Disney faz CVC disparar. Mas quem soltou fogos mesmo foi o Eike
O dia também foi das varejistas e dos shoppings, que esperam uma Black Friday 27% mais lucrativa que a de 2019.
A temporada de viagens para a Disney está aberta. Ou quase. No início do ano, o governo dos EUA proibiu a entrada de estrangeiros vindos de 29 países na tentativa de controlar o avanço da covid-19, e isso incluía o Brasil. Agora, eles estudam derrubar a restrição.
A decisão ainda não saiu, mesmo porque os casos da doença seguem aumentando entre os americanos; mas já foi o suficiente para valorizar os papéis da CVC em 9,79%. Mas não foi só a operadora de viagens que sorriu hoje.
O Ibovespa superou a marca dos 110 mil pontos pela primeira vez desde o Carnaval – o dia fechou em 110.132 após uma alta de 0,32%.
As siderúrgicas foram as empresas que mais influenciaram nessa valorização do Ibov. Cortesia do aumento dos preços do aço no Brasil. O Bradesco BBI destacou que, a cada alta de 5% nos preços, a Usiminas terá uma variação positiva de R$ 390 milhões em seu Ebitda. Além disso, a Goldman Sachs elevou os preços-alvo das ações da empresa de R$ 13 para R$ 14,8. E os papéis da siderúrgica mineira subiram 7,05%. Já a CSN teve alta de 2,52%.
Os investidores também parecem estar se preparando para uma Black Friday mais generosa. Um levantamento da Ebit/Nielsen prevê um crescimento de 27% nas vendas, em comparação com o ano passado – quando as vendas somaram R$ 3,2 bilhões. Além disso, uma pesquisa da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) identificou que 73% dos brasileiros pretendem gastar mais do que na edição de 2019.
Isso fez os papéis das varejistas e administradoras de shoppings subirem. Veja abaixo:
Iguatemi: 1,68%
Via Varejo: 1,41%
Magazine Luiza: 1,27%
Multiplan: 1,02%
B2W: 0,94%
Lojas Renner: 0,72%
Os EUA também parecem estar se preparando para a Black Friday. Amanhã é Dia de Ação de Graças e parte dos investidores aproveitaram a quarta-feira para realizar os lucros da semana antes do feriado – um fenômeno corriqueiro.
A divulgação do aumento nos pedidos de seguro-desemprego, que somaram 778 mil, superando a projeção de 733 mil, também aumentaram a cautela nos EUA. Essa é a segunda semana de alta, e sugere que a volta das medidas de restrição podem já estar impactando o mercado de trabalho.
Além disso, os membros do Federal Reserve – o Banco Central americano – estão preocupados com o ritmo de crescimento da economia, que ainda não chegou ao mesmo nível de antes da pandemia.
Com isso, o S&P 500 fechou no zero a zero (-0,16%). O Dow Jones, que não apita muito, já que conta com apenas 30 empresas em sua lista, mas é tradicional o bastante para render manchete, perdeu a marca histórica dos 30 mil pontos, conquistada ontem. Queda de 0,58%, a 29.872 pontos.
Já o Nasdaq Composite arrumou uma forcinha para subir mesmo assim: 0,48%. E, com os 12 mil pontos que alcançou hoje, renovou seu recorde histórico. É aquela história que vimos ao longo do ano todo: as ações das empresas de tecnologia que se tornam um porto-seguro quando o coronavírus assusta. A Zoom teve alta de 3,32% e Amazon (2,15%).
Fênix Batista
De volta ao Brasil. Uma ação que chamou a atenção hoje foi a da OSX. A empresa de construção naval de Eike Batista viu seus papéis dispararem gloriosos 157% após a Justiça encerrar o processo de recuperação judicial da companhia.
A OSX foi criada em 2009 e chegou a levantar R$ 2,8 bilhões em seu IPO. Mas, em 2013, por causa de problemas financeiros e de cancelamento de encomendas a empresa entrou com pedido de recuperação judicial com dívidas de mais de R$ 4,5 bilhões.
A empresa se livrou do perigo de falência, mas nem por isso virou porto seguro, claro. No terceiro trimestre, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 240 milhões. Por enquanto, melhor investir seu dinheiro na Disney mesmo 😉
Maiores altas
CVC: 9,79%
Usiminas: 7,05%
Petrorio: 5,96%
Equatorial Energia: 4,54%
Natura: 4,16%
Maiores baixas
Cogna: 2,79%
Ambev: 1,76%
Yduqs: 1,73%
Telefônica: 1,70%
Bradesco: 1,61%
Petróleo
Tipo Brent: 1,56%, cotado a US$ 48,53
Tipo WTI: 1,78%, cotado a US$ 45,71
Dólar: -1,03%, cotado a R$ 5,32