Continua após publicidade

Empresas de educação sobem mais de 10% no mês até agora – após um derretimento histórico

A Yduqs tinha perdido 48% de seu valor de mercado entre o início de 2020 e o de 2021. A Cogna, 67%. Chegou a hora da virada?

Por Bruno Carbinatto, Alexandre Versignassi
Atualizado em 18 out 2024, 09h32 - Publicado em 27 Maio 2021, 19h05
.
 (Laís Zanocco/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

As ações das duas companhias de educação do Ibovespa estiveram entre as maiores altas do dia: Yduqs (+6,67%) e Cogna (+6,19%). Fosse só as valorizações de hoje, não seria notícia.

Mas o desempenho da dupla é notório no mês. Altas de 13,09% para a dona da Estácio (a Yduqs) e de 10,85% para a controladora da Anhanguera Educacional (a Cogna).    

Os números positivos indicam alguma recuperação após um longo inverno. Dá para ver isso nos números a longo prazo: entre o início de 2020 (no pré-pandemia) e abril de 2021, a Yduqs tinha perdido 48% de seu valor de mercado. A Cogna, 67%.    

Ambas sofreram com aumentos na inadimplência e com a redução do Fies, o programa de financiamento estudantil do governo federal. E ainda sofrem.  

Mesmo assim, a dupla mostra otimismo. Nesta semana, a Yduqs anunciou que vai investir R$ 20 milhões na construção de um novo campus para a Estácio, sua instituição de ensino superior no Rio de Janeiro – um prédio capaz de abrigar 10 mil alunos, e que será o maior da rede.

Já a Cogna planeja novas aquisições para o segundo semestre, revelou seu CEO, Rodrigo Galindo, em entrevista para o Valor. Ele não diz quais seriam essas aquisições, mas dá outras notícias positvas. Segundo Galindo, medidas tomadas pela empresa em 2020 estão começando a fazer efeito, como endurecer as exigências com inadimplentes. O tempo médio para um aluno efetuar pagamento no segundo trimestre de 2019 era de 127 dias; agora, são 65 dias, afirmou.

Continua após a publicidade

Na ponta oposta, a das maiores baixas, quem liderou foi a Azul (-4,77%). Com isso, a aérea devolve uma parte substancial da alta de ontem (11%, por conta de rumores de que ela estaria prestes a adquirir a Latam Brasil, que deve apresentar seu pedido de recuperação até julho aos credores). A Gol, que também subiu forte ontem (7%), caiu menos (1,23%) – talvez por conta das perspectivas otimistas que apresentou ao mercado.    

Ibovespa: alta de 0,30%

O Índice fechou em alta moderada, mantendo-se na casa dos 124 mil pontos. No começo da tarde, ele até chegou a perder esse patamar. É que o dia iniciou com um dado negativo por aqui: o do desemprego. O IBGE divulgou hoje que a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,7% no primeiro trimestre, o maior número da série histórica. São 14,8 milhões de brasileiros em busca de emprego. Apesar de uma alta ser esperada, o resultado veio acima da mediana das projeções do mercado (14,6%), o que pressionou o Ibovespa para baixo. 

Ao longo da tarde, uma notícia positiva segurou as pontas: a Fitch, uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, decidiu manter a nota do Brasil em “BB-” – em vez de rebaixar, como alguns temiam.  A agência justificou a decisão com base na ideia de que a nossa economia é grande e diversificada e tem uma certa capacidade de absorver choques externos.

Os investidores receberam bem a notícia, embora seja um “pelo menos não pioramos”. Mas a Fitch ainda reiterou que tem uma “perspectiva negativa” para o país – temores com os problemas fiscais do Brasil na pandemia, com dúvidas sobre se o país realmente vai cumprir o teto de gastos (se não cumprir, o risco de inflação alta com juros altos – o pior cenário possível para qualquer economia, é real).

De qualquer forma, foi o suficiente para manter o índice no azul. Nova York também ajudou: as bolsas americanas tiveram um dia levemente positivo, puxado, ironicamente, pelo mesmo dado que pressionou o Ibovespa para baixo: o do desemprego.

Continua após a publicidade

Menos desemprego – nos EUA

Nesta quinta, Wall Street deu uma pequena pausa nos seus temores inflacionários e fechou no positivo, ainda que timidamente. É que o dia começou com um dado bom: o país registrou apenas 406 mil novos pedidos de seguro desemprego, contra 425 mil das previsões. É a quarta vez seguida que o dado semanal cai e renova o recorde de menor patamar desde que a pandemia começou. 

Menor desemprego, é, claro, um ótimo sinal para a recuperação econômica de um país. Outro é a taxa de vacinação da população: mais da metade dos americanos recebeu pelo menos uma dose dos imunizantes da Pfizer ou Moderna ou a dose única da Johnson & Johnson (as três liberadas por lá).  

Outro fator que parece ter animado investidores foi a notícia do The New York Times de que o presidente Biden vai apresentar amanhã seu orçamento para 2022, que soma U$ 6 trilhões em gastos do governo federal. A cifra corresponde em grande parte a dois ambiciosos planos trilionários do presidente que já eram conhecidos pelo mercado, incluindo um de investimentos em infraestrutura. 

Ações de setores que mais têm a ganhar com esses investimentos (como indústria, finanças e commodities), lideraram as altas e ajudaram a colocar o S&P 500 e o Dow Jones no positivo. Mas não foi aquela Brastemp: tivemos subidas tímidas, e o Nasdaq zerou (veja lá embaixo).

É que, apesar das notícias boas, a novela da inflação nos EUA está longe de acabar. Os índices estão em altas históricas, com as maiores altas de um mês para outro desde 1982, e amanhã teremos um capítulo importante dela: o governo americano divulgará o PCE (Personal Consumption Expenditures) de abril, um dos índices de inflação do país. 

Continua após a publicidade

E os investidores aguardam o número roendo as unhas – a essa altura, poucos são insanos o bastante para movimentar grandes quantias sem saber se a inflação americana vai arrefecer ou despirocar de vez.

O outro índice de inflação deles é o CPI (Consumer Prices Index), e ambos são parecidos com o nosso IPCA. As diferenças são apenas metodológicas: para definir a cesta de produtos do CPI, o governo americano se baseia nos produtos que uma família média consome; para o PCE, a base são os produtos mais vendidos pelos negócios. O CPI saiu há duas semanas, e indicou as maiores altas em quase 40 anos.

De qualquer forma, o impacto do PCE amanhã pode ser grande. O quão grande? Você descobre por aqui amanhã. Até lá. 🙂

Maiores altas

Yduqs: +6,67%

Continua após a publicidade

Hering: +6,62%

Cogna: +6,18%

Embraer: +6,05%

Pão de Açúcar: +3,43%

Maiores baixas

Azul: -4,57%

Continua após a publicidade

Localiza: -2,61%

Fleury: -2,32%

Locamerica: -1,69%

Marfrig: -1,45%

Ibovespa: alta de 0,30%, aos 124.366 pontos

Em NY:

S&P 500: alta de 0,11%, aos 4.200 pontos

Nasdaq: queda de 0,01%, aos 13.736 pontos

Dow Jones: alta de 0,40%, aos 34.461 pontos

Dólar: queda de 1,09%, a R$ 5,25

Petróleo

Brent: alta de 0,68%, a US$ 69,20

WTI: alta de 0,97%, a US$ 66,85 

Minério de ferro: queda de 1,63%, a US$ 189,73 a tonelada no porto de Qingdao (China)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.