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EUA vão para o feriado em clima de Black Friday: liquidando tudo

Véspera do dia de Ação de Graças nos EUA deixa bolsas no negativo. Aqui, investidores acompanham PEC dos Precatórios no Senado.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
Atualizado em 18 out 2024, 09h21 - Publicado em 24 nov 2021, 08h35
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

A quarta-feira começa com uma agenda lotada, aquela correria clássica que antecede um feriadão. Amanhã é dia de Ação de Graças nos EUA, e a bolsa americana não abre. Na sexta, investidores retornam para um pregão mais curto – que tende a ser minguado em volume de negócios.

Antes de feriados, o mercado financeiro tem a tendência de ir para o negativo. Investidores colocam uma grana no bolso e adotam uma postura mais cautelosa com suas apostas, uma forma de proteger o patrimônio caso o mundo seja atropelado por uma nova crise – vai saber. Isso fica ainda mais acentuado quando o cenário econômico está mais turvo.

Lá nos EUA, investidores estão às voltas de novo com os problemas causados pela alta da inflação, e a decisão de Joe Biden de intervir nos preços do petróleo para amenizar o choque não ajuda a acalmar investidores. Empresas tech derretem ante o medo de uma alta de juros (leia mais em market facts). Não à toa, os contratos futuros das bolsas americanas começam o dia apontando para uma queda, no melhor estilo esquenta Black Friday. 

Aqui no Brasil, investidores precisam decidir se vão se importar com o plano de Brasília de 1) tornar o Auxílio Brasil permanente, mesmo sem uma fonte de receitas para pagá-lo e, 2) com o reajuste anual automático pela inflação, igualmente sem uma previsão de fonte de dinheiro.

Isso porque nesta manhã a Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve ler o texto da PEC dos Precatórios, a que existe para pagar o Auxílio até o fim do próximo ano, e nada mais. O mercado financeiro apoia a PEC, mas não com as mudanças recentes. Fica no espírito meme do Chico Buarque feliz/triste. 

Fernando Bezerra, relator da PEC dos Precatórios no Senado, diz não ver problema com a criação de uma despesa permanente sem a fonte de receitas. E jogou o problema para o futuro: o dinheiro do Auxílio Brasil poderia vir da tal da reforma do Imposto de Renda, com a taxação de dividendos. Até o Touro de Ouro, retirado da frente da B3 porque fazia propaganda irregular de uma empresa, sabe que essa é uma proposta sem chance alguma de avançar. Boa quarta-feira.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,43%

Futuros Nasdaq: -0,52%

Futuros Dow: -0,44%

*às 8h13

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,38%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,10%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,59%

Bolsa de Paris (CAC): -0,43%

*às 8h12

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,07%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,58%

Hong Kong (Hang Seng): 0,14%

Commodities

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Brent: -0,49%, a US$ 81,91*

Minério de ferro: 2,92%, a US$ 102,75, no porto de Qingdao na China

*às 8h13

Agenda

9h30 CCJ do Senado lê relatório PEC dos Precatórios

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10h A Receita libera os dados sobre a arrecadação federal em outubro

10h30 Os EUA divulgam os números de pedidos de auxílio-desemprego e a segunda leitura (de quatro) do PIB do terceiro trimestre  

14h30 Tesouro Nacional divulga relatório da dívida pública

16h Fed divulga a ata da última reunião, em que detalhará a decisão de reduzir os estímulos à economia dos EUA

market facts

Inferno astral das maquininhas

Um levantamento do Estadão/Broadcast mostrou que as empresas brasileiras de maquininhas de cartões listadas em bolsas de valores perderam quase R$ 160 bilhões em valor de mercado em 2021. O prejuízo equivale a um Banco do Brasil inteiro na B3. Quem puxa a desvalorização é a Stone (listada na Nasdaq, perdeu R$ 105,1 bi), seguida por PagSeguro (NYSE, -R$ 46,2 bi), Cielo (B3, -R$ 5,1 bi) e GetNet (B3, -R$ 848 milhões). Os motivos: a ascensão do Pix, a alta dos juros, a inflação nas techs americanas (em NY, as gestoras de maquininhas fazem parte deste setor) e o forte acirramento da concorrência. 

A Stone passa por um escrutínio ainda maior: está sendo processada por investidores porque não teria deixado claro qual o risco que ela corria ao dar crédito. Aqui no Brasil, a briga entre as empresas de maquininhas já rola solta. Mas a chegada da crise aos EUA tem um efeito colateral: colocou em dúvida as fintechs justamente quando o Nubank se prepara para fazer o IPO lá

Fim da linha

A BR Malls (BRML3) e a Multiplan (MULT3) anunciaram o fim da Delivery Center – empresa de entregas da qual eram as principais acionistas. Desde 2016, quando foi criada, a empresa recebeu R$ 160 milhões em investimentos. Só que o negócio não virou nem com a pandemia. Tampouco os lojistas aderiram ao serviço. A avaliação de investidores é que, apesar da experiência em varejo e serviços, faltou know how em distribuição e tecnologia. Nos balanços registrados até setembro, BR Malls e Multiplan reportaram prejuízo de R$ 72 mi e R$ 62 mi, respectivamente, com a agora finada Delivery Center.

Vale a pena ler:

Banco esquerdista

Em entrevista ao Financial Times, Paulo Guedes chamou os grandes bancos brasileiros de ​ “militantes políticos” por preverem que o país entrará novamente em recessão em 2022. Desde outubro, bancos como o Itaú afirmam que existe esse risco, um reflexo da alta das taxas de juros para conter a alta da inflação. 

Guedes negou que exista esse risco e voltou a dizer que o país vive uma recuperação em V. Além disso, jogou para o universo a culpa do rompimento do teto, dizendo que a dívida dos precatórios era um meteoro que sobrevoou governos anteriores, mas caiu no colo de Bolsonaro. Para Guedes, a PEC dos Precatórios representa apenas uma “desaceleração da velocidade fiscal de ajuste”. Leia aqui.

Crise de identidade

O mercado classifica todo mundo em três caixinhas: conservador, moderado e arrojado. É uma obrigação legal, mas também um conceito útil para seu planejamento financeiro. Na edição deste mês da Você S/A, explicamos o que realmente significa cada termo e como se encontrar nessas caixinhas. Aqui.

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