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Governo define hoje se mantém ou não desoneração dos combustíveis

MP que isentou gasolina e álcool de PIS e Cofins vence em 1º de março, e o mercado quer saber se Haddad tem muque para evitar a renovação. O mais provável, porém, é que Lula escolha uma reoneração parcial. 

Por Bruno Vaiano e Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h39 - Publicado em 27 fev 2023, 08h29
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A Medida Provisória que manteve a desoneração dos combustíveis nos dois primeiros meses do governo Lula III era exatamente isso: provisória. Vai vencer quarta, 1º de março. Se o governo não fizer nada, o PIS e o Cofins vão voltar a incidir sobre a gasolina e o álcool (o diesel e o biodiesel estão protegidos até dezembro). 

A questão é: renova ou não renova a MP? No que depender de Haddad, já sabemos, a resposta é “não”. A renovação tiraria R$ 28,8 bilhões do Orçamento até o fim do ano. O governo precisa dessa arrecadação para fechar as contas, e o mercado entenderia o retorno dos impostos como um aceno importante na direção da responsabilidade fiscal – ainda que essa alta repentina no custo de encher o tanque piore a inflação, que já não está boa: o IPCA-15 de fevereiro, divulgado na sexta, veio 0,04 ponto percentual acima do esperado. Um chorinho suficiente para causar um chorão na Faria Lima, considerando o contexto atual de Selic no talo e de preços em alta persistente também nos EUA. 

Mas Haddad pode acabar perdendo mais essa queda de braço contra a ala política do PT.  Enquanto o ministro voltava da Índia  – onde participou da reunião anual do fórum G20 e levou um papo a sós com Campos Neto, diretor do Banco Central –, Gleisi Hoffman foi ao Twitter dar seu pitaco sobre a questão dos combustíveis: 

Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras. Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha.” O mercado não gostou – especialmente porque a presidente do PT não ocupa cargo no governo, mas mesmo assim anda sendo mais influente que Haddad na prática. 

Lauro Jardim, em sua coluna no Globo, diz que, dentro do PT, já é dado como certo que a solução será um meio termo: reoneração parcial. Uma porcentagem da alíquota voltaria agora e o restante em abril. Aguardemos a decisão do governo, que deve sair em uma reunião às 10h, com Haddad já em Brasília. Se o ministro perder o embate – ou mesmo meio embate –, será a terceira vez em dois meses que ele não conseguirá fazer valer sua posição. 

Combustíveis a parte, ainda será uma semana animada: saberemos o PIB brasileiro no quarto trimestre (fala-se em contração de 0,1% na bola de cristal do mercado) e leremos os balanços de dezenas de empresas brasileiras (inclusive o da Petrobras). Também haverá uma dança das cadeiras no Banco Central – Bruno Serra, diretor de política monetária, chega ao fim de seu mandato –, e os investidores estão ansiosos para saber o novo nome. 

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Por hoje, o minério de ferro em queda acentuada de 3,31% em Singapura – e queda menos acentuada de 0,34% na bolsa chinesa de Dalian – pode fazer mal para as ações da Vale e das siderúrgicas. Na contramão disso, o Brent sobe 0,52%.

Nos EUA, os futuros de Nova York estão em alta considerável, após as bolsas americanas chegarem à sexta passada registrando a pior queda semanal do ano, até agora. Não há muito motivo para ânimo em longo prazo, porém: com a inflação acima do esperado divulgada antes do final de semana, Wall Street está deprimida com o prospecto de uma alta mais acentuada e duradoura na taxa básica de juros americana. 

Bons negócios! 

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta
(VCSA/Você S/A)
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Futuros S&P 500: +0,46%
Futuros Nasdaq: +0,49%
Futuros Dow: +0,45%

*às 8h05

market facts

Netflix corta preços

Segundo informações do Wall Street Journal, a Netflix cortou o preço de sua assinatura em mais de 30 países durante as últimas semanas. A decisão mostra que a empresa ainda não encontrou o equilíbrio perfeito entre expansão do número clientes e aumento de receita. A redução entrou em vigor em países do Oriente Médio, África sub-Sahariana, leste europeu e sudeste asiático. Na América Latina, o corte veio para Nicarágua, Equador e Venezuela. 

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O movimento vai na contramão de declarações anteriores dos dirigentes da Netflix. Em janeiro, o co-CEO Greg Peters disse que a empresa estudava aumentar o preço de sua assinatura em algumas regiões – sem especificar quais. Na época, a companhia tinha reportado um aumento de 7,6 milhões de assinantes globais no 4º trimestre de 2022 (acima das expectativas de Wall Street), acompanhado de uma alta singela na receita: 1,9%, para US$ 7,85 bilhões. 

Agenda

Brasil, 8h25: Boletim Focus da semana;
Brasil, 10h: reunião sobre reoneração dos combustíveis em Brasília;

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): +1,79%
Bolsa de Londres (FTSE 100): +0,85%
Bolsa de Frankfurt (Dax): +1,46%
Bolsa de Paris (CAC): +1,55%

*às 8h10

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,42%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,11%
Hong Kong (Hang Seng): -0,33%

Commodities

Brent: +0,52% a US$ 83,59 o barril

*às 7h02

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Minério de ferro: -3,31%, a US$ 122,55 a tonelada, em Cingapura

Vale a pena ler:

Milhas aéreas: dá mesmo para ganhar dinheiro com isso?

“Curso de milhas”, diz o Faria Lima Elevator no Twitter, é o novo “curso de day-trade”. Alguns prometem fórmulas mágicas para que você ganhe coisa de R$ 5 mil por mês de renda extra “operando” no mercado de milhas. Faz sentido? Para avaliar até que ponto dá para fazer dinheiro com isso, é bom entender como funciona a mecânica das milhas aéreas. Veja nesta reportagem da Você S/A

A treta do seguro saúde na China

A crise no setor imobiliário chinês está impactando a saúde pública do país: à medida que as construtoras compram menos terras do governo, uma das principais fontes de receita dos municípios está encolhendo. Por isso, vários fundos municipais que pagam os cuidados hospitalares da população estão ficando sem dinheiro. Além do fator imobiliário, os gastos extras durante a pandemia e o envelhecimento acelerado da população também ajudam a pressionar o orçamento. O New York Times explica essa história, que mobilizou protestos de idosos em Dalian na última semana. 

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brasil, antes da abertura: Raízen

Brasil, após o fechamento: AES Brasil, EDP Brasil, Grupo Pão de Açúcar, Intelbras e IRB.

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