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Deflação na China semeia mau humor nos EUA e no Brasil

Vale cai 0,75% no pré-mercado americano, e futuros recuam. Brasil divulgará IPCA amanhã – expectativa também é de queda nos preços.

Por Tássia Kastner, Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h26 - Publicado em 10 jul 2023, 07h52
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

A madrugada trouxe notícias duras da China. A segunda maior economia do mundo registrou deflação no mês de junho, na comparação com maio. A baixa foi de 0,2%. No atacado, preços registraram a queda mais acelerada desde 2016. Tudo porque os chineses reduziram suas compras, isso enquanto as exportações perdem fôlego em meio à desaceleração da economia global.

Acontece que, para economistas, o dado fraco de inflação também indica que a China não conseguirá alcançar sua meta de crescimento neste ano, fixada em 5%. E isso tem repercussão sobre o crescimento global também, já que boa parte da economia dos outros países também depende de quanto eles são capazes de vender para os asiáticos.

O efeito mais palpável dessa notícia negativa foi um tombo no minério de ferro. A cotação do produto caiu 3,46%, a US$ 109,96 por tonelada na bolsa de Dalian. O que serve de prenúncio negativo para ações brasileiras nesta segunda. O petróleo tem recuo mais modesto, 0,50%.

O EWZ, o ETF que representa as ações brasileiras em Nova York, recua 0,37% no pré-mercado. A Vale cai 0,75%. E essa é a mesma toada para as ações americanas em Wall Street: os futuros dos principais índices estão em queda neste começo de manhã.

Acontece o seguinte: quando o PIB chinês dá sinais de que poderá crescer menos que o estimado, cresce a pressão para que o país anuncie pacotes de medidas para estimular a retomada da economia aos eixos.

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Para além disso, a queda da inflação global tende a ter um efeito-cascata sobre outros países que ainda lutam com a alta de preços. Afinal, o minério de ferro e o petróleo são consumidos por todos os países, e ficam mais baratos para todo mundo.

O Brasil também vem colhendo os efeitos de uma desinflação acelerada, e economistas estimam que o IPCA também tenha mergulhado para a deflação no mês passado. Estimativas colhidas pelo Broadcast apontam para -0,10%.

E isso tem um lado meio cheio. Se confirmado, o dado dará mais elementos para o Banco Central começar – e acelerar – a baixa de juros. Com os 13,75% de Selic e inflação em 3,9% (até maio), o Brasil tem juros reais de quase 10%. A queda dos juros tende a trazer mais dinheiro para a bolsa – e a melhorar a economia brasileira de uma maneira geral.

Já nos EUA a política monetária ainda vai na direção oposta. O Fed sinaliza mais duas altas de juros nesta semana (leia mais no market facts mais abaixo), dado que a inflação continua mais resiliente do que o esperado, enquanto o mercado de trabalho segue sólido. Novidades sobre o CPI chegam na quarta. Até lá, o clima é de cautela. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,17%

Futuros Nasdaq: -0,33%

Futuros Dow Jones: -0,03%

*às 7h40

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Soft landing

Os bancos centrais têm dois cenários possíveis como resultado de seu combate à inflação. O primeiro é o soft landing, quando a alta de juros acontece de forma devagar e gradual, evitando que o país caia em uma recessão. A outra é mais brusca: o hard landing, quando os juros sobem rápido e os preços estabilizam na marra – mas a economia desacelera demais e o país acaba em crise. 

Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, disse que enxerga um pouso leve para inflação americana. Segundo ele, mesmo com mais altas de juros até o fim do ano, o país não parece estar caminhando para uma recessão – medo que ressurgiu no mercado há algumas semanas. 

O dirigente, que tem poder de voto nas reuniões do FOMC, afirmou que o país deve esperar mais uma ou duas “altas modestas” nos juros este ano.

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

08h25: Boletim Focus

Durante o dia: dirigentes do Fed participam de eventos. Falam o vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr; presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly; Presidente do Fed de Clevelend, Loretta Mester; presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic.   

Europa

  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,32%
  • Londres (FTSE 100): 0,15%
  • Frankfurt (Dax): 0,27%
  • Paris (CAC): 0,39%
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*às 7h43

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,49%
  • Hong Kong (Hang Seng): 0,62%
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,61%
Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Brent: -0,50%, a US$ 78,08
  • Minério de ferro: -3,46%, a US$ 109,96 por tonelada na bolsa de Dalian.

*às 7h45

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

O fim da grande resignação

Em 2021, milhares de trabalhadores americanos decidiram deixar seus empregos, num fenômeno que ficou conhecido como a Grande Resignação. Na época, o mercado de trabalho dos EUA enfrentava uma escassez de mão de obra – ou seja, havia mais empresas procurando por funcionários do que pessoas buscando por emprego. Aí os trabalhadores ganharam poder de barganha: passaram a exigir melhores salários e condições de trabalho, e trocavam de emprego com facilidade quando não conseguiam o que buscavam.

Agora, porém, há sinais de que a Grande Resignação tenha chegado ao fim. Apesar de ainda estar aquecido, o mercado de trabalho americano tem registrado cada vez menos pedidos de demissão. Ao mesmo tempo, as empresas parecem ter recuperado seu poder sobre os funcionários, reduzindo benefícios e adotando rotinas menos flexíveis. Esta reportagem do NYT, traduzida pelo Estadão, conta essa história.

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