Desemprego recua, mas não segura as pontas do Ibovespa: queda de 0,65%
Bolsa perde os 105 mil pontos em dia de baixo volume, puxada pela Vale. Lá fora, Ômicron segura o facho do S&P 500.
Wall Street já estava gelando o champagne para comemorar o 70º recorde do o S&P 500 no ano. Mas talvez a bebida tenha que ficar para o Réveillon mesmo. O índice americano começou o dia indicando a sua quinta alta consecutiva; até renovou sua máxima intraday, com pico de 4.807 pontos.
Mas o mercado financeiro é como o futebol: uma caixinha de surpresas. O S&P 500 perdeu força e fechou em leve queda de 0,1%, terminando o dia com 4.786 pontos.
Por aqui, o Ibovespa já começou o dia no negativo e só afundou mais com o cenário em Wall Street. A bolsa perdeu os 105 mil pontos, depois de uma queda de 0,65%.
O dia foi de pouca liquidez por causa do final de ano. O volume negociado ficou em R$ 15,8 bilhões – abaixo do normal, que gira em torno de R$ 30 bilhões. Quem deu o tom do dia foi a Vale.
A companhia acompanhou a baixa de 3,04% do minério de ferro. E como ela é a de maior peso no Ibovespa – 13,5% –, ajudou a segurar o índice no negativo. Os papéis se desvalorizaram 2,80%.
Na ponta positiva, o destaque ficou com a Cielo. A empresa subiu 4,13% surfando no anúncio que a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) deu ontem: o de que as vendas cresceram 10% no Natal, na comparação com de 2020. Administradora de shoppings BRMalls também ficou entre as maiores altas: 2,91%.
Já a CVC subiu 3,13% após o anúncio de Biden de retomar os voos entre EUA e países africanos. Já as aéreas fecharam mistas: a Azul subiu 0,31%, enquanto a Gol caiu 1%.
Fila do desemprego
A taxa de desempregados ficou em 12,1% no trimestre encerrado em outubro, totalizando 12,9 milhões de pessoas sem trabalho. Essa é a menor taxa desde o início da pandemia. No trimestre anterior, ela tinha fechado em 12,6%.
No mesmo período do ano passado, a taxa de desempregados era de 14,6% – e bateria em 14,9% (o recorde) no início deste ano. O indicador de agora também ficou abaixo das previsões do mercado, de 12,3%.
Com essa desaceleração no desemprego, o nível de pessoas que estão trabalhando subiu para 54,6%. No trimestre de maio a julho, a taxa ficou em 52,8%.
O que atrapalhou o ânimo do mercado foi o aumento de casos de Covid-19. Pela primeira vez, foram registrados mais de um milhão de novos infectados no mundo em um único dia. A plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, identificou 1,44 milhão de infecções na segunda-feira (27). E os EUA é o país com mais casos: 512 mil.
O receio é que as medidas de restrição que os países estão impondo para tentar controlar a situação afetem o consumo e a geração de empregos, assim como aconteceu nos momentos mais críticos da pandemia.
Ainda assim, as opiniões se dividem. A preocupação com a doença continua e a maioria dos casos são da variante Ômicron. Mas pesquisas mostram que a cepa não leva a tantos casos graves, que precisem de internação, quanto às anteriores. Mesmo assim, as festas de virada de ano estão canceladas em boa parte do mundo.
E o mercado vai andando na corda-bamba da pandemia.
Maiores altas
Cielo (CIEL3): 4,13%
Yduqs (YDUQ3): 3,94%
CVC (CVCB3): 3,13%
BRMalls (BRML3): 2,78%
Rede D’Or (RDOR3): 2,64%
Maiores baixas
Assaí (ASAI3): -3,96%
Lojas Americanas (LAME4): -3,15%
Intermédica (GNDI3): -2,99%
BTG Pactual (BPAC11): -2,80%
Hapvida (HAPV3): -2,60%
Ibovespa: -0,65%, a 104.864 pontos
Em NY:
S&P 500: -0,10%, a 4.786 pontos
Nasdaq: -0,56%, a 15.781 pontos
Dow Jones: 0,27%, a 36.398 pontos
Dólar: 0,02%, a R$ 5,6401
Petróleo
Brent: 0,58%, a US$ 78,67
WTI: 0,54%, a US$ 75,98
Minério de ferro: -3,04%, US$ 119,44 no porto de Qingdao (China)