Futuros de NY voltam do feriado em queda; treasuries sobem
Na Europa, BCE adota tom hawkish e inflação alemã se mostra persistente. À noite, China divulga PIB, produção industrial e taxa de desemprego.
Bom dia!
Wall Street volta do Dia de Martin Luther King, feriado que manteve as bolsas fechadas ontem, em tom de cautela. No pré-mercado, os futuros cedem (veja abaixo).
Enquanto isso, quem sobe são os títulos públicos americanos, os treasuries. Títulos com prazo de 10 anos, utilizados como referência pelo mercado, voltaram a habitar a casa dos 4%, maior patamar em uma semana.
Ruim, claro, para a renda variável, que se torna menos atrativa quando os papéis do governo estão pagando bem.
Vale uma breve recapitulação: o pico mais recente aconteceu em outubro de 2023, quando a rentabilidade dos títulos chegou próximo aos 5%. De lá para cá, eles estiveram em trajetória de queda, alcançando o patamar dos três-e-tanto (a mínima recente rolou em dezembro, a 3,7%).
A desidratação dos títulos foi patrocinada pela crença de que o ciclo de alta de juros nos EUA (e, por extensão, no mundo) deve acabar em breve. Atualmente, 66% dos agentes de mercado apostam no corte de 0,25 pp na reunião do Fed de março, segundo dados do CME.
Hoje, o movimento de busca por segurança indica menos confiança nessa tese. O ceticismo tem raízes na Europa: no Fórum Econômico em Davos, o vice-presidente do BCE disse que ainda é cedo para cantar vitória contra a inflação.
Já o presidente do BC alemão afirmou que cortes de juros só devem entrar na pauta só no fim do primeiro semestre. Divulgada hoje, a inflação anual do país em dezembro ficou em 3,7%. O número veio dentro do que era esperado, mas ainda assim representa uma aceleração em relação aos 3,2% em novembro.
Nos EUA, os investidores ficam de olho no discurso de Christopher Waller, diretor do Fed, em evento às 13h. O objetivo é entender se a instituição fará coro ao tom hawkish de seus pares europeus ou manterá a postura dovish que estimulou o frenesi de otimismo do final de 2023.
Fora da agenda macro, o foco hoje é na divulgação de resultados de dois bancões americanos: Morgan Stanley e Goldman Sachs, ambos antes da abertura do mercado.
Do outro lado do globo, às 23h, a China divulga uma porção de dados importantes: PIB, produção industrial e índice de desemprego. Juntos, eles ajudarão a atualizar a percepção da economia chinesa, que tem sofrido com a desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.
Bons negócios.
S&P 500: -0,58%
Nasdaq: -0,72%
Dow Jones: -0,49%
Dia todo, Suiça: Fórum Econômico Mundial reúne líderes em Davos
09h, Brasil: IBGE divulga volume de serviços de novembro
13h, EUA: Christopher Waller, diretor do Fed, discursa
17h20, Brasil: Fernando Haddad participa de evento do Banco do Brasil em Brasília
23h, China: PIB do quarto trimestre
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,46%
- Londres (FTSE 100): -0,52%
- Frankfurt (Dax): -0,57%
- Paris (CAC): -0,47%
*às 8h05
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,61%
- Hong Kong (Hang Seng):-2,16%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,79%
- Brent*: 0,87%, a US$ 78,83
- Minério de ferro: 0,64%, a US$ 131,71 na bolsa de Dalian, na China
*às 8h06
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