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EUA começam a vacinar perto de 1 milhão por dia

Nesse ritmo, a imunidade de rebanho pode vir rápido por lá. Mas o que animou mesmo o mercado foi a expectativa pelos US$ 1,9 tri de Biden.

Por Monique Lima, Alexandre Versignassi
Atualizado em 15 jan 2021, 10h04 - Publicado em 14 jan 2021, 19h34
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 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Expectativa. Foi disso que o Ibovespa se alimentou hoje. Nenhuma notícia bombástica, nenhum evento importante, nenhum relatório estarrecedor. E tudo bem, porque a esperança do investidor está no futuro. 

E o futuro parece promissor. Afinal de contas, o Ibovespa terminou bem servido, com uma alta de 1,27%, aos 123.480 pontos. 

Toda essa expectativa está centrada no futuro próximo dos Estados Unidos. O presidente eleito, Joe Biden anunciou mais US$ 1.9 trilhão em estímulos na noite de quinta (14). Foi depois do fechamento de mercado. Mesmo assim, a expectativa pelo anúncio manteve o humor em alta.

Com essa nova rodada de injeção financeira, a terra das impressoras de dólares terá desembolsado algo em torno de US$ 5 trilhões de dólares para recuperar o país. Uma bomba de dinheiro equivalente a um quarto do PIB dos EUA, ou 7% do PIB global. A primeira rodada aconteceu em abril passado, com US$ 2,2 trilhões; outra em dezembro, de US$ 900 bilhões; agora, mais US$ 1,9 trilhão.

De acordo com a CNN, esse dinheiro servirá para ampliar os pagamentos diretos aos trabalhadores americanos com cheques de US$ 2 mil, e também irá ajudar os governos estaduais e os municípios.

E, como já explicamos aqui, o respingo disso tudo sempre acaba nas bolsas de valores, gerando expectativa nos investidores do planeta inteiro.

Não só. O olhar para o futuro vai ainda mais longe. 

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Até o Ano Novo, eles tinham imunizado 2,8 milhões de pessoas em 17 dias. Isso dava 165 mil pessoas por dia, em média. Do dia 01/01 pra cá, foram outras 7,5 milhões em 13 dias. Em média, 576 mil pessoas por dia, num total de 10,3 milhões de vacinados. 

E o ritmo segue crescendo com  força. Só na quarta (13), foram 710 mil, de acordo com a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford. Com isso, eles são o país que mais vacina no mundo. 

Dobrando esse ritmo, o que é algo totalmente factível para eles, o país passaria a imunizar 1,5 milhão de pessoas por dia. Isso garantiria que, até maio ou junho, 70% da população esteja vacinada. Essa é a taxa mágica, que viabiliza a imunidade de rebanho – até porque as principais vacinas que eles encomendaram (Pfizer e Moderna) têm eficácia acima de 90%. Logo, o horizonte para a maior economia do mundo é o melhor entre os possíveis. 

Tudo isso junto (com a promessa pelos estímulos tendo um peso bem maior) fez as bolsas de NY operarem em alta o dia todo. No final da tarde, porém, perderam a tração com novas notícias de que o pacote de estímulos poderia não ser tão generoso assim (erraram). No fim, o S&P 500 caiu 0,38% e o Nasdaq -0,12%. 

Mas por aqui, pelo jeito, a esperança é a última que morre. O índice continuou em alta sem se abalar. E fechou roçando nos 124 mil pontos.

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O bafafá entre Bolsonaro e o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, recebeu panos quentes com a intervenção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que teriam intercedido a favor do executivo. 

Sem nenhum comunicado oficial, ou confirmações sobre o desligamento, o mercado entendeu que era só mais uma polêmica igual às outras tantas que o governo já se meteu e seguiu o baile. Não que tenha virado para um movimento de compra das ações do BB, mas as vendas diminuíram e os papéis fecharam o dia em baixa de -0,27% frente aos quase 5% de queda de ontem. 

Já as maiores altas do dia foram influenciadas pelo sentimento de otimismo com as vacinas. Afinal, o que mais faria os papéis de empresas ligadas ao turismo voarem tão alto? 

Embraer (8,91%), Azul (7,17%), Gol (4,62%), CVC (5,80%) e até a Ecorodovias (5,53%) e a CCR (4,52%) fecharam super bem.. 

Haja expectativa! 

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Mas para chegar tão alto e manter a pontuação, o Ibovespa contou com alguns pesos pesados. 

Depois de 4 dias de baixas, a Vale viu seus papéis subirem com a melhora no preço do minério de ferro, que chegou a US$ 172,37 a tonelada, depois de fechar em baixa ontem. Com isso, as ações da empresa cresceram em 1,75%. 

Outro reforço veio do petróleo. Em relatório mensal, a OPEP (organização que reúne os maiores países exportadores da commodity) manteve sua previsão de aumento na demanda do produto. O barril tipo Brent subiu 0,64% e o tipo WTI 1,25%. 

Com isso, as ações da Petrobras pegaram carona, e o movimento de compra foi junto e rendeu 1,23% (PETR4) e 0,61% (PETR3). 

Se são expectativas realistas ou não, quem sabe? O que importa para o mercado é a confiança de que elas sejam.  

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MAIORES ALTAS 

Embraer: 8,91%

Azul: 7,17%

CVC: 5.80%

Ecorodovias: 5,53%

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Lojas Renner: 5,12%

 

MAIORES BAIXAS 

PetroRio: -2,39%

TOTVS: -1,64%

Natura: -1,62%

Magazine Luiza: -1,54%

Pão de Açúcar: -1,43%

 

Dólar: -1,90%, cotado a R$ 5,2097

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