação de 0,08% em junho e abre alas para corte na Selic
Alta dos preços desacelera para 3,16% no acumulado dos últimos 12 meses.
Como esperado, o IPCA teve uma deflação em junho, abrindo caminho para um corte na Selic já em agosto, na próxima reunião do Copom.
Na comparação mensal, o índice registrou deflação de 0,08%, após uma inflação de 0,23% em maio. A queda nos preços ficou ligeiramente abaixo do -0,10% esperado pelo mercado. Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.
Assim, o IPCA nos últimos 12 meses acumula alta de 3,16%, depois de somar 3,94% em maio.
Os itens que mais contribuíram para a queda da inflação em foram alimentação e bebidas, que recuaram 0,66% em junho e transportes (-0,41%). Outros itens que registraram deflação foram artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%).
A queda na inflação tem origem estatal, com as reduções nos preços dos combustíveis da Petrobras e com os descontos às montadoras. Além disso, a queda do dólar tem aliviado toda a cadeia produtiva.
Já a maior alta veio de habitação, com inflação de 0,69% no mês.
O dado é importantíssimo porque deve balizar o início dos cortes na Selic, esperado para agosto.
Desde março, o IPCA está dentro da atual meta inflacionária do Banco Central, de 3,5% ao ano, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Segundo o último Copom, a Selic ainda segue em 13,75% por precaução a uma expectativa de alta nos preços no segundo semestre. Cá entre nós (e todo o mercado), essa justificativa não colou e, em sua ata, o BC se deu por vencido e sinalizou que o juro vai cair.
Agora, resta saber se vem aí um corte de 0,25 ou 0,5 ponto percentual no dia 2 de agosto. Parte da resposta, saberemos ainda hoje.
Bons negócios!
Este texto foi originalmente publicado como Abertura de Mercado.