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Dados fracos aqui e na China desanimam, mas Ibovespa sustenta alta de 0,43%

PIB chinês vem abaixo do esperado e derruba commodities. Setor bancário ajuda a manter o Ibovespa no verde.

Por Camila Barros
Atualizado em 17 jul 2023, 18h11 - Publicado em 17 jul 2023, 18h04
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/Você S/A)
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A semana começou com más notícias vindas do oriente. Na China, dados do PIB do segundo trimestre mostraram que a economia do país enfrenta dificuldades de recuperar seu ritmo de crescimento modo turbo. A alta foi de 6,3% em relação ao mesmo período do ano anterior – bem abaixo da expectativa do mercado, que apontava para 6,9%. 

Sim, um crescimento acima de 6% parece muito, mas tem um detalhe: há um ano, a economia chinesa estava praticamente parada devido às políticas anti-Covid adotadas no país. Ou seja, a medida de comparação aqui era baixa. 

Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de apenas 0,8% – contra 2,2% na comparação entre 1T23 e 4T22. 

É sinal de que a demanda por commodities ao redor do mundo pode esfriar, já que boa parte da extração de matéria prima da Terra serve para suprir a demanda de crescimento do Império do Meio. Não à toa, as cotações de minério de ferro e petróleo derreteram depois da notícia. O brent caiu 1,71%. Na bolsa de Singapura, o minério caiu 1,68% – na de Dalian, na China, um pouco menos: 0,89%.  

Mas o dado fraco tem seu lado do “copo meio cheio”: o desempenho aquém do esperado indica que Pequim pode precisar de um pacote de estímulos mais robusto para retomar seu ritmo – e alcançar sua meta de crescimento, que é de 5% ao final do ano. 

Na semana passada, os futuros do minério comemoram a notícia de que o país manterá sua política de incentivo à construção civil até o fim de 2024, numa tentativa de reanimar o setor, em crise desde 2020, com as dívidas crescentes das construtoras chinesas. 

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Com o PIB mais fraco do que o esperado, faz sentido esperar mais por aí. 

Essa visão ajudou os papéis das gigantes das commodities por aqui ao longo do dia. Os papéis da Vale chegaram a cair a R$ 67,19 no início do pregão. Fecharam menos mal, a R$ 67,85. Ainda assim, queda de 1,11%. No ano, a mineradora cai 22%.  

Na Petrobras, a volta por cima foi maior: pela manhã, a queda dos papéis PETR4 era de 3%. Fechou em -0,21%, a R$ 28,99. 

A recuperação intraday da petroleira e da mineradora ajudou a evitar que o Ibovespa começasse a semana em baixa. Depois de cair 0,95% pela manhã, virou e fechou em alta de 0,43%. 

Foi com a ajudinha de outro setor de peso na composição do índice: os bancos. Impulsionado pela expectativa de bons resultados para o segundo trimestre, Pactual (BPAC11) subiu 3,13%; Santander (SANB11), 2,15%. Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) vieram logo atrás, com 1,94% e 1,59%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) ficou com 0,88%. 

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Juntos, os papéis dessas instituições correspondem a 16,4% do Ibovespa. 

A temporada de balanços começa nesta terça-feira, 18 de julho. 

IBC-Br decepciona

Não foi só a China que entregou dados de crescimento abaixo do esperado hoje. Por aqui, o IBC-Br, indicador de atividade econômica, caiu 2% em maio na comparação com abril. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam um dado estável, a 0%. O índice, medido pelo Banco Central, é visto pelo mercado como uma prévia do PIB. 

Neste caso, também há um lado “copo meio cheio” para o crescimento fraco: a economia desacelerando com força pode ser um indicativo de que o aperto monetário do BC já cumpriu seu papel além da conta. Isso, somado a um cenário de inflação abaixo da meta de 2023 (3,16% em 12 meses versus meta de 3,25%), aumenta as expectativas para o corte da Selic em agosto: cresce a expectativa de uma ainda improvável redução de 0,50 p.p. na próxima reunião do Copom, que termina dia 2 de agosto. 

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Isso causou uma queda nos juros futuros. Bom para as ações de varejo e construção civil, que são mais sensíveis às expectativas em relação à Selic.

Assim, Lojas Renner (LREN3) subiu 0,95% e Magazine Luiza (MGLU3), 0,68%. Assaí (ASAI3), que cai 34% no ano, também pegou carona e ganhou 1,91%. Nas construtoras, a MRV subiu 2,8%. Fora do Ibovespa, a Tenda avançou 5%.

A ver se a perda de fôlego da economia sensibilizará de fato o Copom. 

Até amanhã!

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MAIORES ALTAS

MRV (MRVE3): 2,96%

Raízen (RAIZ4): 3,68%

BTG (BPAC11): 3,13%

Alpargatas (ALPA4): 2,41%

CVC (CVCB3): 1,97%

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MAIORES BAIXAS

IRB (IRBR3): -3,15%

BRF (BRFS3): -2,70%

Weg (WEGE3): -1,94%

Locaweb (LWSA3): -1,67%

Usiminas (USIM5): -1,07%

Ibovespa: 0,43%, aos 118.219 pontos.

Em Nova York: 

S&P 500: 0,38%, aos 4.522 pontos

Nasdaq: 0,93%, aos 14.244 pontos

Dow Jones: 0,22%, aos 34.585 pontos

Dólar: 0,25%, a R$ 4,80.

Petróleo

Brent: -1,71%, a US$ 78,50. 

WTI:  -1,68%, a US$ 74,15.

Minério de ferro: -0,89%, a US$ 116,09 por tonelada, na bolsa de Dalian (China).

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